sábado, 31 de dezembro de 2016

Retrospectiva 2016: a bruxa estava solta!


O ano do tapa na cara , sem dúvidas. Diferente de 2015, onde as coisas pareciam não andar, esse foi um ano de começar a agir e trazer a tona um pouco das coisas que quero fazer da minha vida. Trabalhei muito meu emocional, mental e forma de agir, e busquei mudar padrões de pensamentos que vi que já não estava sendo úteis.
Declarei minha independência emocional, definindo quem está ao meu lado ou não e, mesmo que eu ainda não tenha tomado exatamente todas as decisões que quero fazer sobre, já é fato observado e terá boas voltas (ou afastamentos).
Consegui me conhecer mais, aceitar algumas coisas que, bem ou mal, sou eu, e vou ter que aprender a lidar sobre. Foi difícil, queda atrás de queda, mas, no final de contas
eu ainda estou aqui
e vocês?

Verãozão, férias, tava passada de ano, a vida tava boa. Estávamos morando em outra casa, e o quintal tava bombando, fauna e flora. Recebíamos visitas de tucanos, vaga-lumes, borboletas e muitos passarinhos, e mesmo que a casa não fosse bem o ideal, não ficamos sem ter onde ficar na temporada. Fim do mês eu e o Iaguinho pegamos a estrada, rumo Vale da Utopia (e Naufragados).

Fevereiro de estrada:
Não postei em Fevereiro, tava viajando. O Vale da Utopia é lindo demais, eu já conhecia, mas pude ficar mais tempo e, ahh, nossa barraquinha tinha uma vista luxuosa pra paisagem daquele lugar maravilhoso (aproveitem enquanto podem ir, as coisas vão mudar rapidamente lá). Naufragados também foi demais, não conhecia e fiquei bem apaixonada. O rio cruza com o mar, e quando você fica boiando na água do rio os peixinhos vem comer sua pele morta (não dói, faz cosquinha). A galera mora no meio da restinga, as casas escondidas pelas árvores, e o pessoal cedeu o quintal pra acampar, de graça. Fizemos bons amigos aí, desses mochileiros malucos que com certeza trombaremos novamente nos lugares mais aleatórios possíveis.

Sempre que viajamos o Ramela, meu cãopanheiro, fica doente. Não tem o que fazermos, a imunidade dele baixa e ele pega qualquer coisa que tiver chance. Quando voltamos das nossas férias, ainda um tanto antes das aulas começarem, ele estava com a fatídica e perigosa doença do carrapato. Descobrimos bem cedo, então ele nem chegou a correr perigo real, mas foi difícil explicar isso pra minha mente paranoica e eu temi muito por ele. Mas a recuperação dele foi super rápida, e tudo deu certo.
Recebemos várias visitas nesse mês, e não sei se foi algo kármico, mas nenhuma dessas visitas foi fácil. No decorrer do mês, recebemos o Palmito (nosso cachorro dissimulado), e as aulas voltaram.

Como sempre, Abril é foda. Foi tempo de aceitar e entender (processo contínuo) o que foi meu antigo relacionamento, onde sofri muito abuso e fui abusiva, e foi um tempo complicado, porque meu cérebro bloqueou muitas memórias daquela época, as quais eu caía no choro quando algo me remetia e eu lembrava, porque não são coisas exatamente leves. O Iago me ajudou bastante nessa época, e sou grata. Além disso, mais uma vez recorri ao aprendizado da independência emocional, me desgarrando dos paradigmas que eu, por conformismo, ainda agarrava dos meus pais, porque era mais fácil do que bater o pé no chão e tomar as rédeas da minha própria vida. E foi o que eu fiz, de certa forma, porque era eu quem tinha mesmo que fazer algo.

