sábado, 31 de dezembro de 2016

Retrospectiva 2016: a bruxa estava solta!


O ano do tapa na cara , sem dúvidas. Diferente de 2015, onde as coisas pareciam não andar, esse foi um ano de começar a agir e trazer a tona um pouco das coisas que quero fazer da minha vida. Trabalhei muito meu emocional, mental e forma de agir, e busquei mudar padrões de pensamentos que vi que já não estava sendo úteis.
Declarei minha independência emocional, definindo quem está ao meu lado ou não e, mesmo que eu ainda não tenha tomado exatamente todas as decisões que quero fazer sobre, já é fato observado e terá boas voltas (ou afastamentos).
Consegui me conhecer mais, aceitar algumas coisas que, bem ou mal, sou eu, e vou ter que aprender a lidar sobre. Foi difícil, queda atrás de queda, mas, no final de contas
eu ainda estou aqui
e vocês?

Verãozão, férias, tava passada de ano, a vida tava boa. Estávamos morando em outra casa, e o quintal tava bombando, fauna e flora. Recebíamos visitas de tucanos, vaga-lumes, borboletas e muitos passarinhos, e mesmo que a casa não fosse bem o ideal, não ficamos sem ter onde ficar na temporada. Fim do mês eu e o Iaguinho pegamos a estrada, rumo Vale da Utopia (e Naufragados).

Fevereiro de estrada:
Não postei em Fevereiro, tava viajando. O Vale da Utopia é lindo demais, eu já conhecia, mas pude ficar mais tempo e, ahh, nossa barraquinha tinha uma vista luxuosa pra paisagem daquele lugar maravilhoso (aproveitem enquanto podem ir, as coisas vão mudar rapidamente lá). Naufragados também foi demais, não conhecia e fiquei bem apaixonada. O rio cruza com o mar, e quando você fica boiando na água do rio os peixinhos vem comer sua pele morta (não dói, faz cosquinha). A galera mora no meio da restinga, as casas escondidas pelas árvores, e o pessoal cedeu o quintal pra acampar, de graça. Fizemos bons amigos aí, desses mochileiros malucos que com certeza trombaremos novamente nos lugares mais aleatórios possíveis.

Sempre que viajamos o Ramela, meu cãopanheiro, fica doente. Não tem o que fazermos, a imunidade dele baixa e ele pega qualquer coisa que tiver chance. Quando voltamos das nossas férias, ainda um tanto antes das aulas começarem, ele estava com a fatídica e perigosa doença do carrapato. Descobrimos bem cedo, então ele nem chegou a correr perigo real, mas foi difícil explicar isso pra minha mente paranoica e eu temi muito por ele. Mas a recuperação dele foi super rápida, e tudo deu certo.
Recebemos várias visitas nesse mês, e não sei se foi algo kármico, mas nenhuma dessas visitas foi fácil. No decorrer do mês, recebemos o Palmito (nosso cachorro dissimulado), e as aulas voltaram.

Como sempre, Abril é foda. Foi tempo de aceitar e entender (processo contínuo) o que foi meu antigo relacionamento, onde sofri muito abuso e fui abusiva, e foi um tempo complicado, porque meu cérebro bloqueou muitas memórias daquela época, as quais eu caía no choro quando algo me remetia e eu lembrava, porque não são coisas exatamente leves. O Iago me ajudou bastante nessa época, e sou grata. Além disso, mais uma vez recorri ao aprendizado da independência emocional, me desgarrando dos paradigmas que eu, por conformismo, ainda agarrava dos meus pais, porque era mais fácil do que bater o pé no chão e tomar as rédeas da minha própria vida. E foi o que eu fiz, de certa forma, porque era eu quem tinha mesmo que fazer algo.

Maio não teve muita coisa. Fiz meu aniversário na casa do Rô, em Q. Barras, com os brothers de Curitiba, e foi muito legal. Voltei pra Matinhos e, dias depois do meu aniversário, ganhei uma festa surpresa dos amigos daqui (foi a primeira vez que conseguiram me dar uma festa surpresa onde eu nem ao menos desconfiei do que tava acontecendo. Inclusive, eles me enganaram MUITO bem).
É claro que, se a vida social estava indo bem, algo tinha que estar errado, e esse algo era a faculdade. A arte acadêmica me irrita, e a esquiziofrenia ideológica da faculdade deveria ser estudada, é só o que digo sobre.

Nos mudamos de casa pra onde moramos hoje, e foi bom assinar um contratinho que resista à temporada (onde geral fica sem casa na cidade pra alugar pros turistas por muito mais caro a diária), numa casinha gostosa. As meninas que moravam aqui antes são pessoas que eu admiro muito, e eu agradeço muito a ajuda que elas nos deram.

Esse mês aqui foi uma bosta, bora pular pro próximo.

