domingo, 31 de março de 2013

Na penumbra

Não quero ver ninguém. Quero me enfurnar nessa casa maldita e morrer aqui jogada entre meus cobertores felpudos.
Quero que o frio congele meus ossos e que eu não precisa ir trabalhar amanhã por ter virado um picolé. 
Quero que quando eu fale a verdade sobre algo - o que, acredite ou não, é o que acontece 90% das vezes-, você acredite, pois se eu quisesse mentir você não descobriria nunca. E eu escolho não mentir. Valorize isso.
Quero não precisar ver ninguém. Quero chegar no trabalho sendo invisível, e assim ficar até o resto do dia. Invisível como eu fui hoje, ou pior. 
Quero socar o rosto de alguém até sentir o sangue quente escorrendo pelos meus dedos, mas eu não faria isso. Prefiro acabar com um cigarro em uma só tragada. 

Quero morrer de coma alcoólico, e nem ao menos tenho bebida. 

O que está acontecendo, mãe? Por que não me deixar ir embora?

sexta-feira, 29 de março de 2013

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Donnie Darko


Nunca ganhei uma rifa na vida, até esta que a Jana me vendeu, que rendeu um coelho de pelúcia lindo (o Donnie Darko) e uma cesta cheinha de chocolates.

SINTO UNS KGS CHEGANDO!

segunda-feira, 25 de março de 2013

JESUS MARIA JOSÉ AUEOIAUOIEAUOIEUA


Pela primeira vez: o caminho mais fácil.

Não é como se a vida estivesse ruim, não estou exatamente insatisfeita, mas não está da forma como eu quero.
As coisas estão prestes a mudar radicalmente. Eu sinto isso, meu horóscopo diz isso, todos sabem disso. Onde vai dar essa mudança?
As escolhas não estão nas minhas mãos, felizmente. Desta vez não tem o plano A, plano B, plano C. Meu plano é o improviso, e minhas decisões serão baseadas no que a vida me mostrar.

Eu não preciso me mexer, desta vez não sou eu quem luta. Eu só preciso esperar, e se nada der certo, e se ninguém fizer nada, não tem problema.

Aí vai ser a vida me mostrando o caminho do céu.

domingo, 24 de março de 2013

sexta-feira, 22 de março de 2013

A fuga

Por que não fugimos juntos? 
Podemos pegar uma estrada qualquer, sem nada no bolso, e apenas ir.
Se esperarmos o momento certo perderemos a vida em vão, ele nunca chega.
Eu gostaria muito de andar descalça pelo asfalto quente da estrada, mesmo com as bolhas que provavelmente surgirão em seguida.
E então nós levamos apenas uma trouxa de roupa, um violão, alicate e arame. Você pode tocar enquanto eu canto, e assim temos a chance de conseguir alguns trocados. Ou eu posso fazer meus arames enquanto você os vende, também é uma possibilidade. 
Existe a chance de trombarmos com um circo, na metade do caminho, e com isto mudar toda nossa rota, por que não? Você vê problema nisso?
Revezaremos as mochilas nos nossos próprios ombros, procurando uma forma de carregá-las e ainda assim poder segurar as mãos um do outro. E o sol vai estar quente e vamos ficar suados; e a chuva vai vir, e ficaremos gripados; mas não tem problema, o corpo não é nada perto da imensidão da alma.
Vão nos chamar de loucos, vagabundos, irresponsáveis; vão nos julgar com unhas e dentes, na frustração que corre por suas veias, de que possuem uma vida cinza em um mundo tão colorido; será perigoso, arriscado, e perderemos tudo que julgávamos ter.

Mas, no fundo, saberemos que, antes de tudo isso, nós não tínhamos nada.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Olhos de cão real


O tipo de coisa que você escreve no bar, acha que ficou da hora e, no dia seguinte, constata que não ficou bom.
Enfim, I don't care.

Quem quiser ler clica na imagem, doisbeijo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

La vida

Só quem me conheceu doente vê como estou melhor assim.


Não é fácil tomar escolhas, deixar o passado para trás, saber que uma decisão pode mudar todo o futuro; mas, ao mesmo tempo, é fácil prever que o que não deu certo não era pra dar.
Foi bom. Tudo que aconteceu comigo -eu disse tudo- foi muito bom para que eu aprendesse o que eu não sabia: que eu passava por isso. Eu sempre me considerei relativamente 'forte', mas ao mesmo tempo minha auto-confiança e auto-estima era um grande saco de estrume. Não mais.
Antes de gostar de qualquer pessoa, me amo pra caralho. Pq eu não me amei esperando que me amassem, e isso foi muito imbecil da minha parte. O amor tem que ser próprio, se ninguém me amar, ok, eu me amo.