Maio não teve muita coisa. Fiz meu aniversário na casa do Rô, em Q. Barras, com os brothers de Curitiba, e foi muito legal. Voltei pra Matinhos e, dias depois do meu aniversário, ganhei uma festa surpresa dos amigos daqui (foi a primeira vez que conseguiram me dar uma festa surpresa onde eu nem ao menos desconfiei do que tava acontecendo. Inclusive, eles me enganaram MUITO bem).
É claro que, se a vida social estava indo bem, algo tinha que estar errado, e esse algo era a faculdade. A arte acadêmica me irrita, e a esquiziofrenia ideológica da faculdade deveria ser estudada, é só o que digo sobre.

Nos mudamos de casa pra onde moramos hoje, e foi bom assinar um contratinho que resista à temporada (onde geral fica sem casa na cidade pra alugar pros turistas por muito mais caro a diária), numa casinha gostosa. As meninas que moravam aqui antes são pessoas que eu admiro muito, e eu agradeço muito a ajuda que elas nos deram.

Esse mês aqui foi uma bosta, bora pular pro próximo.

Quase não postei em Agosto, mas eu lembro bem dele porque aqui na cidade nós acabamos usando muito a expressão “esse agosto é o mês do cachorro louco” nessa época. Isso devido à várias quedas de máscaras, onde muitos daqueles que vinham fazendo maldades pesadíssimas por aí foram descobertos. Gente que sabíamos, gente que nem desconfiávamos, a bruxa estava solta. Se Agosto foi um mês de prestação de contas, sobrevivi.

Esse mês foi bem reflexivo. Em geral, não lembro de ter acontecido muita coisa fora do comum, pelo menos não fora da minha cabeça. Mas a família Vallenadas cresceu bastante com dois gatinhos lindos (Cafuné e Fora-Da-Lei), e upei bastante meu char, tá valendo?

Outubro do soco na cara e chute na pinha:
O país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda

ERROR ERROR ERROR ERROR ERROR deu pane na minha cabeça. O mundo explodindo pra todos os lados, cobranças mil, faculdade ocupada, alunos em greve, e de repente não rolava mais ser feliz, não. Abracei a minha tristeza, olhei pra cima, olhei pra dentro, fácil não foi. Tive ajuda e santos fortes, principalmente. Aconteceu? Aconteceu, e pode acontecer até mais vezes, não tem problema. Não tenho medo de tristeza, tenho mais medo é de cólica.

Esse mês foi longo. Aconteceu muita coisa, desde ter que acompanhar uma amiga ao hospital (local que nós duas adoraríamos nunca precisar pisar D:), até a fatídica ~tandaããm~ temporada, onde vizinhos novos pipocam de todos os lados, rojões são ouvidos o tempo todo, sirenes e carros são ouvidos o dia inteiro e essa cidadezinha linda se disfarça de Curitiba. Meus amigos enfim estão conseguindo aos poucos conhecer minha casa, e esse mês recebi meus pais, minha irmã e meu cunhado, Aldo, Rodolfo, Peixe e Kinhus, Diogo e Bello (os quatro últimos ainda na cidade, passaremos essa virada juntos, como os old times)… Movimiento!



Com a permissão de Oxalá e Iemanjá, encerro. Que anozinho desgraçado, hahah, mas as coisas finalmente começaram a caminhar, eu produzi MUITO esse ano, meu livro está cada vez e cada vez mais perto (não coloco mais prazos pra terminá-lo, mas alegro-me em dizer que ele não está parado, longe disso!), quebrei a cuca com muita coisa, e é ótimo. Não tô morta, e quero aprender, vim pra isso. A superficialidade não me basta, eu sou intensa, eu sinto, eu tô vivona, eu tô aqui! Eu existo, mundo, viva ou morta, e esse ano foi o ano de aprender a bater o pé, porque no próximo ano o mundo vai ter que me engolir novamente.

