sábado, 31 de dezembro de 2022

Uma curta retrospectiva

 2022 foi um ano dissimulado.

Eu me apaixonei, me profissionalizei mais, quebrei minha cara de inúmeras formas, fui casada duas vezes em um ano só, voltei a me abrir com pessoas aleatórias, consegui novos chefes, estudei japonês e comecei a aprender, enfim, inglês, eu me mudei para um apartamento que é todo meu, fui no cinema e não tive crise de ansiedade, beijei na boca e nem estava esperando, tive covid, passei a refletir mais sobre quem quero manter de amizades e porquê, me fechei, me abri, me fechei, me abri, chorei muito, me senti insuficiente e descartável, me percebi como suficiente e, sim, descartável, me expus, quero continuar me expondo, quero continuar com coragem de viver e de sentir.

Ainda não decidi a música do próximo ano, não faço ideia do que esperar, tudo que esperei para esse foi pura dissimulação, do destino ou das pessoas ao meu redor, então não estou criando grandes expectativas nos eventos futuros, tô mais é curiosa para saber como serei daqui para a frente. Curiosa e animada porque, embora ansiosa, eu sou muito corajosa para viver aquilo que tenho que viver.

Tenho uma forte impressão totalmente injustificada de que 2023 vai mudar minha vida para sempre, que algo grande vai acontecer. É uma impressão frequente e sem base, mas persiste e eu fico curiosa, tô deixando registrada aqui porque, se eu estiver viva no final de 2023, estaremos aqui para conferir.

Minha música esse ano só foi bater lá no finalzinho, digo, refleti inúmeras vezes sobre o tema, mas escolhi dividir quando devia ter sido egoísta e isso também me ensinou algo, fez sentido, bateu. Uma das lições desse ano é que ser sozinha é melhor, pelo menos euzinha QUERO ficar comigo mesma, já é mais do que eu encontrava em 2021, onde eu não queria estar comigo, e em 2022, onde os outros não queriam estar comigo. Não quero mais dar esse espaço para ninguém, isso daí vai muita terapia para resolver ainda, hahaha! Mas 2023 tá aí e talvez ele mude com tudo (me trazendo a mega da virada? não sei, será?).


Leitores fantasmas, desejo pra vcs um 2023 de Lula: picanha, cervejinha e amor. Sobrevivemos mais uma vez. Feliz ano novo.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Detalhes técnicos

 Esse blog tem mil anos, já deu para perceber que não reviso nenhum texto aqui, não é? Ok. 

Ainda é Natal

 Tô sozinha em casa, porque ontem não consegui dormir fora, mas hoje já tô bem mais tranquila. Fico chateada quando a ansiedade me rouba momentos com as pessoas que eu amo, mas essa semana vem todo mundo dormir aqui e em casa eu não tenho ansiedade, não preciso agir como se tudo estivesse perdido, também.

Eu quero muito ficar sozinha, mas vou me esforçar para ficar com minhas família enquanto eles estão perto porque sei que vou morrer de saudades depois e que logo menos terei bastante tempo sozinha para aproveitar, e nesse caso estou positivamente ansiosa, eu sei que a solidão vai bater, mas vou aprender a conviver comigo e gostar, já que até agora ninguém aprendeu, hahah. 

Para registro (que é o objetivo de tudo aqui), minha sobrinha lembra de mim e me ama (hihihi) e meu sobrinho é um bebê observador e risonho, viciado em queijo; minha irmã é uma pessoa incrível e eu quero reconectar algo entre a gente, porque não estamos afastadas com motivo não, mas a vida tem sido difícil e eu tô por fora da dela, quero me reaproximar; meu cunhado parece ser um cara animado e pró-ativo, um pai, e eu fico feliz que ele faça minha irmã feliz; esse meu núcleo de família é grande e deliciosamente confuso de explicar, estávamos na casa do pai da minha irmã (um cara muito gente boa, mas sou Fluminense graças a ele, hahaha) e da esposa dele (uma mineira típica: agregadora, gosta de fartura e é um amor de pessoa). Eu voltei para cá, meus pais dormiram lá, minha mãe sempre brinca que tem medo que meu pai e o pai da minha irmã se beijem. Ontem fiquei meio emocionada, sempre fico, porque é muito bom ter bons exemplos de que as coisas podem ser mais simples. 

É que nem eu disse, ontem foi ótimo. Pena que passei o dia tendo crise, mas foi ótimo. Escrevendo esse texto meus pés formigaram forte, acho que ando mesmo muito ansiosa, mas tudo bem, a vida tá mudando e eu não sou a pessoa que eu queria ser, um dia talvez eu consiga, vou aproveitar enquanto posso até lá.


sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal

 Minha vida tá uma completa loucura. Entre partidas e chegadas, eu não tenho tempo para viver meus lutos ou conquistas, tô misturando tudo na minha cabeça e o resultado tem sido o de sempre: depressão e, principalmente, ansiedade.

