domingo, 21 de outubro de 2012

De dupla via - Lua e Rafa

Almas intermináveis de doce ilusão
apanho da realidade quando se vai o verão
nas brumas de sonho que me perdi desde então
vida confusa, vida de cão!

hoje abri minha caixinha da morte
caixinha em que guardo minhas ideias banais
achei a folha que escrevi sobre você
senti o teu cheiro correr pelo quarto lilás

onde se perdeu todo o encanto?
barquinho voando pelo céu de pranto
onde foram parar os planos do futuro?
estrela da vida iluminando o escuro

não quero pensar que te ter foi momentâneo
não quero que entre pelas vilas da tua vida sem mim
sentada na sala eu vou te esperar
como naquela noite em que quase dormi

hoje me libertei de você, meu amor
não se iluda, você é coisa do passado
ficou para trás o sofrimento e a dor
nessa mentira cínica que provei estar errado

eu senti sua saudade doer em mim
senti teu suor evaporar pela casa
é, moreno, sei que nada foi concreto vindo de ti
só espero cruzar seu caminho em uma noite qualquer

em uma noite qualquer deixo meus versos
solitários, de alguém que te perdeu
os vagalumes da noite levam meu desejo
de ser apenas sua, e você apenas meu

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