O Iaguinho é uma presença boa na minha vida, e o tanto que aprendemos juntos não cabe no papel (metaforicamente falando, já que tô numa tela). Aos trancos e barrancos, ficamos mais fortes, porque somos uma construção constante. É gostoso, e sou feliz com ele. Não ligo se estaremos juntos por muito tempo ou não, no dia-a-dia nos ajudamos legal, e tá bom enquanto for bom.

Corto relações com o mundo quanto à julgamentos sobre mim, sendo que neste ano passei por muitos (embora pouquíssimos tenham sido falados diretamente para mim, as pessoas são muito confusas). Por tempos, isso me incomodou. Hoje, feliz e satisfeita, aceito minha consciência limpíssima sobre o que fiz e deixei de fazer, sem necessidade de aprovação externa para provar nada. Aprendi a apontar os dedos mais pra dentro do que pra fora, quem quiser freiar a própria evolução que se boicote sozinho. Cada um com sua cruz.

Não vou reclamar de 2016 (até porque tenho a sincera impressão de que 2017 será um 2016 II). Não foi exatamente o ano mais feliz da minha vida? Não. Mas eu já não sou o que eu era, de novo e de novo e de novo. E eu não ligo pra nada de ruim que passei, qual a novidade em passar por coisas ruins na vida? É tudo tão pequeno, perto dos abraços sinceros e banhos de mar, ou dos amigos de anos que vem e ficam, ou da sinceridade das coisas que vivi. Ou daquele menino de olhar inteligente que nem ouso descrever o tamanho do que temos.

Vem, 2017, vai rolar. Se terá tempestade, venceremos tempestade, se terá calmaria, guiamos o caminho, com a ajuda dos guias.

Olho vivo e faro fino!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Oi amiguineos

Sempre tive um laço muito forte com as minhas amizades.Não perdi meus amigos de Aracaju, era SUPER grudada com meus amigos e Curitiba, e quando cheguei em Matinhos refleti muito sobre como me aproximar das pessoas sem assustá-las com essa minha necessidade de amá-las loucamente HAH
Agora que tô finalizando meu segundo ano aqui, dá pra ter uma ideia das coisas que foram conquistadas, e eu tô feliz.
O tanto que a gente se ajuda é uma coisa bem bonita de se ver, na alegria ou na doença, hahah. Sou bem agradecida por essas pessoas, puts, sem palavras do quanto.
Aqui em casa rola uma dinâmica de sempre ter gente, quase como era em Curitiba (a diferença é que agora a casa é minha mesmo), e já perdi a conta de quantas vezes as pessoas chegaram precisando de ajuda (um abraço ou ombro) ou no momento em que eu precisava de ajuda (isso que eu tenho bloqueio com pedir ajuda).

Eu sinto falta dos meus amigos em Curitiba, é claro. Insistia sempre para que eles viessem me visitar, e tentei muito ir vê-los no ano passado. Aos poucos, vou aprendendo que eu não preciso estar ali, nós somos SIM substituiveis em certo ponto, mas isso não diminui meu carinho, só aprendi a ter independência emocional, e isso é bom, pra mim e pra eles, acredito. (muitas vírgulas. Não ligo)

Nessa época do ano rola uma debandada de Matinhos. As pessoas perdem suas casas para a temporada, e boa parte volta pra seu local de origem (os que os tem). Fico aqui, de saudadinha, pensando o quanto eu gostaria que essas pessoas participassem da minha vida pra sempre.
Os que forem pra ficar, ficarão. Ai que bom.

sol em touro

Não consigo evitar pensar que quando essa merda toda explodir eu não quero estar aqui. Quero ir pra casa, quero ir pra casa, quero ir pra casa.

Seja lá o que eu tiver que enfrentar, quero fazê-lo lá.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

a culpa é dele!