Quase não postei em Agosto, mas eu lembro bem dele porque aqui na cidade nós acabamos usando muito a expressão “esse agosto é o mês do cachorro louco” nessa época. Isso devido à várias quedas de máscaras, onde muitos daqueles que vinham fazendo maldades pesadíssimas por aí foram descobertos. Gente que sabíamos, gente que nem desconfiávamos, a bruxa estava solta. Se Agosto foi um mês de prestação de contas, sobrevivi.

Esse mês foi bem reflexivo. Em geral, não lembro de ter acontecido muita coisa fora do comum, pelo menos não fora da minha cabeça. Mas a família Vallenadas cresceu bastante com dois gatinhos lindos (Cafuné e Fora-Da-Lei), e upei bastante meu char, tá valendo?

Outubro do soco na cara e chute na pinha:
O país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda o país tá virado na merda

ERROR ERROR ERROR ERROR ERROR deu pane na minha cabeça. O mundo explodindo pra todos os lados, cobranças mil, faculdade ocupada, alunos em greve, e de repente não rolava mais ser feliz, não. Abracei a minha tristeza, olhei pra cima, olhei pra dentro, fácil não foi. Tive ajuda e santos fortes, principalmente. Aconteceu? Aconteceu, e pode acontecer até mais vezes, não tem problema. Não tenho medo de tristeza, tenho mais medo é de cólica.

Esse mês foi longo. Aconteceu muita coisa, desde ter que acompanhar uma amiga ao hospital (local que nós duas adoraríamos nunca precisar pisar D:), até a fatídica ~tandaããm~ temporada, onde vizinhos novos pipocam de todos os lados, rojões são ouvidos o tempo todo, sirenes e carros são ouvidos o dia inteiro e essa cidadezinha linda se disfarça de Curitiba. Meus amigos enfim estão conseguindo aos poucos conhecer minha casa, e esse mês recebi meus pais, minha irmã e meu cunhado, Aldo, Rodolfo, Peixe e Kinhus, Diogo e Bello (os quatro últimos ainda na cidade, passaremos essa virada juntos, como os old times)… Movimiento!



Com a permissão de Oxalá e Iemanjá, encerro. Que anozinho desgraçado, hahah, mas as coisas finalmente começaram a caminhar, eu produzi MUITO esse ano, meu livro está cada vez e cada vez mais perto (não coloco mais prazos pra terminá-lo, mas alegro-me em dizer que ele não está parado, longe disso!), quebrei a cuca com muita coisa, e é ótimo. Não tô morta, e quero aprender, vim pra isso. A superficialidade não me basta, eu sou intensa, eu sinto, eu tô vivona, eu tô aqui! Eu existo, mundo, viva ou morta, e esse ano foi o ano de aprender a bater o pé, porque no próximo ano o mundo vai ter que me engolir novamente.

O Iaguinho é uma presença boa na minha vida, e o tanto que aprendemos juntos não cabe no papel (metaforicamente falando, já que tô numa tela). Aos trancos e barrancos, ficamos mais fortes, porque somos uma construção constante. É gostoso, e sou feliz com ele. Não ligo se estaremos juntos por muito tempo ou não, no dia-a-dia nos ajudamos legal, e tá bom enquanto for bom.

Corto relações com o mundo quanto à julgamentos sobre mim, sendo que neste ano passei por muitos (embora pouquíssimos tenham sido falados diretamente para mim, as pessoas são muito confusas). Por tempos, isso me incomodou. Hoje, feliz e satisfeita, aceito minha consciência limpíssima sobre o que fiz e deixei de fazer, sem necessidade de aprovação externa para provar nada. Aprendi a apontar os dedos mais pra dentro do que pra fora, quem quiser freiar a própria evolução que se boicote sozinho. Cada um com sua cruz.

Não vou reclamar de 2016 (até porque tenho a sincera impressão de que 2017 será um 2016 II). Não foi exatamente o ano mais feliz da minha vida? Não. Mas eu já não sou o que eu era, de novo e de novo e de novo. E eu não ligo pra nada de ruim que passei, qual a novidade em passar por coisas ruins na vida? É tudo tão pequeno, perto dos abraços sinceros e banhos de mar, ou dos amigos de anos que vem e ficam, ou da sinceridade das coisas que vivi. Ou daquele menino de olhar inteligente que nem ouso descrever o tamanho do que temos.

Vem, 2017, vai rolar. Se terá tempestade, venceremos tempestade, se terá calmaria, guiamos o caminho, com a ajuda dos guias.

Olho vivo e faro fino!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Oi amiguineos

Sempre tive um laço muito forte com as minhas amizades.Não perdi meus amigos de Aracaju, era SUPER grudada com meus amigos e Curitiba, e quando cheguei em Matinhos refleti muito sobre como me aproximar das pessoas sem assustá-las com essa minha necessidade de amá-las loucamente HAH
Agora que tô finalizando meu segundo ano aqui, dá pra ter uma ideia das coisas que foram conquistadas, e eu tô feliz.
O tanto que a gente se ajuda é uma coisa bem bonita de se ver, na alegria ou na doença, hahah. Sou bem agradecida por essas pessoas, puts, sem palavras do quanto.
Aqui em casa rola uma dinâmica de sempre ter gente, quase como era em Curitiba (a diferença é que agora a casa é minha mesmo), e já perdi a conta de quantas vezes as pessoas chegaram precisando de ajuda (um abraço ou ombro) ou no momento em que eu precisava de ajuda (isso que eu tenho bloqueio com pedir ajuda).