E amo todo mundo, como acho que já disse aqui antes. Até as pessoas que eu odeio eu amo. Meu amor não cabe no planeta, meu amor não cabe no universo.
Mas, como sei que já disse aqui também, quem quiser me amar vai ter que voar comigo, pq agora eu sei voar sozinha e não vou esperar ninguém. 
Estou feliz, pois vejo que (pela primeira vez na vida, diga-se de passagem), quem está comigo está tentando seguir meu ritmo, tentando ser bom pra mim mesmo que isso signifique as vezes deixar o orgulho de lado (é, eu não sou uma pessoa muito fácil). Qualquer forma de amor é uma via de mão-dupla, e dessa vez eu consigo ver isso acontecer.

Então, sei lá, é tudo meio difícil, mas eu vou seguindo, pq a vida se resume à isso. 


terça-feira, 5 de março de 2013

Novidades

Estou namorando.
Engraçado ver como as coisas acontecem, algo que achei que talvez não fosse me fazer bem está me fazendo muito bem. Claro, no começo é tudo lindo, já conheço isso, mas pq não aproveitar?
Gosto bastante do Alê, e ele me faz bem. É atencioso, engraçado e awn, é o Alê. ♥

Nos desejem sorte!

sexta-feira, 1 de março de 2013

A ponte

Eu não saberia como descrever a minha mente. Sei que perdi o antigo devido aos meus erros, sei que estou agindo errado com o novo por querer o antigo, sei que o passado não volta.
É difícil atravessar uma ponte quando você gostaria de voltar, mas é impossível voltar quando você quebrou a outra metade da ponte.
E por isso eu bebo, e por isso eu fumo, e por isso dia à dia tento me esquecer. Tenho muita raiva dessa ponte, da madeira rachada com farpas aparecendo, que cortam meus pés descalços cada vez que tento voltar por este caminho.
E o pior foi saber que toda ponte une dois lados, e que ao quebrar parte dela eu impedi, em um toque de egoísmo cruel, que o outro lado tivesse poder sobre o próprio caminho a ser traçado.
Mas agora não tem jeito. Me resta seguir em frente, pois se eu voltar por onde vim vou acabar caindo no rio. 



Mas, confesso, eu cairia em milhões de rios, me afogaria se fosse necessário.
Tudo para construir essa ponte de volta.

A história de uma leitora, um motorista e uma tagarela.

A menina pegou o ônibus por coincidência. Era um ônibus que podia pegar, mas nunca tinha um horário fixo para voltar para casa e tinha várias outras opções de condução.
Era um "Capela do Atuba", que lhe remetia à histórias engraçadas que preferia esquecer. Gostava especialmente daquele ônibus, nunca ia mundo cheio e sempre conseguia sentar antes da catraca (seus lugares preferidos).
Estava um pouco irritada, o ônibus estava parado bem antes do local onde deveria, desligado, e o motorista estava fora dele. Apenas dez minutos depois que o motorista retornou ao seu posto e os faróis se acenderam para buscar os viajantes. A menina entrou.
Sentou em seu local preferido, logo na frente da catraca e com apenas um lugar na frente, ao lado do motorista.
Ao mesmo tempo que abriu a mochila para deixar de ser "a menina" e se transformar "na leitora", uma mulher entrou no ônibus.
- Boa noite, Carlito! - A mulher cumprimentou o motorista. - Tá adiantado de novo?
O motorista, Carlito, estava mexendo na tela da URBS ao lado do volante, e deu um sorriso meio constrangido.
- A URBS me mandou uma avaliação falando isso agora mesmo. Se eu chego atrasado eles reclamam, se eu chego adiantado eles reclamam!
- Ai, Carlitos, só você mesmo, haha!
A leitora tentava ignorar os sons ao seu redor, mas mal imaginava que a frase "ai, Carlitos, só você mesmo, haha" seria dita praticamento por toda a viagem.
A viagem foi tensa para a leitora. A conversa fluia entre o motorista envergonhado, a tagarela que fala o nome "Carlito" ao fim de cada frase e a mente da leitora, que tentava se desligar do mundo exterior.
Meia hora depois, a leitora fechou seu livro e saiu do ônibus rumo à vida real.
No dia seguinte a menina pega o ônibus por coincidência. Não possui horário para voltar para casa e aproveitou que ele já estava a vista: Parado antes do ponto, desligado, com o motorista fora. Capela do Atuba.
Ao entrar no ônibus sentou-se no mesmo lugar que o dia anterior. O motorista notou a leitora, que notou a tagarela, que notou o motorista:
- Boa noite, tá adiantado de novo, Carlito?