É uma droga começar o meu texto de hoje assim, mas eu chorei o dia inteiro sozinha porque ia ter dormir fora de casa. Fui, me diverti, vi pessoas que eu amo em um ambiente seguro e divertido, vi meus sobrinhos, cuja saudade me atormentou o ano todo, e minha irmã, que quero conversar mais do que tenho conversado mas, como sempre, geralmente não encontramos tempo, mas ainda vai acontecer. Ainda assim, chorei lá, escondida ou com minha mãe, que hoje nem sei se entende mais, mas apoia muito, com meu pai, que tem me surpreendido com posicionamentos que antes ele preferia guardar para si (e eu sempre preferi que não).

A minha vida está esquisita, tudo está esquisito. Eu não estou com medo do futuro, não é isso, o que é doido porque eu sempre tive, mas o que mais poderia acontecer? Falir? Ser abandonada? Se sentir com poucos amigos? Nada disso é novidade para mim, mesmo quando vêm ao mesmo tempo, eu sei que vou passar por isso também. E já estive mais sozinha do que estou, então posso até agradecer, de certa forma. 

Eu vou sair disso tudo a pessoa que finalmente luto para ser, vou me reencontrar e deixar de ser a pessoa tão boazinha que dá até para cagar na minha cabeça e ainda rir disso depois.

Enfim. Eu tenho depressão, eu tenho ansiedade. Eu não sou só isso e, quando eu me redescobrir nessa merda toda, talvez eu até encontre uma saída. Que assim seja e assim se faça. 

Feliz natal, se alguém ler isso. Odiei essa data por muito tempo, mas a verdade é que tem coisas que só o natal e, hoje, elas não são ruins. Bom demais ver minha família. Desejo que vocês (se existem) tenham um natal próximo da família de vocês também, de sangue ou não, pessoas importantes para nós têm que saber que são importantes para nós.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Pontinha

 Se julga como defeito minha melhor qualidade, sentir, ahh, eu ainda estou aqui e até que sinto. Estou voltando, sempre volto, estou grudada neste mundo como se fosse um carrapato. Quando a depressão diminui, bom demais estar viva.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Aceito tudo

 Olá querido blog. Esse é o primeiro post que faço com o celular novo, o que me deixa tãaaaao mais motivada para escrever!!!

Quero falar de mim, quero falar da vida, voltar a perder a vergonha de ser quem eu sou ou me basear por parâmetros alheios. Tem sido bom, sempre é, mesmo que nem sempre eu consiga.

Eu gosto muito de conhecer gente, embora eu ainda tenha que aprender o equilíbrio entre saber que tem gente se sentindo muito sozinha por aí e saber que eu não posso ser ouvido para todos, mas tem sido legal voltar a interagir, mesmo que aos poucos, sair da bolha que já não me deixava confortável.

Quero ser vista e não pre isso ter vergonha disso. Se eu fosse um homem cis esse tipo de pensamento nem seria problemático, quero sim ser vista, por que não? Sou honesta com expectativas e com tudo que sou, não engano, por que me podar só porque homens eventualmente dizem que devo? Parece óbvio mas é complicado, né não? Às vezes a gente nem percebe.

Não quero viver o mundão não, quero viver eu mesma, que é o que dá hahahah aceito tudo e desejo continuar

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Inferno

 Deve ser muito bom não ter depressão. Eu não quero falar nada, embora a vontade seja explodir tudo. O maior desejo é o de sempre, de sumir e poder parar de fingir ou me esforçar, só queria ser escrota e egoísta como vejo as pessoas sendo sem nenhum peso na consciência, e eu invejo, é melhor do que querer sumir. Do que chorar sozinha porque não sobrou ninguém. De entender que vamos morrer sós e isso dói. Inferno. Eu escrevo e meu cachorro lambe minha perna, ele se importa e minha vontade de sumir só faz me sentir insuficiente, ele tbm merecia uma dona melhor. 

sábado, 12 de novembro de 2022

Vai dar tudo certo

 Não tenho tempo para perder toda minha construção por mais um amor que se vai. A vida não para, quem para sou eu, não tenho porque escrever se Di Melo já falou tudo que sinto, desde "João" à minha "Aceito tudo", entre outras, o bicho é foda, né?

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Coisas que não se vão

 Ser suicida é foda. Você nunca deixa de ser suicida, ou pelo menos é nisso que acredito hoje. Você pode racionalmente estar melhor, mais preparade para a vida, mas a verdade é que não importa, a loucura circula por aí e qualquer um pode ser a próxima vítima. Muitas vezes sou eu. Minha loucura circula a todo tempo, numa velocidade imensa e, mesmo quando o racional diz "nunca mais vou fazer isso", meu emocional berra que quer ir embora, desaparecer, que já tentamos demais e que só estamos aqui porque somos úteis para alguns. E é sincero, hoje não existe nada que me prenda nesse mundo, as coisas que amo não são motivo suficiente a partir do momento que me considero um incômodo descartável, meu cachorro, até ele, ficaria melhor sem mim.