Eu sinto falta dos meus amigos em Curitiba, é claro. Insistia sempre para que eles viessem me visitar, e tentei muito ir vê-los no ano passado. Aos poucos, vou aprendendo que eu não preciso estar ali, nós somos SIM substituiveis em certo ponto, mas isso não diminui meu carinho, só aprendi a ter independência emocional, e isso é bom, pra mim e pra eles, acredito. (muitas vírgulas. Não ligo)

Nessa época do ano rola uma debandada de Matinhos. As pessoas perdem suas casas para a temporada, e boa parte volta pra seu local de origem (os que os tem). Fico aqui, de saudadinha, pensando o quanto eu gostaria que essas pessoas participassem da minha vida pra sempre.
Os que forem pra ficar, ficarão. Ai que bom.

sol em touro

Não consigo evitar pensar que quando essa merda toda explodir eu não quero estar aqui. Quero ir pra casa, quero ir pra casa, quero ir pra casa.

Seja lá o que eu tiver que enfrentar, quero fazê-lo lá.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

a culpa é dele!

Devo confessar a vocês
rápido e de uma vez
pelo dia que há de vir

vocês leem meus poemas
todos esses meus dilemas
não se deixem confundir

se pareço depressiva
rabugenta e pessimista
que não consegue nem dormir

a verdade eu já explico
mas antes já justifico
eu mesma nem sou assim

depois de pagar muito mico
triste mesmo - eu admito-
não sou eu, só meu eu-lírico

domingo, 11 de dezembro de 2016

desistência

parece que tudo foi assim
sempre
como um quadro interminado
feito de ideias quase concluidas
que ninguém entende

parece que foi sempre assim
perto de chegar ao fim
mas antes do aplauso geral

como o urso que hiberna
a vontade deixa a terra

e o poema fica inacab

fora da caixinha

toma tento, sentimento!
já não é bem vindo aqui
desenrosca,  já vai tarde
ou por bem ou na maldade
que a outro vá ferir!

algo como a bola presa
a garganta acostumada
desce e digere a falha
mas toma tento, sentimento!
já não é bem vindo aqui.

sei que por tempos te quis bem
e no passado eu te mantive
mas o vento vem e leva, ora!
e você não venha agora
tentar se prender a mim

escrevo aqui nesse momento
registrando o forte evento
em que vou me libertar

coração que acelera
o grito que se empondera

sentimento que se vá!









frágil

me abstenho da sanidade
cansada de tanto buscá-la
já não sei nem se é de verdade
ou o que é realidade
se não apenas cilada


 
 



Ainda não é a retrospectiva

Andei pensando em excluir o blog. Eu adoro isso daqui, mas refleti se gostaria que eles (eles quem?) soubessem o que tô pensando.
No final, manterei. Eles (eles quem?) provavelmente já conhecem cada pensamento meu, é tarde demais. Ou só não importa.
Esse ano continua indecifrável, mas eu pedi as respostas, mesmo que viessem por meio de tapas na cara. Tudo bem, o já famoso pular do trampolim, eu gosto disso. Na hora odeio, mas depois gosto.

Não busco objetivos escrevendo, não sei o propósito desse texto. Acho que só gostaria de dizer que, em meio ao caos doismiledezesseísticos, eu tô feliz.

Tenho tomado decisões difíceis, tenho aceitado erros grotescos, tenho dias bem difíceis. Tô feliz pra porra. Tô vivaça. Eu existo!

Aos poucos, vou buscando me perdoar. Acho que é a parte mais difícil, afinal, também fui criada na sociedade cristã do pecado original. É muito ruim viver se culpando por algo que você nem sabe exatamente o que é, é muito chato olhar pra dentro e não gostar de si mesmo fazendo o máximo possível para ser a pessoa que você deseja ser.
Não conseguindo achar as respostas sozinha [não me julguem, me paguem psicólogo (não, nem percam tempo e dinheiro)], busquei nos guias, e foi muito bom. No final, a única coisa que me bloqueia sou eu mesma, como sempre, e eu sozinha me resolvo, como sempre. E olha que dessa vez nem tão sozinha eu estou, ainda bem.

Quero que esse ano acabe porque estou curiosa pelo próximo, e vou virar o ano com a cabeça tranquila, porque o próximo ano vai ser treta, mas por muitos anos tudo que eu pedi é que essa falsa calmaria acabasse. A gente pede, a gente recebe, vou entrar nessa com tudo.

Boa noite, amigos imaginários, foi bom externalizar com vocês.

