segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 - o ano do medo, o ano do ódio

Foi difícil. Tapa na cara de vários traumas que exigiam ser superados, a fobia social veio forte, dificuldade em criar laços com as pessoas, mesmo que mantendo forte os laços antigos, os de sempre, como sempre.
Não consigo definir muito bem ainda o que aprendi, vou fazer o a retrô aqui e no final penso sobre.

Queimou!
Janeiro - Nunca se vence uma guerra lutando sozinho, cê sabe que a gente precisa entrar em contato.
A vida é cíclica e, no janeiro passado, acho que eu estava esperançosa, começando a sair de um desses buracos que de vez em quando eu me boto, ainda não sei o por quê. Eu sabia que ia passar as coisas que passei esse ano, não importa, eu sabia, eu escolhi, ação - reação, sabia que não seria fácil, embora não soubesse que seria tão difícil. Estava já fechada na concha fazia um tempo, sentia necessidade de sair, de voltar a me abrir, conhecer novos universos. 

Fevereiro - Com toda essa força contida e que vive guardada
Posso definir fevereiro como perrengue financeiro e desejo por reforma agrária, grr!

Março - O eco de suas palavras não repercutem em nada
O silêncio geralmente não é bom. Tempos difíceis, meus amigos, coisas na família, no financeiro, cos amigos, março foi a primeira prova.

Abril - É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, evita o aperto de mão de um possível aliado, é...
Os perrengues de março seguiram por um tempo, mas abril trouxe coisas boas, uma certa esperança, mas ainda muita coisa para resolver com a cabecinha, muita coisa que ainda acontece e eu sigo não entendendo. 

Maio - Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo
Mês complicado. Começa comigo pedindo biscoito por fazer o óbvio (me desculpem, imaginários), mas ok, não vou ficar me julgando, precisava lembrar um pouquinho do porquê era importante eu estar ali, melhor do que abafar o sentimento só porque vem do ego. Nesse mês eu tive uma viagem astral very crazy também. Mas o monstrinho seguia ali, subestimado, e eu pensando estar no controle, até que mais uma sequência de bombas (a segunda prova) se instaurou. Acho que aprendi algo com tudo isso, mas ainda não entendo. Coisas boas também aconteciam, mas eu não conseguia aproveitar os bons momentos verdadeiramente, tava desconectada comigo e meio que tendo vergonha de ser quem eu sou, de me permitir, os traumas do passado sempre ali, rondando, e uma forte necessidade de me reconectar comigo. 

Junho - Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo 
bagaceira, meus amigos. Aqui foi minha pior barra do ano, perto do inverno, bem simbólico, eu morri. Recebi bronca de todos os lados, aprendi coisas bem sérias no mês de Junho, principalmente a superar os erros do passado mas nunca esquecê-los, nunca acreditar que estamos livres, a vida testa. Também fiz um post bravo e sensato sobre comédias românticas e, no final do mês, peguei todos meus problemas, fiz uma bola com eles e entrei no modo COPA.

Julho - Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz, coragem, coragem que eu sei que você pode mais
Gostar das pessoas e não gostar de si mesma é algo que acaba trazendo tristeza para todos os lados, aos poucos eu aprendo

Agosto - É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Tempo de reflexão, passou a copa, perdemos feião e o mundo me obrigou a voltar a pensar sobre mim e o que eu estava passando.

Setembro - Evita o aperto de mão de um possível aliado
Foi um mês importante pra mim, eu viajei para Curitiba pela primeira vez desde que vim pra cá, tava precisando de uns golinhos da minha antiga vida pra manter algum equilíbrio, então foi muito bem vindo. Ver meus pais, meus amigos, minhas irmãs e meu irmão, foi como um abraço forte e gostoso depois de meses de pancadas, me energizou um pouco e por isso agradeço muito. Decidi não ir para Matinhos, porque estava atrás de amor, não julgamentos, mas ainda sofro um pouco de saudade das pessoas que eu gostaria de ter visto lá. 

Outubro - Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo
A tristeza deu lugar pro ódio (se tratando de mim, isso é bem saudável). Enquanto a mente foi ficando mais firme, a conjuntura política dava (dá) vontade de vomitar (na cabeça de alguns). 

Novembro - Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo
Mais uma vez Mariana Lua querendo biscoito por tentar ser alguém MINIMAMENTE decente, foi mal aí, minha auto-estima ficou no lixo esse ano, deem um desconto.

Dezembro -  Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz, coragem, coragem que eu sei que você pode mais
A chegada do verão sempre deixa a vida um pouco mais feliz. Ver minhas plantas crescendo, as coisas acontecendo, a possibilidade de ter um pouco mais de convívio social no próximo ano (por causa da faculdade), eu sinto que eu estou construindo algo.

Não estou indo pra 2019 com muitas expectativas, fiz isso no ano passado e só quebrei a cara, agora não, agora eu sei perfeitamente que vai ser um ano onde vou ver muita merda rolar, faz parte, elegeram o fakedinha pra presidência afinal, mas estamos aí. Eu não morri esse ano, vitória para mim, sei o quão difícil foi e não me sinto exatamente mais forte, mas eu ainda estou aqui. Me dei a chance. Que no próximo ano eu possa ser eu sem medo de ser feliz, e que use meu ódio com mais direcionamento e sabedoria, mas que nunca tente abafá-lo, que eu nunca esconda minhas vulnerabilidades, medos e raivas só porque as pessoas só gostam de ver o "belo e agradável". 
Agradeço meus guias, mais do que qualquer outra coisa, porque as melhores broncas e melhores palavras de carinho vieram deles. Agradeço eu mesma, porque começo (novamente) em um processo de me amar e ter orgulho de mim, agradeço a mim por me permitir fazer as coisas que fiz, mesmo com um medo muito forte e paralisante. Agradeço quem teve paciência comigo, quem torceu por mim, quem esteve ao meu lado mesmo quando eu tava insuportável e não conseguia nem retribuir dignamente o carinho, agradeço qualquer um que se opôs ao maluco que tá agora no poder, todo mundo que vê o mundo como uma possibilidade, não como uma roda para manter a violência rodando, agradeço por ter tido casa, por ter tido comida o suficiente pra estar aqui, pela chance de plantar e poder melhorar minha alimentação no próximo ano, pela chance de entrar novamente na faculdade, que mesmo podendo não trazer diploma vai me trazer experiências. 
Não vou dizer que tô pronta pro próximo ano, não faz diferença, eu não sei o que vai vir. Mas, se eu conseguir, estarei aqui novamente, espero que vocês também (eus do futuro).








Nenhum comentário: