quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Inferno

 Deve ser muito bom não ter depressão. Eu não quero falar nada, embora a vontade seja explodir tudo. O maior desejo é o de sempre, de sumir e poder parar de fingir ou me esforçar, só queria ser escrota e egoísta como vejo as pessoas sendo sem nenhum peso na consciência, e eu invejo, é melhor do que querer sumir. Do que chorar sozinha porque não sobrou ninguém. De entender que vamos morrer sós e isso dói. Inferno. Eu escrevo e meu cachorro lambe minha perna, ele se importa e minha vontade de sumir só faz me sentir insuficiente, ele tbm merecia uma dona melhor. 

sábado, 12 de novembro de 2022

Vai dar tudo certo

 Não tenho tempo para perder toda minha construção por mais um amor que se vai. A vida não para, quem para sou eu, não tenho porque escrever se Di Melo já falou tudo que sinto, desde "João" à minha "Aceito tudo", entre outras, o bicho é foda, né?

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Coisas que não se vão

 Ser suicida é foda. Você nunca deixa de ser suicida, ou pelo menos é nisso que acredito hoje. Você pode racionalmente estar melhor, mais preparade para a vida, mas a verdade é que não importa, a loucura circula por aí e qualquer um pode ser a próxima vítima. Muitas vezes sou eu. Minha loucura circula a todo tempo, numa velocidade imensa e, mesmo quando o racional diz "nunca mais vou fazer isso", meu emocional berra que quer ir embora, desaparecer, que já tentamos demais e que só estamos aqui porque somos úteis para alguns. E é sincero, hoje não existe nada que me prenda nesse mundo, as coisas que amo não são motivo suficiente a partir do momento que me considero um incômodo descartável, meu cachorro, até ele, ficaria melhor sem mim.

Escrever ajuda, porque, como sempre, sinto que esse é o único espaço que tenho para me abrir. Acho que nunca fui amada, não de verdade. Talvez também nunca tenha sentido amor. Talvez paixão seja tudo que exista e quando acaba, acabou, e isso seja até bom por conta dos ideais malucos de amor romântico e blá blá blá. É tão difícil assim achar alguém que ficaria feliz ao meu lado? Entre quem nem quer estar e quem esteve infeliz, nunca achei. 

A frase "escada para autoconhecimento alheio" acaba comigo, porque nunca sintetizei tão bem o que sinto. Tenho uma lista de nomes gratos pela compreensão de, ao pisarem em mim, eu entender o porquê. Como uma idiota faria. Como só a maior das idiotas faria, quase uma Madre Tereza de Calcutá de homens adultos que não sabem o que querem. 

E no fim todos se vão e eu não conquistei nada além de traumas novos e tentar aprender a não pensar em suicídio sempre que me encontro assim, descartável, passível de receber mentiras porque... nem eu sei porque as pessoas se sentem tão à vontade. Queria saber para então impedir.

Eu sei que todo relacionamento envolve um risco, sei que pode não ser eterno, o problema não tá aí, tá em ter percebido desde o começo que eu era apenas um desafio e querer muito acreditar que não, que era sincero.

Mas que merda, eu tô muito brava comigo mesma. Brava em cair nos mesmos papinhos, brava demais por estar chorando por alguém que absolutamente não me ama, brava pelo meu ex que disse que isso ia acontecer e vai ficar feliz em saber que estava certo mesmo que não tenha sido uma pessoa melhor comigo, brava. Brava por me abrir, de novo, como uma idiota que acha que os outros podem pegar leve depois de conhecer minhas vulnerabilidades, mesmo sabendo que isso nunca nunca aconteceu antes, ninguém pega leve, não existem segundas chances comigo, as segundas chances sou eu quem dou (e terceiras e quartas, pois burra). 

Cansada de lidar com a humanidade e cansadíssima de lidar comigo mesma. Eu não vou sumir, a única segunda chance que tive na vida já foi usada e sei que se eu tentar de novo vou conseguir, não quero tentar porque não quero conseguir, sei que no futuro vou olhar tudo isso e me sentir mais burra ainda "porque chorei por alguém que cagou tanto para mim?". Só quero que esse momento chegue logo.

Por enquanto só queria sumir. Mas que inferno de existência.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Começou com O Ar e terminei sem ar

 Vai, fala então pra mim 

 Tudo que eu não fiz 

 Pra te fazer feliz

 Eu sei tudo que eu vivi

 E o que eu tive que ouvir

 Não sei como eu não morri

 É solitário a gente não pertencer

 Dormi no ônibus, sonhei que ia bater 

E se eu sobreviver? 

Quando eu respiro eu nem sinto o ar 

Nem sei se eu tenho o suficiente pra cantar 

Mas até lá...

 Vou ter que me virar, como sempre 

Vou ter que superar, como sempre 

 Às vezes eu me sinto só

 Sei que não sou só eu 

Vou ter que me virar... 

 Sempre que eu puder falar 

Eu não vou me calar 

 Sentir isso sozinho mata

 E talvez seja mesmo assim 

Essa parte de mim 

Me abençoa e me desgraça 

 Às vezes não sei mais porque tô aqui 

Dormi no avião, sonhei que ia cair 

Mas eu sobrevivi 

Quando eu respiro eu não sinto o ar 

Nem se eu tenho o suficiente pra cantar

 Mas até lá... 

Vou ter que me virar, como sempre 

Vou ter que superar, como sempre 

Às vezes eu me sinto só 

Sei que não sou só eu 

Vou ter que me virar, como sempre 

Vão ter que me engolir, como sempre 

Às vezes eu tô só o pó 

Mas é problema meu


Mais valetes né

 Vou me honrar porque tô decidida. Não me implorar, pois não preciso e tô cansada. Um pouco brava também, para variar comigo, mas sei que isso vai passar logo porque é coisa do momento, do ego abalado, e eu não preciso disso, não agora. Cansaço é a palavra-chave.

Um dia talvez eu encontre o que tô procurando, um dia não. Só não vou me modificar mais para caber no lugar de ninguém, quero ser vista de verdade, amada de verdade, o raso não me atrai, pode até consolar por um momento, mas não é o suficiente para mim. Até queria que fosse. 

O ponto é, vou me honrar e tô decidida.

Duvidou de nós

 Tô sozinha de novo. Sem mágoa ou raiva, só agradecimento e um pouco de medo pelo futuro, mas um medo até que bem resolvido, pelo menos por agora. Eu ainda estou aqui. Percebo com mais clareza o que busco, ser vista não devia ser tão difícil, mas é, talvez não para todos mas para todos que encontrei. Tudo bem, que não é culpa de ninguém, mas o que faço com essa informação? Me basto, cansada como sempre, ou alimento a esperança de que um dia chegará alguém que não vá me ver como um peso a carregar? Com medo ou sem medo, por enquanto eu tô bem, ciente do que já sobrevivi, sei que a vida não pode esperar. Até amanhã.