(não faço mais revisão dos meus textos porque sou preguiçosa, qualquer erro reclamem com minha gerente no 0800)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

-

Sabe quando você tem que lidar desde pequena com um sentimento muitas vezes ilógico de que você tá atrapalhando e não devia estar ali?
E aí quando você tá tendo um mês super em crise com esse sentimento uma das pessoas que você mais tem em consideração na sua vida, e que você não tem contado sua vida porque sabe que está passando por problemas, diz que você está infernizando a vida dela, mesmo que vocês estejam se falando pouco.
Vou me afastar, que é o que sempre faço, e o que me cabe.
Mas dói pra porra. Tô tão cansada disso. Dá vontade de ir embora, e pra onde?

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Ah, o fim do ano...

Não é que eu não esteja bem. Eu estou viva, tenho casa, tenho comida. Mas é meio que essa a questão.
Ultimamente tenho passado por um desses processos que fico analisando em minha cabeça, e não tem sido muito fácil. Digo, como colocar na minha mente que eu tenho o direito à felicidade, se na verdade eu não tenho? Para ser feliz eu precisaria, no mínimo, ignorar todas as pessoas à minha volta que, adivinhem, não estão felizes. Do que adianta conseguir a minha felicidade se o mundo não dá condição de que todos possam ser feliz, inclusive boicota isso?
Tá, eu sei que tentar segurar os problemas do mundo é uma muleta pra não resolver os meus, mas, sério, dá pra ignorar tudo isso facilmente assim, como as pessoas tem me sugerido? Ainda mais no atual momento do país barra mundo?

Tenho tentado conciliar tudo isso com a ideia da felicidade, mas me parece cada vez mais injusto. Só sofrer quando a água bate na bunda não me parece a solução, e sofrer por tudo e todos também não.
As vezes acho que, mesmo desencantada com o cristianismo desde cedo, nasci com o sentimento do tal pecado original. Me venderam essa ideia e eu comprei, e desde então começou o auto-boicote.

Não tô escrevendo buscando problemas e nem soluções. Tô externalizando, e nem sei se devo, já não sei se colocar na internet o que sinto é o mais seguro. Não sei quem lê, mas aprendi que tenho sim meus inimigos. Tem dono pra minha tristeza. Mas não vou dar nomes aos bois, não quando eles controlam tudo.


Mas tudo bem. Como sempre, eu ainda estou aqui. E, mesmo que eu morra, eu ainda estarei aqui. Pra um ser eterno, não existe problema sem solução, e quando essa bomba de merda explodir eu não preciso ter medo.

Não sei se mereço ou não ser feliz, não sei se existe essa balança de justiça ou se felicidade é moeda de troca. Sei que, infeliz ou não, vou falar, vou gritar, vou esbravejar, vou me permitir ser humana mesmo que me queiram robô.


- fim de transmissão caótica

terça-feira, 20 de setembro de 2016

roda, moinho

os instantes - há momentos - em que a existência brilha em mim
sempre só, solamento, calo todo o tormento que insiste em chegar
e vem
mas deixa de ser tristeza ao se tornar algo maior
traz dó,
mas passa
e a primavera se aproxima (florida, é a minha sina)
venta o vestido da menina que tem de olho o sorriso
Sinto só, sou Sol
nunca paro de tentar
cíclica é a vida, a meta é aguentar

cada um carrega o fardo e toda cruz pesa como deve pesar o coração de quem vive a banalidade diária de não pensar não questionar não refletir pensar em sim e só em si e no que pode ganhar com tudo isso

cada um carrega o peso de ter que entender que o mundo nada mais é do que o moinho que gira gira gira e nunca sai do lugar porque não quer nunca se modificar

cada um de nós é um universo e eu confesso: há momentos tão complexos em que manifestar é só o que há e o que pode acontecer é conhecer o perigo que habita em você

os instantes - há momentos - que, perdida em pensamentos, o mar é todo o sentimento que posso representar, sei lá, também há mar

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Opa

Posicionamento
Mais do que palavra, atitude
Já que de nada vale o texto
se o cotidiano se mostra contraditório
de nada vale a lição
se ela se mantem no campo imaginário



terça-feira, 26 de julho de 2016

Elocubrando

Se a morte é o inevitável fim de ciclo, e dela nada levaremos do físico, e sendo a existência uma experiência consciencial eterna, qual é o sentido dessa vida para o nosso aprendizado?
Penso muito sobre isso desde sempre, na tentativa de sugar o máximo possível desse processo insano que é a vida material. Tomando como partida o fato já consolidado de que nada físico sobrevive à morte, já posso ignorar todos os fatores exclusivamente materiais do meu plano de evolução.
Refletindo por anos, chego à conclusão que, ao eliminar o banal, o que sobra são nossas inter-relações. 
É claro que não é preciso passar uma vida inteira (a velha de 23 anos falando) pensando sobre isso pra chegar nessa conclusão, mas a importância dessa resposta tem se feito cada vez mais observável com o passar do tempo. Tudo que temos somos nós mesmos, e os outros a nossa volta. Tudo que resta é a saudade, a lembrança, e o processo.