Devo confessar a vocês
rápido e de uma vez
pelo dia que há de vir

vocês leem meus poemas
todos esses meus dilemas
não se deixem confundir

se pareço depressiva
rabugenta e pessimista
que não consegue nem dormir

a verdade eu já explico
mas antes já justifico
eu mesma nem sou assim

depois de pagar muito mico
triste mesmo - eu admito-
não sou eu, só meu eu-lírico

domingo, 11 de dezembro de 2016

desistência

parece que tudo foi assim
sempre
como um quadro interminado
feito de ideias quase concluidas
que ninguém entende

parece que foi sempre assim
perto de chegar ao fim
mas antes do aplauso geral

como o urso que hiberna
a vontade deixa a terra

e o poema fica inacab

fora da caixinha

toma tento, sentimento!
já não é bem vindo aqui
desenrosca,  já vai tarde
ou por bem ou na maldade
que a outro vá ferir!

algo como a bola presa
a garganta acostumada
desce e digere a falha
mas toma tento, sentimento!
já não é bem vindo aqui.

sei que por tempos te quis bem
e no passado eu te mantive
mas o vento vem e leva, ora!
e você não venha agora
tentar se prender a mim

escrevo aqui nesse momento
registrando o forte evento
em que vou me libertar

coração que acelera
o grito que se empondera

sentimento que se vá!









frágil

me abstenho da sanidade
cansada de tanto buscá-la
já não sei nem se é de verdade
ou o que é realidade
se não apenas cilada


 
 



Ainda não é a retrospectiva

Andei pensando em excluir o blog. Eu adoro isso daqui, mas refleti se gostaria que eles (eles quem?) soubessem o que tô pensando.
No final, manterei. Eles (eles quem?) provavelmente já conhecem cada pensamento meu, é tarde demais. Ou só não importa.
Esse ano continua indecifrável, mas eu pedi as respostas, mesmo que viessem por meio de tapas na cara. Tudo bem, o já famoso pular do trampolim, eu gosto disso. Na hora odeio, mas depois gosto.

Não busco objetivos escrevendo, não sei o propósito desse texto. Acho que só gostaria de dizer que, em meio ao caos doismiledezesseísticos, eu tô feliz.

Tenho tomado decisões difíceis, tenho aceitado erros grotescos, tenho dias bem difíceis. Tô feliz pra porra. Tô vivaça. Eu existo!

Aos poucos, vou buscando me perdoar. Acho que é a parte mais difícil, afinal, também fui criada na sociedade cristã do pecado original. É muito ruim viver se culpando por algo que você nem sabe exatamente o que é, é muito chato olhar pra dentro e não gostar de si mesmo fazendo o máximo possível para ser a pessoa que você deseja ser.
Não conseguindo achar as respostas sozinha [não me julguem, me paguem psicólogo (não, nem percam tempo e dinheiro)], busquei nos guias, e foi muito bom. No final, a única coisa que me bloqueia sou eu mesma, como sempre, e eu sozinha me resolvo, como sempre. E olha que dessa vez nem tão sozinha eu estou, ainda bem.

Quero que esse ano acabe porque estou curiosa pelo próximo, e vou virar o ano com a cabeça tranquila, porque o próximo ano vai ser treta, mas por muitos anos tudo que eu pedi é que essa falsa calmaria acabasse. A gente pede, a gente recebe, vou entrar nessa com tudo.

Boa noite, amigos imaginários, foi bom externalizar com vocês.

(não faço mais revisão dos meus textos porque sou preguiçosa, qualquer erro reclamem com minha gerente no 0800)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

-

Sabe quando você tem que lidar desde pequena com um sentimento muitas vezes ilógico de que você tá atrapalhando e não devia estar ali?
E aí quando você tá tendo um mês super em crise com esse sentimento uma das pessoas que você mais tem em consideração na sua vida, e que você não tem contado sua vida porque sabe que está passando por problemas, diz que você está infernizando a vida dela, mesmo que vocês estejam se falando pouco.
Vou me afastar, que é o que sempre faço, e o que me cabe.
Mas dói pra porra. Tô tão cansada disso. Dá vontade de ir embora, e pra onde?