Escrever ajuda, porque, como sempre, sinto que esse é o único espaço que tenho para me abrir. Acho que nunca fui amada, não de verdade. Talvez também nunca tenha sentido amor. Talvez paixão seja tudo que exista e quando acaba, acabou, e isso seja até bom por conta dos ideais malucos de amor romântico e blá blá blá. É tão difícil assim achar alguém que ficaria feliz ao meu lado? Entre quem nem quer estar e quem esteve infeliz, nunca achei. 

A frase "escada para autoconhecimento alheio" acaba comigo, porque nunca sintetizei tão bem o que sinto. Tenho uma lista de nomes gratos pela compreensão de, ao pisarem em mim, eu entender o porquê. Como uma idiota faria. Como só a maior das idiotas faria, quase uma Madre Tereza de Calcutá de homens adultos que não sabem o que querem. 

E no fim todos se vão e eu não conquistei nada além de traumas novos e tentar aprender a não pensar em suicídio sempre que me encontro assim, descartável, passível de receber mentiras porque... nem eu sei porque as pessoas se sentem tão à vontade. Queria saber para então impedir.

Eu sei que todo relacionamento envolve um risco, sei que pode não ser eterno, o problema não tá aí, tá em ter percebido desde o começo que eu era apenas um desafio e querer muito acreditar que não, que era sincero.

Mas que merda, eu tô muito brava comigo mesma. Brava em cair nos mesmos papinhos, brava demais por estar chorando por alguém que absolutamente não me ama, brava pelo meu ex que disse que isso ia acontecer e vai ficar feliz em saber que estava certo mesmo que não tenha sido uma pessoa melhor comigo, brava. Brava por me abrir, de novo, como uma idiota que acha que os outros podem pegar leve depois de conhecer minhas vulnerabilidades, mesmo sabendo que isso nunca nunca aconteceu antes, ninguém pega leve, não existem segundas chances comigo, as segundas chances sou eu quem dou (e terceiras e quartas, pois burra). 

Cansada de lidar com a humanidade e cansadíssima de lidar comigo mesma. Eu não vou sumir, a única segunda chance que tive na vida já foi usada e sei que se eu tentar de novo vou conseguir, não quero tentar porque não quero conseguir, sei que no futuro vou olhar tudo isso e me sentir mais burra ainda "porque chorei por alguém que cagou tanto para mim?". Só quero que esse momento chegue logo.

Por enquanto só queria sumir. Mas que inferno de existência.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Começou com O Ar e terminei sem ar

 Vai, fala então pra mim 

 Tudo que eu não fiz 

 Pra te fazer feliz

 Eu sei tudo que eu vivi

 E o que eu tive que ouvir

 Não sei como eu não morri

 É solitário a gente não pertencer

 Dormi no ônibus, sonhei que ia bater 

E se eu sobreviver? 

Quando eu respiro eu nem sinto o ar 

Nem sei se eu tenho o suficiente pra cantar 

Mas até lá...

 Vou ter que me virar, como sempre 

Vou ter que superar, como sempre 

 Às vezes eu me sinto só

 Sei que não sou só eu 

Vou ter que me virar... 

 Sempre que eu puder falar 

Eu não vou me calar 

 Sentir isso sozinho mata

 E talvez seja mesmo assim 

Essa parte de mim 

Me abençoa e me desgraça 

 Às vezes não sei mais porque tô aqui 

Dormi no avião, sonhei que ia cair 

Mas eu sobrevivi 

Quando eu respiro eu não sinto o ar 

Nem se eu tenho o suficiente pra cantar

 Mas até lá... 

Vou ter que me virar, como sempre 

Vou ter que superar, como sempre 

Às vezes eu me sinto só 

Sei que não sou só eu 

Vou ter que me virar, como sempre 

Vão ter que me engolir, como sempre 

Às vezes eu tô só o pó 

Mas é problema meu


Mais valetes né

 Vou me honrar porque tô decidida. Não me implorar, pois não preciso e tô cansada. Um pouco brava também, para variar comigo, mas sei que isso vai passar logo porque é coisa do momento, do ego abalado, e eu não preciso disso, não agora. Cansaço é a palavra-chave.

Um dia talvez eu encontre o que tô procurando, um dia não. Só não vou me modificar mais para caber no lugar de ninguém, quero ser vista de verdade, amada de verdade, o raso não me atrai, pode até consolar por um momento, mas não é o suficiente para mim. Até queria que fosse. 

O ponto é, vou me honrar e tô decidida.