Que coisa mais maluca.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

desco-nexo

Estive por muitos invernos esperando a primavera
hoje aprendi a ver beleza na época morta

quando não temos mais nada, o que resta é quem somos
vale a pensa se conhecer
porque no final estamos sozinhos

como
sempre

eu ainda estou aqui, e você?
de tantas tardes coloridas onde o choro se fez valer
eu sobrevivi àquele pôr-do-sol
eu sobrevivi ás traições
eu sobrevivi até à culpa

aquela culpa decadente que transformava o meu eu em um animal acuado

cuidado

lutando contra nós mesmos com aquelas escolhas
quantas escolhas te angustiam até hoje?

e na auto-expressão manifesta-se as palavras bobas
nada que saia da boca
apenas aquilo que há

eu não consigo evitar lembrar 
tantos tropeções a ermo
tantas tentativas egóicas de ser alguém admirado

cuidado

nada somos além de nós
e o resto é vaidade

escrevo para mim mesma
buscando a auto-piedade
sem métrica, sem rima, sem palavras bonitas
todas as máscaras cairam, ainda bem

mesmo não sendo ninguém sou alguém

Eu gostaria, T.A.

Primeiramente, eu gostaria de ser sua amiga
de podermos conversar olhando o céu
e nos tratar como um só
porque o que você sente
reflete em mim
e o que eu penso
reflete em você

quero nossa felicidade
e a de todas que a buscam
quero nossa evolução
quebrar o ritmo, contramão

não nos quero rivais
não nos quero competidoras
se quando aliadas formos
teremos o mundo em nossas mãos

Primeiramente, deixe-me ser sua amiga
e juntas choraremos pelo mundo inteiro
escolhendo entre os lados um caminho
de meio



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Vírgula

Eu tô feliz
Assim, não exatamente a felicidade de quem tem todos os seus problemas resolvidos e nenhuma preocupação na cabeça, pelo contrário
mas aquela felicidadezinha sutil de estar viva e mais tranquila do que fui um dia. Tá todo mundo tão cheio de mágoas, tristezas e medo que é difícil olhar pra cima e ainda encontrar motivos para estar aqui.

Mas não hoje.
Hoje eu tô bem.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

liberdade poética

de tombo em tombo
trampolim quebrado
as asas falharam
a gente consente
coração quem sente
já todo rachado
De tombo em tombo
tudo aprendizado
remexendo o passado
que é onde dói mais
o que mais se faz
é buscar voar
o que menos acalma
rancor preso na alma
borboletas mortas
veneno lento
o processo dói
De tombo em tombo
tempestades criadas
navegando pela experiência
de saber se virar no escuro

quero matar meu ego

segunda-feira, 6 de junho de 2016

eu to apaixonada

tenho que ficar postando aqui pra não encher meu facebook com impulsos de carinho e cores do arco-íris.

tô apaixonadinha

que boba

a gente fica jogando uno bolando uma ideia
rindo que nem uns trouxas
nós somos trouxas

estamos nos mudando
de novo
pra variar
outra casinha
um monte de cachorro
nosso cantinho

cantinho um do outro
aaaaaaai que gostoso ahahah

aí se eu abro o blogue

pelo menos posso ficar aqui
elucubrando
te olhando de olho de canto
no lab da faculdade

aaaaaaaaaai que boba, ai que boba


terça-feira, 10 de maio de 2016

Arte Acadêmica

Onde brancos assassinos viram heróis conquistadores
E índios usam armaduras e andam a cavalos
Onde gritos de independência acontecem no Brasil e na França
Iguais
E diferentes são as recepções dos artistas
Pois homens fazem arte para homens
E mulheres não são lembradas por seus quadros
E sim pelo quadro que seus rostos apresentam
Ou pelo tanto que gastaram em suas roupas
Querem academizar a arte, padronizar a vida
Querem transformar o pixo em arte
E cobrar autorização
Querem a liberdade de expressão
Se expressar o que querem ouvir
Ah, a arte acadêmica!
Um turbilhão de hipocrisias e contatos
Fruição respeitando contrato
Penso, me assumo, constato
Caso manifestar-se seja pagar o pato

prefiro mesmo é ser criticada pelo Monteiro Lobato

quarta-feira, 4 de maio de 2016

aleatóóório

Escrevo, apago, reescrevo
tantas dúvidas que nem sei mais
falo de mim, falo do mundo
falo nada e falo tudo
reescrevo e já me mudo
só sei que nada sei
sinto amor e já não falo
sinto raiva e já não explodo
a angustia sempre presente
mas mesmo com ela ainda me movo
todo dia buscando força
cada noite um pesadelo
família, passado, enterros
o dia nasce e nasço junto
não adianta odiar esse injusto mundo
aqui me puseram
aqui vão me aturar
sei lá

quinta-feira, 28 de abril de 2016

E o futuro?

