Eu tive e tenho uma vida muito boa. Mais do que muita gente, tive o privilégio de ter tido uma infância saudável e com vários pontos bem peculiares que sei que a maioria das pessoas não tem; já na adolescência passei inúmeros perrengues, alguns bem sérios, passei sozinha, sobrevivi e conheço o preço, me forjou também; momento atual, não sei o nome que se dá, retraí, pensei em tudo aquilo que construí e destruí, tudo foi aprendizado, mesmo que tardio.
As faculdades. Não quero desistir dessa, sei a pressão externa que a falta do diploma carrega, sei que já saí de três e que as pessoas costumam ver isso como algo ruim (eu não, eu aprendi muito enquanto estive ali, muito mesmo, e sei meus motivos pra sair), também me interesso bastante pelo curso que tô entrando, penso que é o futuro (que busco), a terra, a fartura e o compartilhamento, tão simples e faz tanto sentido, aprender na prática é uma experiência que eu agradeço muito. Tenho medo, ainda, de várias coisas. Ter que passar 1h30 pra mais com três ônibus diferentes pra ir para faculdade (mais três para voltar) depois de um momento de fobia social não totalmente superado (mesmo que à caminho), tudo isso me assusta um pouco. Mas a faculdade é um negócio que eu quero, então eu vou tentar, vou até onde puder. E não mais do que isso, porque minha sanidade mental é mais importante.
As pessoas costumam colocar pesos nas coisas. É normal, é humano, a gente mede relações, faz associações, cria lições para o que já passamos, é isso aí. Só que os meus pesos costumam ser distribuídos de forma muito, muito, muito diferente da sociedade padrão atual. Tem coisas que eu absolutamente NÃO CONSIGO me importar, sei lá, moda, por exemplo. Ou o que as pessoas pensam por eu ter idade tal e me portar da forma tal (tipo assistir desenhos). Ou Natal. Me preocupo mais com a gatinha prenha do quintal, se ela vai querer parir no meu colo como as duas últimas gatas que tive contato e como eu vou fazer pra doar gatinhos E ela pra donos responsáveis. Me preocupo com meus sonhos (o de hoje eu lembro pouco, mas em algum momento mergulhei minha mão numa tinta que deixava invisível e levei um susto mesmo que eu soubesse que era isso que ia acontecer). Me preocupo em publicar meu livro e ter uma terra e em como ter uma terra sem me afastar totalmente da sociedade. Enfim.
Não dá pra ficar se importando tanto com o externo. Com o que as pessoas pensam da sua vida e do jeito que você leva ela. Sei lá, eu acredito que a existência é infinita, mas o momento não, talvez eu nunca mais venha pra cá como Mariana Lua, vou viver a vida como ela faria. (As vezes me pergunto se dá pra entender algo dos meus textos ou se só são frases desconexas).
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