Duvidou de nós

 Tô sozinha de novo. Sem mágoa ou raiva, só agradecimento e um pouco de medo pelo futuro, mas um medo até que bem resolvido, pelo menos por agora. Eu ainda estou aqui. Percebo com mais clareza o que busco, ser vista não devia ser tão difícil, mas é, talvez não para todos mas para todos que encontrei. Tudo bem, que não é culpa de ninguém, mas o que faço com essa informação? Me basto, cansada como sempre, ou alimento a esperança de que um dia chegará alguém que não vá me ver como um peso a carregar? Com medo ou sem medo, por enquanto eu tô bem, ciente do que já sobrevivi, sei que a vida não pode esperar. Até amanhã. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A criança e o monstro

 Os dois vêm quando eu me vou, quando me perco na flutuação, sou sozinha, eles irmãos, mas tão sozinhos quanto eu. A criança chora, bom, chorar é uma palavra leve, está lançada ao chão, batendo pernas e mãos, berrando sem parar. O monstro olha com desprezo, sem se deixar abalar, nada te toca ou aflige, ele é forte, não se preocupa com mais ninguém. E tem eu, flutuando em algum lugar por ali, sem controle de nada, ou pensando assim por ser mais fácil, talvez um dia eu fosse entender. Mas não hoje. O monstro aponta para mim, para minha posição vexatória e sem controle, as pernas abertas e os braços tortos, e ri. Aponta e ri. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Ainda tento

 Hoje, só hoje, queria o eu pré-remédio, ansioso, apático, severo, porém com espaço para criar. Queria jorrar intensidade, me esbaldar na minha mente, na insanidade afundar, mas sentir 100%, tal qual como era criança, sem nada banalizar, sem a vida repetir ou a rotina enjoar. Eu só queria lembrar, mas com isso vem o ônus e de crises estou cheia, então vou seguir torcendo e esperando desmamar, eu chego lá, diz a lenda que chego lá. 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Eu não disputo com ninguém

 Pensei em escrever que está tudo bem, porque de fato está. Pensei em registrar que, embora eu saiba que amanhã pode ser diferente, agora eu estou bem. Vários fatores influenciam, mas eu gosto do momento de agora e, para variar um pouco, não estou aguardando nenhuma bomba acontecer. Pode vir, deve vir, porque a vida é assim, mas eu não tô esperando porque isso, no fim, nunca me levou a nada.

Às vezes me pego paranoica, mas consigo ao menos identificar e isso me blinda, quer dizer, é simplesmente menos provável que as farpas alheias se direcionem para mim, não tenho essa importância e, se tiver, sou tapada demais para participar de joguinhos, eu não os entendo e prefiro continuar assim, gosto do dito, mesmo que por demais e desde que assumido. 

Também sinto menos culpa, sinto até menos culpa em sentir menos culpa (risos desesperados). Não quero pisar em ninguém, não quero que pisem em mim, acho que a única conexão entre os dois fatores é a comunicação e o autoconhecimento (não necessariamente nessa ordem), é o que busco, por mim. Não estou em nenhum tipo de disputa externa porque minhas disputas internas estão simplesmente me dando um cacete, e é melhor que seja assim.

Hoje, agora, nesse momentinho, tô me sentindo meio em paz. Ihu!

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Suspiro

 Entender meu papel na minha própria vv vida, entender o que está ao meu alcance ou não, focar naquilo que eu realmente posso fazer e continuar

terça-feira, 19 de julho de 2022

blábláblá aleatório

Fui dar um pulo na praia, levar o cachorro passear, pensei algo e vou escrever, certo ou errado, deixo para a análise de mim mesma no futuro, vambora. Pensei não ser tão forte quanto penso, algo que puxa minha ansiedade em um dos maiores gatilhos, o da falha e, pior, da falha quando não se pode falhar. 

Só que, refletindo, como uma pessoa que lembra muito da própria infância, essa fragilidade sempre acompanhou, esse medo. Minha mãe diz que, quando eu era pequena, ela em alguma situação soltou um "não sou perfeita" e eu suspirei fundo de imediato, e de alivio, "que bom, então também não preciso ser". Mas tentei, e tentei arduamente, não exatamente por um padrão social que eu precisasse seguir, mas por uma meta própria e particular de valores que eu queria manter. Não com essas palavras, pensava nisso desde criança, "nunca vou fazer isso, não acho certo", "sempre vou agir assim, é o que acredito", tudo bem engessado, mas dentro das minhas próprias normas. 

E aí falhei, é lógico, como qualquer um falha, não porque eu sou fraca, mas porque aquilo que eu considerava força, ou seja, ignorar o mundo e agir com minhas próprias convicções, nunca quebrar, ser 100% auto-suficiente, etc, na verdade era uma frágil máscara que me revelou o que de forma alguma eu queria ver: somos fracos, se sozinhos. Se considerar forte por aguentar tudo só era apenas mais uma das máscaras para admitir que o que eu odiava era exatamente estar sozinha. Mesmo acompanhada. Eu não estava me tornando mais forte, eu estava aumentando o peso da máscara. Mas que merda.

Meu objetivo, com isso, não é pôr o peso de tudo em outra pessoa. Mas, talvez, dividir com várias pessoas não seja má ideia, afinal. Mesmo com tanta pressão, não escondo de ninguém que, surpresa, tenho vulnerabilidades. Não tenho como esconder, esconder cansa e eu não quero mais me sentir assim, eu quero ser como eu sou, gostem os outros ou não, e não quero ser tão rígida comigo sobre falhar com minhas morais, isso porque eu quero lutar contra minhas falhas, não se trata de fingir que elas não existem, pelo contrário, mas quero fazer isso por mim, não para ser aceita ou ter uma ideia de "ser amada".

