Ora, sei bem do que és feito
Água, carbono e polegares opositores
Mas e por dentro?
E por trás da cor da sua pele, dos seus olhos?
Quem és tu?
Pergunto-lhe
Almejando a sabedoria da lagarta
Que, sabe-se, um dia virará borboleta
"Bom, sou uma lagarta, apenas"
Diria-me ela
Se trocássemos de lado
Se hoje eu fosse o cárcere e ela a vítima de minhas perguntas
"Sou apenas uma menina", digo-lhe eu
E ela me chama de Alice
Por mais que eu tente insistir
Que meu nome é Mariana
"Serás mesmo Mariana?"
Pergunta-me o gato
Seu sorriso em forma de lua
Ou talvez eu seja a Lua e nem exista gato algum?
Quem sou eu?
Quem és tu?
Que mundo é esse?
Ou não há mundo algum?
Serei eu um ser-pensante?
Ou apenas fruto de instintos animais
Que eu mesma desconheço
a existência?
Oh, pobre Alice!
Pobre Mariana, pobre Lua!
Hoje você, fruto do mundo real
Está presa em meu mundo, de maravilhas
Quem és tu, Mariana/Lua/Alice?
Quem és tu, leitor de meus projetos de poemas?
Quem és tu, lagarta inquisidora?
Quem és tu, gato com sorriso de lua?
Qual mundo é o real?
E qual é feito de sonhos?
Quantos de nós nos perderemos?
E quantos voltaremos para casa?
Agora chega, Alice!
Dê-me o leque e as luvas do coelho
Para que eu possa voltar para casa
Afinal, estou atrasada!
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