segunda-feira, 29 de abril de 2019

Vinagre

Atenção, esse texto terá altos índices de palavreado chulo.
Ter ansiedade é uma merda e isso não é segredo, mas, caraca, eu estava me sentindo melhor. Sei lá, sigo não saindo muito (mas saindo mais), sigo preocupada com o que pensam de mim (mas me preocupando menos), tava conseguindo administrar meus medos e ter em mente que eles são, no geral, ilógicos. 
Só que tão ruim quanto lidar com sintomas mentais é lidar com sintomas físicos. Tem alguns momentos em que a ansiedade me trava tanto que eu não consigo fazer nada, incluindo ser feliz, só que eu não tô assim agora. Eu tô atrás de motivos para ficar aqui bem viva e bem plena, não tenho me considerado infeliz, tô me sentindo até menos preocupada em manter o controle das coisas! Ainda assim, tive duas crises de pânico nessa semana (fazia mais de ano que eu não tinha uma). O pior não é ter crise de pânico, o pior é não reconhecer o aspecto da minha linha de pensamento que pode ter gerado, digo, a primeira eu estava em um lugar lindo, maravilhoso, onde nada tinha como dar errado, em meio à natureza e na companhia de gente que confio, tive crise. É uma merda você estar em um rolê maravilhoso e ter uma crise, não recomendo, você fica se achando o maior entojo na vida dos outros (mesmo que, felizmente, ninguém próximo me trate assim hoje em dia). Quando aconteceu, reconheci os sintomas, já não é nenhuma novidade, sabia perfeitamente que era uma crise e que ia passar, mas e o sentimento de ser provavelmente a única pessoa viva a ter tido um ataque de pânico na Croa do Goré? (risos nervosos) E aí era aquele ciclo, estar em crise e me sentir pior ainda por estar em crise num lugar tão privilegiado que eu tenho raro acesso (sendo que tava lá pra minha amiga conhecer e me sentia pior por fazer ela passar por aquilo).
Enfim, aquela beleza, né. Consegui me acalmar lá, até porque já sabia o que estava acontecendo, mas ainda ficou aquele sentimento de "caramba, nem em um dia que tinha tudo para dar certo as coisas dão certo e minha mente é a única culpada". 
Sigo até ontem, quando passei o maldito dia INTEIRO esperando o episódio de Game of Thrones e simplesmente tive uma desgraçada de uma crise quando a personagem que eu gosto parecia morrer. Eu tava MUITO feliz, tava em casa, tranquila, assistindo a série que eu gosto e comendo um pastelzinho mas, quando percebi que eu estava tremendo e o coração acelerado (por causa da série) a crise veio rapidinho, jogando na minha mente que agora meu coração tinha acelerado muito e, puxa que pena, eu ia ter que morrer.
Foi muito rápido, já corri para frente do ventilador e comecei a controlar a respiração (estou aprendendo!), botei meu parceiro para me abraçar e tentar regular a respiração comigo e em menos de cinco minutos já estava me sentindo "eu" de novo, mas com a mesma sensação de "minha mente está criando problemas em momentos de tranquilidade porque ELA QUER ME FODER". Será que já posso processar a HBO por brincar com meus sentimentos?
Brincadeiras à parte, tô atrás de terapia e cogitando buscar algum atendimento online, porque boa parte do meu problema em fazer terapia é basicamente o percurso até chegar ao consultório. Queria entender o que está acontecendo, compreender como posso estar me sentindo melhor com a mente e pior com o corpo e, principalmente, tentando levar tudo no bom-humor (na medida do possível), para evitar entrar naquele ciclo de tristeza meio lixo que de vez em quando me enfio. Das coisas que me ajudam, lembrar que a minha opinião sobre mim é a mais importante e que, paciência, essas coisas vão acontecer ainda algumas vezes e eu vou passar por isso quantas vezes tiver que passar. Não se trata de empurrar com a barriga, só de não desistir e eu, lição aprendida, sempre tenho que lutar comigo mesma pra não desistir. 
Se vai dar tudo certo ou se não vai dar tudo certo, tanto faz, sigo viva, oremos.

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