Eu gosto de mim e acho que todo mundo devia gostar de si. A maioria de nós não é tão ruim quanto pensa, me agrada  pensar que grande parte tá fazendo o melhor que pode. Vou fazer o meu, que é o que posso também.



sábado, 2 de julho de 2022

Dúvidas existenciais de um dia difícil

 Parece que, além de ter que pensar antes de falar algo, o que eu achava cansativo, porém esperado, agora também tenho que pensar antes de pensar. Pensamento intrusivo é uma droga, pior ainda a bola de neve que forma na cabeça depois de seguir uma linha de raciocínio perigosa. Eu não quero voltar para as crises, e tenho tentado me controlar, tenho até conseguido, mas sou o suficiente? Consigo para sempre, sozinha? 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Reflexões aleatórias da vida

 Tem sido cansativo, mas muito legal, ver todos os tipos de aprendizado que tenho tido ultimamente. Tenho trabalhado, menos do que eu gostaria, mas o máximo que tem surgido, sem tempo para pensar se sou ou não capaz e, aliás, esse tem sido um dos segredos da minha ansiedade, me obrigar a pensar menos e agir mais, sem dar tempo para a imaginação surgir e ferrar com tudo. Ainda tenho crises, ainda tô trabalhando, mas tô aprendendo os mecanismos e começo a ver uma luz no fim do túnel, sendo que lembro do tempo onde isso parecia impossível e todo dia eu pesquisava na internet se eu teria que lidar com isso a vida inteira, a resposta no fim é sim, mas não é tão impossível como me parecia antes. Agora reconheço a crise, tenho conseguido evitá-la e nem me pressiono para quando não conseguir, porque, novamente, conheço o preço de manter a sanidade dentro do meu padrão. 

Mas, como eu ia dizendo, a vida vai bem, a cabeça até que também, e posso voltar até a ser mais autocrítica sem me detonar, haha! Esses tempos tava com uma espécie de "ranço" de algumas pessoas que gosto e sou amiga, hoje já tô numa vibe mais "as pessoas são elas e se a vida delas que não te atinge tá te incomodando a besta tá sendo você", mas de boas, sabe, o assunto passou e esse sentimento meio amargo também. Anoto para não esquecer.

Tem a questão do livro, tem as transcrições surgindo com mais frequência, tem a vida amorosa, tem os cursos que tô fazendo e gostando. Tem problemas também, maioria, como sempre, criados por mim, mas tô sendo mais analítica e menos emocionada (mas tentando equilibrar para não perder aquilo que sou nessa brincadeira). Equilíbrio é difícil, mas tenho estado mais feliz comigo mesma e, nesse momento, isso é absolutamente o que eu tava precisando. A opinião dos outros que guardem, ou falem, tanto faz, vou levar aquilo que eu quiser e quando eu quiser (e, para variar, não me culpar por isso).

Obrigada, deuses, pela chance de fazer terapia.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

trocada por mim

 A terapia tem ajudado, porque sem ela, olha... 

Sobre a sessão de ontem, essencial, a necessidade de parar de colocar as vontades dos outros em detrimento das minhas, a certeza de que as nossas escolhas eventualmente magoarão os outros e que é isso, a vida é assim, e não é? Se por anos estive na posição de aceitar as decisões alheias? E escolhi, mas não escolho mais.

Troquei todos, troquei por mim, não me arrependo, estava na hora e é o certo, e noto com grandes reflexões quem se incomoda e quem me incentiva. Porque tomar minhas próprias decisões incomodaria alguém? Só quem estava convenientemente na posição de sempre ser ouvido, e não era eu.

Eu aceitei o papel de vilã durante a vida, quase como um cachorro adestrado, mas não fiz isso sozinha, percebo que escolhas alheias jorram culpa em mim, como se fosse eu a responsável pelos problemas do mundo, e sou, pelos meus, por aquilo que aceito ou deixo de aceitar, eu me responsabilizo, e isso envolve não aceitar determinados pesos.

A vida dos outros é responsabilidade dos outros, mesmo que eles próprios não aceitem tal responsa, é mais fácil jogar a culpa em terceiros, eu, particularmente, não quero mais isso. Sou adulta, pago meus preços. E só os meus.

Me afastarei de todo aquele que quiser jogar em mim o peso das próprias escolhas, e vou fazer isso sem culpa, isso é uma promessa comigo. A culpa me foi lançada, diversas e diversas vezes, mas cabe a mim não aceitar e eu cansei. Se sou vilã, ok, seremos, esse conceito é ridículo desde o início mesmo.

