Dormi ontem pensando nisso
Acordei hoje pensando nisso
Vim no ônibus pensando nisso
Nos mil textos presos dentro de mim
Combinei comigo mesma
Que hoje eu escreveria tudo aquilo
Que sinto, que vejo
Que me esmaga
Mas não vou.
Não devo me abrir
Mesmo com a lava que corre pelas minhas veias
É a máscara de gelo que deve aparecer
Não vou escrever nada mais do que isso
Ou coisas fúteis, banais
Não falarei sobre mim
Estou sozinha, e sei o que sinto
Realmente devo permitir que me julguem?
Devo, de livre escolha, mostrar aos outros o que sou?
Ora, não sejamos ingênuos
Foi por saber meus maiores medos que você me machucou
Então, sob a bandeira da desistência
Mantenho aqui minha tentativa de poema
E satisfaço a vontade de ler textos realmente bons
Com o caro Bukowski.
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