terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pelos pelos

Eu sou feminista. Aliás, não só eu. Se você acredita que todas as pessoas deveriam ter o mesmo tratamento perante a sociedade, independente do seu sexo, opção sexual, sua origem, sua cor ou sua crença, você também é feminista.
O feminismo, diferente do que muitos pensam, não é uma guerra. Não se trata de homem x mulher. Se trata de liberdade, de quebra de conceitos ultrapassados, de auto-conhecimento.
Eu poderia ficar horas escrevendo sobre o feminismo, mas a proposta de hoje é outra: Pelos (de acordo com a nova regra, pelos não tem mais acento. Sim, achei horrível). 
Os pelos sempre foram uma tortura para a mulher. Todas nós temos, somos humanas, mas, diferente dos homens, aprendemos a odiá-los.
Eu nunca gostei de pelos, e sempre fui bem peluda. Tenho pelos nos braços que sempre me causaram vergonha, mas nunca via alternativa pra tirá-los, por exemplo. 
Desde o aparecimento dos meus primeiros pelos, nunca pude vê-los. Não sei como é meu corpo com pelos, nunca me permiti descobrir. Desde os 13 anos já passava a gilete por todo o meu corpo, mesmo que os pelos fossem invisíveis. 
Entre namoros e vida de solteira, me assustava (e ainda estou tentando perder o medo) que meus relacionamentos me vissem peluda. Por quê? 
Desde sempre aprendemos que mulher peluda é feio, é nojento. Pelos sempre me passaram a impressão de contenção de suor, e isso nunca me agradou, mas quero poder conhecer meu corpo, quero vê-lo como ele realmente é!  Se para os homens não é sujo, por que para mim seria?
E então, com meu atual namorado, surgiu a oportunidade. O pedido não foi meu, foi dele, que queria conhecer um outro corpo meu, aquele que eu tentava esconder. Foi uma libertação.
Não pretendo continuar com os pelos, me sinto melhor sem eles, mas quero ter o direito de escolher tê-los.
Existem homens que se depilam, e outros que se mantem peludos.
Por que conosco é diferente?

Pretendo tirar meus pelos em breve, mesmo que eu esteja aprendendo a amá-los. Como eu disse, me sinto melhor sem eles, mas é realmente muito bom poder livrar a minha mente de mais uma preocupação.

Se você, garota, tem vontade de deixar seus pelos crescerem, vá em frente. O seu corpo é apenas seu. 
Você vai ouvir comentários desagradáveis e olhares de nojo, muitas vezes de mulheres, inclusive.
A essas você pode perguntar se elas pedem pros maridos delas se depilarem.
Eu imagino que não.
Se ela responder "aah, mas ele é homem" você já pode até introduzi-la ao pensamento feminista, haha.




Quer conhecer mais sobre o feminismo em geral?
Recomendo as páginas do Facebook:
- "Moça, você é machista!", uma página que me ajudou muito a reconhecer o machismo no dia a dia, e foi onde eu, machista de berço, pude ver em mim muitas coisas que percebi que deveria mudar.
- "Feminismo sem demagogia", outra página que acompanhava bastante na época que eu tinha Facebook.

Claro que você não deve parar por aí! Vá atrás, pesquise, converse, procure se informar. Abra a sua mente e veja que, sim, é possível um mundo de igualdade! Existem vários blogs sobre o assunto (inclusive quem conhecer algum legal e quiser compartilhar nos comentários...), vários textos e vários estudos.
Vá atrás dos fatos, Machismo MATA.

Finalizando, gostaria de compartilhar com vocês um projeto fotográfico (do qual eu inclusive participei de um ensaio) que, de certa forma, me deu um tanto de coragem para acabar com os padrões de beleza da minha mente, o Meia Noite no Cortiço

É isso, a luta continua.