Me magoa. Muita coisa. Mas vou lutar pela minha felicidade, sem arrastar ninguém nas costas.

terça-feira, 22 de março de 2022

A vida né

 Tenho me sentido muito ansiosa, mas, diferente de outros momentos, a vida está justificando isso, o que tem seu lado bom e ruim. São muitas mudanças, e tudo bem, mas nisso me confronto com questões que, se antes tive tempo para resolver comigo, o tempo acabou, e agora, José? Sou realista comigo, sei alguns limites e sei que errei em considerar eles menores do que realmente são, eu não sou um esquilo, eu aguento, mas lembro de onde a vulnerabilidade surgiu e já não tenho a ilusão adolescente de ser uma super-heroína inquebrável. Sei que aguento mais do que pensei depois da queda, mas não sei quanto, pois um dia caí. E aí vem a grande questão, eu sei que não preciso ter todas as respostas, que fraquejar é normal e humano, que as vezes não conseguimos o que queremos, mas (e depois do mas que importa) eu não quero mais que minhas falhas sobrem para os outros, que outros paguem os preços dos meus erros, não quero depender de ninguém, nem que meus monstros firam ninguém, eu não quero ser sozinha mas quero, sozinha, aguentar as consequências de todas minhas escolhas, boas e ruins, mas não é isso que acontece. Parece que desde sempre eu arrasto os outros para meus problemas, os criados ou não, os inevitáveis ou evitáveis, como não ser mais assim? Pessoas costumam pensar tanto?

domingo, 20 de março de 2022

Escrevendo para compensar a falta de terapia

 Não tô surtando, e isso me deixa surtada. Ou tô surtando e observando, ou prevejo o surto no horizonte, tanto faz, noto que são mil mudanças e que tô levando tudo de uma forma estranhamente leve, talvez pela esperança no que é novo, talvez por estar tão em choque que nenhuma ficha caiu, mas, na verdade, não acho ser o caso. Só que também não entendo qual é.

Não estou arrependida das minhas atitudes no decorrer desse ano, embora saiba, hoje, que existiam formas melhores de fazer as coisas, mas será? Porque, dentro de mim, tenho a consciência que tentei, só não foi o bastante, mas isso também não importa mais, mesmo que a culpa, sempre ela, acumule.

Não sei o que vai ser do futuro e isso me assusta mais do que perspectivas ilusórias. Não sei como vou morar, trabalhar, expandir, não sei como vou dar conta da minha cabeça, sempre tão autossabotadora, não sei como vou superar tantos medos e inseguranças, eu não sei de nada, mas eu sou durona, eu aguento o que vier, seja lá o que for. Não sou moinho pra rodar no mesmo lugar, tô viva, com ou sem os problemas e obstáculos, vinagre e vinho, eu vou viver o que for e, quando meu último suspiro vier e eu virar adubo ou pó, vou ter existido.

Fé no escitalopram e vamos que vamos. E se tiver surto ao menos eu sei que nunca mais vou chegar no ponto que cheguei e isso nunca mais será usado contra mim. Tenho conseguido controlar os pensamentos e olha que são milhares, consigo com fé (em mim), não sei por quanto tempo isso se mantêm, mas não estou mais me sentindo um esquilo, eu tô uma porra dum monstro, mas consciente.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Sobre hoje

 Cê acha que eu não vinha?
Eu me virava, você esquecia
E como eu me sentia mal
Quando aos poucos eu te perdia

Cê ficou achando que eu não percebo?
Que eu nasci ontem, que eu tenho medo?
Eu não vou ficar mais me escondendo
Eu já venci coisa bem maior

Ainda diz que eu faço drama
Até tenho fama, vem que cê já não me ganha
Vem que cê já não vai me encontrar
Você não vai me encontrar

Isso não é amor
Quero te dizer que nunca mais vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que você disse ontem
Com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Isso não é amor
Quero te dizer que eu nunca mais vou olhar na tua
Cara sem lembrar das coisas que cê disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Isso não é amor
Quero te dizer que nunca mais eu vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que cê disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

E eu não tô pedindo muito
Eu só tô pedindo pessoa errada
Mesmo que nada
Pode, pode, pode ir pra longe
Onde, onde você se esconde
Acho que eu tô te esperando, mas já esqueci seu telefone
Baby, cê não me convence
Não fala do que sente
Me faz sentir tão mal intencionalmente pra mim
Mente pra mim, nem vou te ouvir

Ainda diz que eu faço drama
Até tenho fama, vem que cê já não me ganha
Vem que cê já não vai me encontrar
Você não vai me encontrar

Isso não é amor
Quero te dizer que eu nunca mais vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que cê disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Isso não é amor
Quero te dizer que eu nunca mais vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que cê disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Tanto tempo pra perceber
A força que foi eu e você

Isso não é amor
Quero te dizer que eu nunca mais vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que você disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Isso não é amor
Quero te dizer que nunca mais vou olhar na tua cara
Sem lembrar das coisas que eu você disse ontem com a cabeça quente
A gente precisa de um tempo pra pensar

Isso não é amor

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Tentando entender a sessão de hoje

