terça-feira, 19 de outubro de 2021

Mesmo acompanhada, sempre sozinha (mas agora isso é bom)

 Não tente me consertar, porra, perceba a arrogância nisso. Se o estar junto justifica, não importa, porque também pago o preço de lidar com sua parte quebrada, até gosto, somos humanos e isso é bom.

Sei que tenho problemas e sei que quer me ajudar, mas não te cabe, os obstáculos vieram da minha jornada e, se é o preço a pagar, pago, acho que começo a ter orgulho do que vivi. Veja bem, errei demais, foram anos de erros, porque vivi tanto que me permiti arriscar e, no risco, as vezes a gente quebra. Mas eu preferi, porque é tão bonito, sei lá, estar vivo é tão intenso e, se melhor for viver na racionalidade e perder esse sentimentos que palavras não explicam, bom, fico aqui, no tal degrau abaixo que tantas vezes me colocaram, "menos evoluída", dizem, e eu completo "humana pra caralho", tenho ansiedade e com ela muitos medos. Sou corajosa demais.

Ando com orgulho de mim, acho que percebi que, mesmo hipócrita ou questionável, é a única possibilidade. Isso não tem a ver com abdicar da autocrítica, só não deixar que qualquer dedo apontado tenha influência, pessoas adoram apontar dedos sentadas, imóveis, na plateia. 

Por um tempo tive vergonha de escrever aqui. Exposição demais, mostrar vulnerabilidade, enfim, mil motivos. Mas eu gosto, e por isso continuo, escrever me faz bem e seria falso (me conhecendo) escrever sem mostrar, mesmo para ninguém, nada aqui está em uma gaveta, eu não estou em uma gaveta.

Eu estou sempre, sempre aqui.


E vocês?