Eu ainda sou cheia de perguntas. Ainda não sei quem sou e pra onde vou.
Fui criada imaginando que existia uma "forma" do mundo ser, algo tido como certo e imutável. A adolescência, sem aviso, quebrou minhas ilusões e me puxou pro mundo real, esse mesmo que é muito cruel, muito planejado, mas uma ilusão. Nós vivemos uma ilusão. E se eu achava que o mundo era algo fixo, "o mundo é assim mesmo", é porque eu fui ensinada a não contestar e sim a seguir regras.
Eu não sei em que momento da minha socialização isso mudou (talvez eu devesse até reler esse blog inteiro pra tentar entender), mas ao olhar pros lados e ver que a realidade vista era diferente daquela em sala de aula, comecei a perceber que havia algo muito errado. Por que me ensinavam mentiras? E por que eu tinha que aceitá-las mesmo vendo situações diferentes das apresentadas?
Meus professores não queriam pensar em respostas pra isso, meus pais também não tentaram, porque nem percebiam a mudança que acontecia na minha mente. 
Sem direcionamento, fui educada (ou não-educada) pela internet. Venho da primeira geração com acesso à internet, sem nenhuma geração anterior para ensinar a usar, a separar o que é verdade e o que é mentira.
Aprendi muito mais com meus amigos e nossas discussões filosóficas enquanto bebíamos horrores do que com a escola. Aprendi muito mais sobre política tentando derrubar a diretora o meu colégio no ensino médio (que era escolhida a dedo pelo governador) do que nas aulas em que se falava no assunto.
Na infância me ensinaram que eu poderia ser o que quisesse ser. Só esqueceram de contar que eu deveria estar no mercado de trabalho, ou eu nem seria digna de ter opiniões (nem vou entrar no mérito de eu ser mulher e, por isso, já perder espaço automaticamente). Desde sempre eu queria ser escritora, inclusive sou, porque escrevo. Claro que o rótulo só me caberá quando eu publicar algo (o mercado de trabalho...), mas não importa, ser escritora é parte do que sou, senão a maior parte. Mas eu não posso ser o que quero.
Saindo do ensino médio, obrigação de entrar correndo numa faculdade. Por quê? Porque o mercado tá aí, menina, você vai ter que começar a pagar por estar viva. Escolhi jornalismo, baseada numa vontade de escrever e ainda poder trazer informação para o povo, poder derrubar políticos. Preciso apontar a utopia da minha escolha? 
Jornalismo foi um tapa na cara. Duas vezes, porque foram duas faculdades sobre. Eu não tinha tempo para pensar sobre o que eu queria, eu TINHA que estar em uma faculdade, o mundo estava vindo na minha direção e eu tinha que ter dinheiro para pagá-lo.
Eu ainda tinha uma ideia de mundo onde eu deveria seguir um roteiro. Quem estuda consegue trabalhar, e quem trabalha pode se manter e ter independência. 
Ainda acho essa uma das maiores mentiras já contadas, para mim e para toda uma geração que tá quebrando a cara ao ver que diploma não é garantia de nada.
Hoje busco valorizar o aprendizado real. Aquele que fala do mundo real, da humanidade real, da história real. Aquele que a Academia tenta de todas as formas abafar.
Existe um lado de mim que ainda tem muito forte a necessidade de buscar o diploma com todas as forças, de completar os sonhos dos meus pais. Meu lado mais íntimo não se importa com o diploma, não se importa com um pedaço de papel. Meu lado mais íntimo morre de medo do mercado de trabalho, porque não sabe se eu quero ou não ser uma arte-educadora, e principalmente se vou ter capacidade para tal (porque outra ilusão quebrada é de que a faculdade trás respostas).
Não tenho interesse de conseguir meu salário no final do mês e ensinar às crianças as mentiras que me ensinaram. Não quero trazer esquizofrenia ideológica para toda uma geração, como fizeram comigo, para garantir um salário de merda no final do mês e poder comprar as coisas que dizem que eu tenho que comprar e ter a vida que dizem que eu devo ter.
Eu quero completar essa faculdade, juro que quero. Quero completá-la porque gosto do assunto, porque gosto do Plano Político Pedagógico dela, porque acredito (uma das ilusões que talvez eu também quebre ao longo do percurso) que ela possa realmente trazer mudanças ao redor.
Percebendo isso, noto que não preciso do diploma. Eu vou tirá-lo, quando for o momento certo, mas não por obrigação. Não vou fazer a faculdade correndo porque o diploma é mais importante do que o real aprendizado. Se eu precisar, reprovarei mil vezes até entender o que quero entender, e não vou me sentir mal sobre isso, porque agora eu sei qual a verdadeira importância de uma faculdade, e não tem a ver com o mercado de trabalho, mesmo que tenha todo um mundo dizendo que é isso que importa.
Bato o pé, ergo a cabeça, e declaro agora que todas as perspectivas postas em mim podem ir por água abaixo, eu não me importo mais. Eu já sei pra que mundo vim, e já sei o que vim fazer. Não me importo com seus conceitos de "a vida tem que ser de tal jeito, você tem que agir de tal jeito...". Aceito agora que não existe segurança nenhuma sobre o futuro, e achar que o diploma trará é entrar nesse looping de frustração que participa da minha vida a anos. 
Minha própria irmã me alertou de que devo me divorciar dos sonhos e expectativas que eu agarrei dos meus pais. 
É verdade, diferente do que eles próprios acreditam. Eu sempre estive pensando neles em cada decisão que tomei na vida. O tanto de coisa que eu teria feito diferente não cabe no papel, e não falo isso culpando eles, a escolha foi minha. Eu não a fazia conscientemente, é verdade, mas ainda tem mais a ver comigo do que com eles. Mas é hora de dizer chega, porque eu tenho quase 23 anos e ainda olho para trás buscando uma aprovação dos meus pais que nunca vem, quando deveria estar olhando para dentro e constatando sozinha o tanto de coisa que faço, por mim e pelos outros. É hora de assumir pra mim mesma que eu valho a pena, porque nunca serão os outros que dirão isso pra mim, e o erro vem de mim em esperar. Andei muito sozinha nos últimos tempos, sentindo falta de apoio de gente mais velha, que me dissesse "relaxa, menina, você tá indo no caminho certo". O apoio não veio, e nem tinha como vir. Gente mais velha tá longe de saber qual é o caminho certo, porque não existe um caminho certo.

