segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Metade de mim é amor, a outra metade é raiva

Sinto tanto, sinto muito. O meu amor transborda em mim e atinge todo o mundo. Eu amo o mundo, amo toda e qualquer pessoa que faz parte dele, amo todo ser-vivo, toda paisagem, toda a existência. Transbordo mesmo amor, as vezes em forma de lágrimas.
Ao mesmo tempo transbordo de uma raiva que faz com que minhas mãos fechem e minhas unhas machuquem a minha pele. Sinto raiva de ver toda a existência de uma vida desperdiçada pela sua condição social, sinto raiva de ver garotas se matando pelos comentários maldosos de outros, apenas porque são garotas descobrindo o sexo. Sinto raiva daqueles que tem tudo, mas que montaram em milhões de vidas para isso acontecer. Sinto raiva da injustiça, sinto raiva da desigualdade, sinto raiva da falta de mudança.
Acho a raiva necessária, porque uma pessoa sem raiva não tem a força necessária para sair da zona de conforto. Minha zona de conforto me é desconfortável, já que, enquanto tenho comida e roupa lavada, algumas pessoas não tem nem a companhia de alguém que as ama. 
O que é uma pessoa sem amor? Não consigo nem pensar nessa possibilidade, porque me vi rodeada de amor desde que nasci, mas consigo sentir o quão triste deve ser essa realidade. E eu quero levar amor a essas pessoas.
Acho que vem daí a minha vontade de ser artista. Concordo com o que li em O Circo (possivelmente meu livro preferido): Um circo é uma ilha flutuante, formada de vários universos diferentes, que levam alegria a outros lugares. Não são exatamente essas palavras que foram usadas, mas a ideia geral é esta, e concordo com ela. 
Também concordo (voltando um pouco ao assunto) com a frase "se você não é parte da solução, é parte do problema". Não adianta ver milhões de falhas no capitalismo e continuar comprando Mc Donalds; não adianta falar para todo mundo que acha que mulheres e homens devem ter os mesmos direitos (geralmente esse papo vem das pessoas que falam "não sou feminista porque acho que mulher não está acima do homem, mas do lado") e chamar de vadia uma mulher na rua com uma saia curta; não adianta falar que o racismo não existe mais no Brasil e compartilhar piadas do Danilo Gentili; não adianta falar que deus é amor e condenar homossexuais. 
Peço por mudanças, e não só mudanças na mente. A conscientização é o primeiro passo, naturalmente, mas a atitude é o que faz a diferença. É nesse ponto que quero focar.
Assim como muitos provavelmente olham pra mim e pensam "é fácil falar em mudança vivendo desempregada na casa dos pais", eu também vejo isso. Sei que sou desempregada e moro bancada pelos meus pais, mas também sei dos meus planos, meus prazos, e sei que estou fugindo de tudo que não acredito. Estou feliz, porque estou perto de poder viver da forma que acredito. 
E, quando isso acontecer, espero poder mostrar pra vocês que, sim, existe vida fora do capitalismo.
E, sim, é uma vida digna, embora privada dos tantos confortos em que nós nos apegamos. Ainda bem!
Espero que, assim como eu, vocês também transbordem de amor e raiva. Espero que vejam quanta coisa errada há no mundo, e percebam que, sim, nós temos responsabilidade sobre tudo isso.
Espero que a gente aprenda juntos, e que um dia a gente consiga mudar tudo de errado.
Rumo à liberdade, que tal?

domingo, 17 de novembro de 2013

Rainha

Ó doce rainha que some nas ondas
traga-me o sol e eu a seguirei
confio em seu julgamento, ó rainha
não confio em mim, sua pequena serva

Rainha que ri refletida no mar
a espuma como nuvens de abril
cante a canção dos viajantes
e me terá para sempre, ó rainha

Me dê apenas uns dias de sol
e a oportunidade de seguir para longe
e você verá, mãe, você verá
vai perceber que pode confiar em mim

me dê tempo e não duvide
mesmo quando me ver em dificuldades
acredita em mim, por favor
tanto quanto acredito em você

só fique ao meu lado
mesmo depois dos xingamentos
mesmo depois da minha raiva
peço que esteja comigo

E um dia, juntas, atravessaremos esse véu.

Reflexão


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ficou confuso, no final das contas

Aí, as coisas tem melhorado.
Tenho medo das fases boas porque, bom, elas são fases e fases acabam, mas não devo reclamar. Está tudo bem com o meu namoro, está tudo caminhando em nossos planos, eu achei cinquentão esquecido no bolso de uma calça minha ontem (sim, isso é muito irado.), meus pais viajaram (todos nós merecemos uma folguinha) e janeiro já tá quase aí.
Janeiro, de novo. Quantos e quantos janeiros. Tenho a impressão de que já vi vinte janeiros nessa minha vidinha (HUAUHA). Mas ele tá quase aí, de novo, fechando mais um ciclo. E, bom, vocês me conhecem, toda vez que um ciclo fecha na minha vida é porque estou pulando pra algo mais louco.
Eu amo a loucura. A gente pede pra ela ir, mas ela continua fazendo 'toc-toc' na nossa cabeça, lembrando que ainda está aqui. Aí a gente aprende a conviver, e dá pra ter felicidade na loucura.
Não vou escrever muito, tô percebendo que esse texto tá ficando confuso (deve ser por isso que não tenho leitores).
A única questão que vou deixar aqui em aberto é:
Se você acha que uma utopia seria o melhor pro mundo, por que considera louco quem experimenta viver no que acredita?
TCHAU, gente, até a próxima.

Pingos

Pinguinhos de dúvida no céu
e a cor que eu vejo é azul
não sei se de cima ou debaixo
mas, de qualquer forma, é bonito

o que a vida reserva pra mim
no meio das mudanças inconstantes?
é a pergunta que fica
enquanto eu vou

pode ser um risco, pode ser besteira
pode ser o passo em direção à beira
pode ser a gota que vira a chaleira
e pode ser o fim da tristeza inteira

minha vida passa de rock pra blues,
de blues pro jazz, e então pro sambinha,
no MPB paro, dou uma voltinha
pra acalmar o nervoso dessa dura vidinha