 Já entendi que sou meio oito/oitenta, mas, pela primeira vez, acho que não quero lutar contra isso. Se sou intensa e, com a mesma força, tudo pode quebrar, não vou mais lutar pelo caminho do meio, onde espero os outros estarem bem para conseguirem me substituir. Veja bem, o que quebrou não foi de agora, mas parece ser ilusão pensar que dá pra consertar o que foi dito. Eu me fechei, achei que tinha encontrado um lugar seguro e não, pois não existem lugares seguros fora de mim (ou será que sim?). Se não se trata de heróis ou vilões, então tudo bem ter ouvido tudo que ouvi, desde que também esteja tudo bem caso eu realmente resolva partir, pode acontecer, é provável, perdi um lugar seguro e não entendo porque sigo aqui, esperando que entenda que carência não é amor, sabendo não estar sendo amada, não da forma que pensa, e continuando aí. Fui chamada de tanta coisa, carreguei tanto peso que acaba ficando difícil não falar mais de você do que de mim em minhas sessões, eu acho que é hora de ir, acho desde que disse a primeira vez, mas também queria acreditar que ainda existia algo aqui, emocional, não racional, algo além da dependência que percebo sumir quando outras pessoas aparecem, de novo ressalto, não me agrada a dependência, mas em sua carência ela volta e eu, como um step, novamente recebo esse papel de estar ali pra ti se outros não tiverem. Mas continuo aqui, conversando com meu blog, porque ele nunca jogou na minha cara as merdas que eu já fiz. 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Lembretes

 Ninguém é especial ou insubstituível, nem eu, e ok. Ninguém vai gostar apenas de mim, nem deve ser assim, e ok. Não existe hierarquia emocional, gostar de alguém não diminui o sentimento por outro alguém, se isso não acontece comigo não precisa acontecer com os outros. Talvez as pessoas me troquem, relações acabam, acontece e não precisa ter um culpado, nem a outra pessoa, nem eu ou minhas atitudes. Eu não gosto de mentira, mas existem coisas que eu não preciso saber, é a vida dos outros, e também não preciso contar tudo da minha vida. Eu sou quebrada, mas não preciso me sentir menos importante, aprendi a viver sozinha, mesmo que goste de pessoas. Me fecho, não nego, abro se conseguir, talvez nunca consiga, me arrisco, isso sou eu, mas gosto de saber onde piso. Ninguém faz favor ao ficar comigo, ao contrário, ficar só é mais fácil e minhas relações são eternas, eu fico sozinha apenas se quero (e as vezes quero). Eu sou difícil. Eu SOU difícil e, pior, nem ligo, ature quem puder. Eu vejo tudo, inclusive o que pensam que não, mas sou experd em me fazer de tonta, aproveitando que vocês caem. É conveniente pra mim, um teste pessoal que gosto de fazer, segurança também, o quanto posso contar com alguém, o quanto pensa que eu não sei, o quanto se aproveita disso. Desconfiada, sempre, forjada assim. Ciumenta, embora odeie cada segundo. Insegura, só as vezes, quando a depressão dá as caras, mas não tenho mais medo dela, já vi o fundo do poço aquele dia e, em algum momento, vou me perdoar por isso, por saber que não sou mais refém da minha maior fraqueza. Estou viva e bem comigo, não sou tapa buraco, de tapada só tenho a cara, eu tenho muito a dizer e nada, nada me cala. Fique ao meu lado quem quiser, me sinto pronta para deixá-los partir. 

domingo, 23 de janeiro de 2022

Transmutação

 Eu não sei o que aconteceu ou como aconteceu, sei que mudou, embora não entenda bem para onde, sei que precisava falar, porque o não-dito me sufoca e, embora agora mais familiarizada com as crises de ansiedade, não quero mais alimenta-las. 

Vou dizer para vocês, não foi só bom, foi tão bom quanto poderia ser, do começo ao fim, talvez por isso doa tanto constatar que, novamente, nem sempre é possível consertar as coisas, não imediatamente, não das formas menos dolorosas.

Meus olhos seguem ardendo e eu nem ligo, temos tanta coisa para viver, todos nós, vou sentir cada segundo de falta, mas farei com a consciência de que o pra sempre, mesmo que mude, ainda existe. Eu só agradeço.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Argh

 O problema é que você precisa de uma heroína, até pior, merece uma, enquanto a carapuça de vilã sempre me coube muito bem, não é que eu aceite, que seria um caminho fácil também, mas eu observo e, com isso, vejo quanto mal eu causo. Esse não é um texto vitimista, me responsabilizo por todas as minhas ações, incluindo as irresponsáveis ou egoístas, mas, sendo mulher, também fui ensinada desde muito cedo a não me colocar em primeiro lugar, difícil tirar essa sensação de que eu não estaria me sentindo tão presa e questionada se eu fosse um homem. Mas sei lá, homem não sou e "e se" não existe, só existe eu, minhas ações e suas consequências.