Muito mais leve, me assumo dona da minha vida, pronta para brigar sem medo pelos assuntos que desejo brigar; pronta para estudar o que eu quiser; pronta para sobreviver nesse mundo difícil COM ou SEM diploma, porque o diploma não torna o mundo menos difícil. 
Estou pronta para me mudar de um dia para o outro; pronta para seguir com a faculdade ou trancá-la, o que EU desejar; pronta pra mim. 
Vai ser difícil assumir as consequências de todos os meus atos sozinha.
Mas, afinal
não foi sempre assim?





sexta-feira, 15 de abril de 2016

O que dizer, né? Sorte no amor, eu acho.

Faz tempo que não escrevo aqui, e motivos são diversos. Minha vida mudou muito de uns anos pra cá, e acho que não preciso mais usar tanto esse blog como um desabafo. Ultimamente, pensei até em desativá-lo, mas não o farei. Não é necessário, porque nada ocupa espaço na internet, e vou gostar de ler as besteiras que eu escrevia (e continuo escrevendo eventualmente).
Hoje não vim desabafar, hoje eu vim agradecer. Os processos pelos quais passei no final de 2014 e no começo de 2015 me ajudaram a aprender o quão bem consigo ficar sozinha, e hoje não tenho mais medo da solidão. E então, posso escrever um texto meloso. Tenho esse direito, há!
Tenho estudado muito meus antigos relacionamentos. Percebi que acabei esquecendo de muita coisa de uma forma não-natural, como se eu estivesse tentando esconder coisas de mim mesma, e na verdade estava. 
Todo relacionamento, quando acaba, deixa algumas cicatrizes. Isso é normal, justificável, blá blá blá. No meu caso, o difícil foi perceber que o relacionamento que tive, o qual eu sabia ser cheio de erros e regras, não foi algo fruto da ingenuidade de alguém. Difícil é admitir para mim mesma que fui enganada, que boa parte (se não tudo) foi pensado, calculado, para minha auto-estima cair.
Ainda não consigo encarar como FATO que as coisas que aconteciam comigo, como pressão para transar ou chantagem emocional, não eram frutos de ignorância. Eu AINDA sinto que fui o monstro em meu relacionamento, porque isso me foi empurrado e tão internalizado que ainda é complicado pensar de outra forma. Mas eu sei que não fui. Eu não sou perfeita, tenho mil defeitos, mas eu não fui um monstro em meu relacionamento. Eu só fui boba de acreditar, e arrogante demais para aceitar que estava sendo enganada. E muito bem trabalhada para pensar que refletir sobre essas coisas eram paranoias. 
Esse tipo de coisa me limitou muito a uns tempos atrás. Falo de coisas como ter medo de me relacionar, ou sentir grande angústia quando algo que acontece me lembra daquele tempo. 
Mas não minto quando digo que esse post é um agradecimento. 
Primeiro, um brinde à mim. Esse ainda é um assunto delicado, e eu tenho tido a coragem de lidar com. Isso envolve ficar meditando, buscando lembrar das coisas esquecidas e tentando não me afogar com a quantidade de sentimentos negativos que essas lembranças acarretam.
Depois, um brinde ao Iago. O Iago tem sido um bom apoio nesse processo, me apoiando, me RESPEITANDO, continuando com sua paciência infinita. Eu agradeço por ele nunca ter usado a frase "ninguém nunca vai te amar como eu" (até porque, hoje em dia, se alguém me fala isso vou embora imediatamente), e por não confundir amor com dependência. Agradeço porque, juntos, não pensamos em um relacionamento confortável, pensamos em uma evolução mental e espiritual, algo constante, sempre em frente.
Sou muito feliz pela presença dele na minha vida. Se um dia eu acreditei que ninguém me amaria do jeito que eu sou, hoje eu sei que quem diz isso é o tipo de cara que não sabe amar (e o mundo está cheio desses, prontos para manipulações psicológicas de garotas desavisadas). 

