terça-feira, 17 de julho de 2018

momentos de títulos dramáticos: qual o problema comigo?

Entre a falta de dinheiro pra pagar psicólogo e a barreira que eu mesma pus de conseguir ir em um, sigo lidando sozinha com toda essa confusão mental que significa estar viva.
As vezes parece que eu sou uma criança aprendendo a viver, e é meio vergonhoso uma pessoa de 25 anos se sentir assim, mas vergonha é meu segundo nome mesmo. Vou mentir pra criar um personagem menos frustrante?
Eu não sei lidar com pessoas da mesma forma que eu não sei lidar comigo mesma. Sigo com a mesma sensação de que minha entrada na vida dos outros significará invariavelmente problema para os outros, e acabo concretizando por não saber fazer diferente. Acho que eu só me odeio tanto que não me desejaria para ninguém, e as auto-reflexões sobre o porquê desse ódio continuam aleatórias.
É como se eu fosse um monstro tentando deixar de ser um monstro. É como se, para ser aquilo que eu quero ser (ou para não ser aquilo que não quero ser) eu tivesse que controlar cada palavra, cada pensamento, como se em qualquer momento eu fosse deixar escapar a pessoa horrível que minha mente gosta de dizer que eu sou. É tipo ser uma farsa de mim. 
É uma paranoia estranha porque, ok, eu não sou perfeita com pensamentos sempre perfeitinhos e blábláblá mas, carajo, não sou um monstro. Acho que não, pelo menos. Mas, ainda assim, nada faz ir embora a impressão de que em algum momento eu vou revelar aquilo que eu tanto tento esconder e nem sei o que é. 
As vezes penso que isso foi criado em mim, consigo identificar algumas situações em que pessoas entraram na minha vida e saíram me culpando por tudo que deu errado, e eu realmente acreditei nisso por anos porque, sei lá, críticas devem ser refletidas, né? Eu tento ser uma pessoa legal, dentro do meu padrão do que é legal, e aí quando falam algo negativo ao meu respeito eu realmente quebro a cabeça tentando enxergar onde eu pisei na bola, só que isso já virou um "socorro, as pessoas não podem pensar mal de mim", e tá longe de ser o que eu tava buscando em todo esse processo. Eu não quero que as pessoas não possam pensar mal de mim, eu quero que EU não me considere um lixo.

A culpa, minhas amigas e amigos imaginários, ela é uma merda. Ela não serve pra nada. Os erros e o arrependimento ensinam, mas a culpa só atrapalha, trava. Sentir culpa por todas as besteiras que já fizemos na vida pode ser algo bem pesado, e considero diferente de simplesmente se responsabilizar. Eu tenho muitos arrependimentos, alguns já consegui inclusive me desculpar com as pessoas (que não tem obrigação de me desculpar), mas meus arrependimentos são diferentes da culpa que eu sinto, que tá mais relacionada com o que eu vou fazer de merda do que com o que eu já fiz de merda. Não faz nem sentido, pelos deuses, como viver é difícil.

Eu queria acordar um dia sem nada disso na cabeça, uma pessoa comum, e eu nem sei se pessoas comuns existem porque sou uma criança e tô descobrindo tudo agora, pelo visto.
Não quero me aturar, quero gostar de mim, caramba, não pode ser tão difícil.



sexta-feira, 13 de julho de 2018

Mas me afasto

Então chega o lado frio, aquele monstrinho que fala "tu leva confusão pra vida dos outros", "nada é simples com você", mas como ser? nenhuma vida é simples, isso não me torna especial. Nem pro bem, nem pro mal. Mas o medo persiste, me forçando fobias, como se eu fosse a pior pessoa do mundo e nem conseguisse identificar o porquê. Que inferno, fazer o quê? Algo me fez assim, na construção do meu ser, e então eu volto, volto, descontruo sonhos, reflito e recomponho, tento entender, mas só névoa, nada pelo caminho. 
Posso ser uma farsa de mim, mas não conheço outro caminho e não estou pronta para respostas fáceis.

Gosto

Medo de gostar, mas gosto, fazer o quê? sou livre e posso, e é com força que os batimentos bombeiam o sangue, meu "tic-tac" particular. 
Gosto com medo de gostar, por bobeiras do passado que feriram como navalhas, por paranoias criadas por uma ansiedade aguçada, por auto-boicote também, tenho muito o que aprender.
Mas é tão bonito e traz um quentinho tão gostoso, conhecer esses universos, mesmo que de passito. A gente se ajuda só por saber que existe, a gente existe.