Ninguém é especial ou insubstituível, nem eu, e ok. Ninguém vai gostar apenas de mim, nem deve ser assim, e ok. Não existe hierarquia emocional, gostar de alguém não diminui o sentimento por outro alguém, se isso não acontece comigo não precisa acontecer com os outros. Talvez as pessoas me troquem, relações acabam, acontece e não precisa ter um culpado, nem a outra pessoa, nem eu ou minhas atitudes. Eu não gosto de mentira, mas existem coisas que eu não preciso saber, é a vida dos outros, e também não preciso contar tudo da minha vida. Eu sou quebrada, mas não preciso me sentir menos importante, aprendi a viver sozinha, mesmo que goste de pessoas. Me fecho, não nego, abro se conseguir, talvez nunca consiga, me arrisco, isso sou eu, mas gosto de saber onde piso. Ninguém faz favor ao ficar comigo, ao contrário, ficar só é mais fácil e minhas relações são eternas, eu fico sozinha apenas se quero (e as vezes quero). Eu sou difícil. Eu SOU difícil e, pior, nem ligo, ature quem puder. Eu vejo tudo, inclusive o que pensam que não, mas sou experd em me fazer de tonta, aproveitando que vocês caem. É conveniente pra mim, um teste pessoal que gosto de fazer, segurança também, o quanto posso contar com alguém, o quanto pensa que eu não sei, o quanto se aproveita disso. Desconfiada, sempre, forjada assim. Ciumenta, embora odeie cada segundo. Insegura, só as vezes, quando a depressão dá as caras, mas não tenho mais medo dela, já vi o fundo do poço aquele dia e, em algum momento, vou me perdoar por isso, por saber que não sou mais refém da minha maior fraqueza. Estou viva e bem comigo, não sou tapa buraco, de tapada só tenho a cara, eu tenho muito a dizer e nada, nada me cala. Fique ao meu lado quem quiser, me sinto pronta para deixá-los partir.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
domingo, 23 de janeiro de 2022
Transmutação
Eu não sei o que aconteceu ou como aconteceu, sei que mudou, embora não entenda bem para onde, sei que precisava falar, porque o não-dito me sufoca e, embora agora mais familiarizada com as crises de ansiedade, não quero mais alimenta-las.
Vou dizer para vocês, não foi só bom, foi tão bom quanto poderia ser, do começo ao fim, talvez por isso doa tanto constatar que, novamente, nem sempre é possível consertar as coisas, não imediatamente, não das formas menos dolorosas.
Meus olhos seguem ardendo e eu nem ligo, temos tanta coisa para viver, todos nós, vou sentir cada segundo de falta, mas farei com a consciência de que o pra sempre, mesmo que mude, ainda existe. Eu só agradeço.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Argh
O problema é que você precisa de uma heroína, até pior, merece uma, enquanto a carapuça de vilã sempre me coube muito bem, não é que eu aceite, que seria um caminho fácil também, mas eu observo e, com isso, vejo quanto mal eu causo. Esse não é um texto vitimista, me responsabilizo por todas as minhas ações, incluindo as irresponsáveis ou egoístas, mas, sendo mulher, também fui ensinada desde muito cedo a não me colocar em primeiro lugar, difícil tirar essa sensação de que eu não estaria me sentindo tão presa e questionada se eu fosse um homem. Mas sei lá, homem não sou e "e se" não existe, só existe eu, minhas ações e suas consequências.
Quanto tempo aguento fingindo que consigo administrar (ou consertar) tudo isso? Quão disposta eu tô a ceder em um momento que finalmente acordei para mim? E, principalmente, quê que eu faço da minha vida?