Pronto, taí, com cheirinho de melado.
(Prometo não excluir o blog)
(eu não conseguiria)

quarta-feira, 9 de março de 2016

Ainda vem

Cachorro se curando da doença perigosa, ainda bem, minha deusa, ainda bem
Aulas começaram e seguimos na resistência, ainda bem. Ainda bem, minha deusa.
Passando por momentos burocráticos, mas ainda bem.
Atravessando em meio à conflitos, ainda bem. Minha deusa, ainda bem.
Movimento intenso em casa, muita gente, pouco espaço. Ainda bem.
O amor ainda em alta, cabelo de travesseiro, felicidade constante. Ainda bem.
A correria não me deixa parar
Vai vir paz?
Ainda vem

sexta-feira, 4 de março de 2016

de leve

Tanta coisa aconteceu
pensei nunca mais falar de amor
mas como sempre estou aqui
e escrevo sobre você

agora você tem um nome
finalmente enxergo seu rosto
consigo identificar seu cheiro
já conheço seu corpo

e se me perco em seus cabelos
me deixe ficar mais um pouco
esperei tanto por você
que me chamariam de louco

nos momentos de olhos fechados
onde eu ouvia sua risada
e só pensava, pensava
é tão bom te reencontrar.






quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

diário de bordo

Aprovadíssima. Saíram todas as minhas notas, estou satisfeita, minha rematricula está feita e eu ainda tenho um montão de férias para aproveitar.
Assim que chegar a minha amiga que vai ficar cuidando dos cachorros, vou dar uma mochilada por aí com o Iago. Estamos querendo chegar no Vale da Utopia, mas também quero ir pra Bonito, e tem tanto lugar pra conhecer que a gente não vai passar vontade. E pernas pra quê te quero!
Também ganhei de uma prima minha vários livros sobre política e história do mundo, já terminei o primeiro (um dos mais grossos) e até Março já terei lido tudo, tô bem interessada nessas leituras, quero me especializar politicamente (ou seja, parar de falar só o que eu vejo acontecer e saber citar também os mil nomes que os acadêmicos adoram).
Tá tudo nos conformes. A casa tá lá, lindinha, minhas flores começando a crescer. O Iago tá lá, lindinho, me dando aquele apoio que eu tanto gosto. Volta e meia os vagalumes visitam, e esses dias eu vi um tucano.
Também estou na tentativa de não comer mais derivados de animais. Não sei se vai ser pra sempre, nem se eu resisto, mas tô na luta a uns dias já e, por mais difícil que seja, tem rolado.

No mais, é isso. No geral tenho aproveitado as férias pra descansar e romantizar um pouco. Em breve as aventuras recomeçam, e o corpo tem que estar 100%.

Paz!

sábado, 9 de janeiro de 2016

por escrever, e por que não?

Sabe a vida? Ela tá boa. Acho que aprendi que um problema não significa o fim do mundo, e que as coisas passam.
Me sinto mais tranquila, e com certeza pego mais leve comigo mesma. Isso é importante, porque se questionar é bom, se boicotar não.
Os dias de abril ainda chegam. Ultimamente meus sonhos me mostram que ainda tenho em mim rancor de coisas que eu nem sabia que ainda incomodavam. São mágoas não resolvidas, e algumas nunca serão, mas elas ainda me travam mais do que eu percebo. E ainda assim só posso agradecer, porque os sonhos tem mostrado, e tendo consciência posso agir.
A vida tá boa.
Mas eu preciso cair na estrada.
Sinto falta de movimento, férias me entediam muito rápido, quero viajar, preciso viajar. Quando fico quieta a mente começa a trabalhar contra mim e, sobre isso: chato. Tenho meditado, e tem ajudado, mas ainda não é o suficiente porque, d'oh, sou humana (eu acho).
O lado bom? Estou bem comigo mesma, me sinto preparada pra enfrentar -com ou sem ajuda- qualquer situação que eu precise passar; ainda quero continuar na faculdade e me formar; meu livro tá ficando lindinho; a vida vai bem.


toma uma conjuntivite aí procês (procês quem?)




aonde?

aonde me encontro
vejo mais pegadas na areia
embora cada uma vá para um lado
sabemos que os outros também estão lá
em algum lugar
na sua própria caminhada particular
passando os obstáculos dos caminhos que escolheram
assim como eu

as vezes pegadas se encontram
dançamos todos juntos
e nem o vento consegue apagar a marca de nossa presença

que saudades de casa

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

2016 com cheirinho de samba

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do Brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola


Singela, direta, ah vida, você anda muito boa!
Vem que vem, 2016 de Oxalá e Iemanjá, sou de vocês