Quanto tempo aguento fingindo que consigo administrar (ou consertar) tudo isso? Quão disposta eu tô a ceder em um momento que finalmente acordei para mim? E, principalmente, quê que eu faço da minha vida?


terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Para um mundo

 Se em suas expectativas existe uma caixinha onde pensa que eu, tão pequena, caibo, sinto muito, não me limito nem em mim mesma, sou mutável, graças a mim, aqui estou, nua e crua, mas verdadeira, principalmente comigo e mesmo nas respostas que tenho medo de me dar. Ah, não vou pedir socorro, vou entrar de cabeça em mim, sem medo do que vou encontrar, cansada de me importar tanto. Quero não ter que me justificar mais do que o necessário, ou me divertir sem culpa, ao menos reaprender a me divertir já vai bem, não sei por quanto tempo esse momento vai durar, mas estarei aqui para aproveitar, eu sou isso também, dentre tantas coisas não é essa a parte que eu quero mudar em mim, não serão as caixinhas que me limitarão (eu espero). 

sábado, 15 de janeiro de 2022

Argh

 Eu só não tô bem, e quem tá bem, também? A gente tenta se ajudar na medida do possível mas estamos todos, todos sozinhos, não precisava ser um problema, mas se tornou, pelo menos é o que noto, porque estive sozinha por tanto tempo que, ah, cansa esperar quem entenda, e ninguém o fará, a não ser o reflexo do espelho e olha lá, olhe lá. Não tenho vergonha do choro, fraqueza apenas em um mundo de homens, eu não ligo para as regras dos homens, mas quão difícil é viver em um mundo feito para eles, ao menos quando não se é um? 

Eu não tô sozinha, eu tenho gente, mas eu tô tão tão quebrada que é difícil me permitir arrastar mais gente para isso

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Ter a pia (kkkkmmfff)

 Ok, hoje voltei para a terapia, finalmente achei um psicólogo que bateu um match, no sentido de que consegue ler nas entrelinhas do que falo ou deixo de falar (ei deuses, se vcs existem, obrigada por mais essa). Consigo ver um final para os traumas do passado, o que não significa perfeição, no máximo dar espaço para traumas novos, hahaha! Tô vivona!

Se por um lado é meio duro reparar o quanto de caquinho ainda tenho que juntar, por outro não é nenhuma novidade e já tive tempo para superar que vou ter que fazer isso, e, na moral, tô resgatando aquela parte de mim que não foge da briga, se adormeci por sobrevivência é por ela que acordo novamente e, por mim, tudo bem, gosto da raiva, é a tristeza que me fecha.

Mas a depressão está controlada (obrigada deuses do escitaloprinho) e, sem ela, reaprendo a controlar a ansiedade também, dessa vez sozinha real, mesmo acompanhada, só que feliz por isso, eu tenho minhas próprias guerras, são minhas porque eu aguento, toma essa panacas! (Amo vcs leitores imaginários)

domingo, 9 de janeiro de 2022

Uma promessa quebrada e uma vodka barata

 Primeira desilusão comigo mesma, já manda a tradição, quando o passado toma conta e traz todas aquelas lembrança, eu não quero viver no passado, veja bem, foram anos e anos entendendo que as marcas são lembretes, não pesos, mas até meus combinados comigo ficaram meio de lado, e já foi um tempo, e a culpa é minha, eu gosto de assumir para mim aquilo que não quero manter. Foram muitas histórias, vívidas e vividas, mais do que qualquer um poderia imaginar, porque eu falo muito, eu falo demais, mas aquilo que não falo que verdadeiramente importa, e quem aguentaria, se nem ao menos eu aguento? E por isso aguento tanta coisa, inclusive o peso de ser eu mesma, com medo mas sem amarras, pronta para os julgamentos, cansada, muito cansada.

Eu sou brava, eu sou ruim, mas sou honesta comigo mesma e, hoje, isso tem valido mais do que qualquer armadilha mental, eu me permito em um mundo de reprimidos, mas guardo em segredo absoluto o preço que isso traz, e faz parte, não estou arrependida. Mas ainda é meio solitário e que assim seja, também. Sou sozinha há tanto tempo.

sábado, 8 de janeiro de 2022

A vida em seus métodos

 Curioso que eu, que sempre acompanhada me sentia sozinha, hoje sinta tanta falta de mim. Não é que o pior já não tenha passado, eu gosto de acreditar que sim, mas agora estou precisando dar conta de tanta tanta coisa que falta tempo para mim, para desacelerar e fazer as perguntas doloridas, aquelas que quero evitar responder. Um lado meu gosta do conflito, da dúvida, da certeza de estar viva, mas o outro quer ter muito bem firme a ideia de que eu gosto de mim mesma, que tô bem com quem eu sou, e eu tenho dúvidas, porque ainda é muito difícil não me sentir uma bomba invadindo a vida das pessoas e implodindo o que elas tinham como fixo, e nem sempre da forma boa, eu dou trabalho, nem queria, mas dou. O medo fala mais alto, logo agora que aprendi que viver sem ele é não arriscar, eu gosto disso, quantas vidas nós temos? Só temo ser o problema, a teia, todos esses papéis que aceitei ter um dia, mas não quero mais carregar essas cicatrizes, esse papel de vilã, vou superar isso também, tô começando a ficar expediente (eu acho)(ou espero).

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Ah, as tradições, roda!!

Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno, de deus, do mal

Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão

Se o que você quer em sua vida é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, cê reza, cê pede, implora

Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei... sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fel
E que a guerra é produto da paz

O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber sem tentar?

Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou antissocialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou egoísta, eu sou
Eu sou egoísta, eu sou
Por que não?