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Para um mundo
Se em suas expectativas existe uma caixinha onde pensa que eu, tão pequena, caibo, sinto muito, não me limito nem em mim mesma, sou mutável, graças a mim, aqui estou, nua e crua, mas verdadeira, principalmente comigo e mesmo nas respostas que tenho medo de me dar. Ah, não vou pedir socorro, vou entrar de cabeça em mim, sem medo do que vou encontrar, cansada de me importar tanto. Quero não ter que me justificar mais do que o necessário, ou me divertir sem culpa, ao menos reaprender a me divertir já vai bem, não sei por quanto tempo esse momento vai durar, mas estarei aqui para aproveitar, eu sou isso também, dentre tantas coisas não é essa a parte que eu quero mudar em mim, não serão as caixinhas que me limitarão (eu espero).
sábado, 15 de janeiro de 2022
Argh
Eu só não tô bem, e quem tá bem, também? A gente tenta se ajudar na medida do possível mas estamos todos, todos sozinhos, não precisava ser um problema, mas se tornou, pelo menos é o que noto, porque estive sozinha por tanto tempo que, ah, cansa esperar quem entenda, e ninguém o fará, a não ser o reflexo do espelho e olha lá, olhe lá. Não tenho vergonha do choro, fraqueza apenas em um mundo de homens, eu não ligo para as regras dos homens, mas quão difícil é viver em um mundo feito para eles, ao menos quando não se é um?
Eu não tô sozinha, eu tenho gente, mas eu tô tão tão quebrada que é difícil me permitir arrastar mais gente para isso
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
Ter a pia (kkkkmmfff)
Ok, hoje voltei para a terapia, finalmente achei um psicólogo que bateu um match, no sentido de que consegue ler nas entrelinhas do que falo ou deixo de falar (ei deuses, se vcs existem, obrigada por mais essa). Consigo ver um final para os traumas do passado, o que não significa perfeição, no máximo dar espaço para traumas novos, hahaha! Tô vivona!
Se por um lado é meio duro reparar o quanto de caquinho ainda tenho que juntar, por outro não é nenhuma novidade e já tive tempo para superar que vou ter que fazer isso, e, na moral, tô resgatando aquela parte de mim que não foge da briga, se adormeci por sobrevivência é por ela que acordo novamente e, por mim, tudo bem, gosto da raiva, é a tristeza que me fecha.
Mas a depressão está controlada (obrigada deuses do escitaloprinho) e, sem ela, reaprendo a controlar a ansiedade também, dessa vez sozinha real, mesmo acompanhada, só que feliz por isso, eu tenho minhas próprias guerras, são minhas porque eu aguento, toma essa panacas! (Amo vcs leitores imaginários)
domingo, 9 de janeiro de 2022
Uma promessa quebrada e uma vodka barata
Primeira desilusão comigo mesma, já manda a tradição, quando o passado toma conta e traz todas aquelas lembrança, eu não quero viver no passado, veja bem, foram anos e anos entendendo que as marcas são lembretes, não pesos, mas até meus combinados comigo ficaram meio de lado, e já foi um tempo, e a culpa é minha, eu gosto de assumir para mim aquilo que não quero manter. Foram muitas histórias, vívidas e vividas, mais do que qualquer um poderia imaginar, porque eu falo muito, eu falo demais, mas aquilo que não falo que verdadeiramente importa, e quem aguentaria, se nem ao menos eu aguento? E por isso aguento tanta coisa, inclusive o peso de ser eu mesma, com medo mas sem amarras, pronta para os julgamentos, cansada, muito cansada.
Eu sou brava, eu sou ruim, mas sou honesta comigo mesma e, hoje, isso tem valido mais do que qualquer armadilha mental, eu me permito em um mundo de reprimidos, mas guardo em segredo absoluto o preço que isso traz, e faz parte, não estou arrependida. Mas ainda é meio solitário e que assim seja, também. Sou sozinha há tanto tempo.
sábado, 8 de janeiro de 2022
A vida em seus métodos
Curioso que eu, que sempre acompanhada me sentia sozinha, hoje sinta tanta falta de mim. Não é que o pior já não tenha passado, eu gosto de acreditar que sim, mas agora estou precisando dar conta de tanta tanta coisa que falta tempo para mim, para desacelerar e fazer as perguntas doloridas, aquelas que quero evitar responder. Um lado meu gosta do conflito, da dúvida, da certeza de estar viva, mas o outro quer ter muito bem firme a ideia de que eu gosto de mim mesma, que tô bem com quem eu sou, e eu tenho dúvidas, porque ainda é muito difícil não me sentir uma bomba invadindo a vida das pessoas e implodindo o que elas tinham como fixo, e nem sempre da forma boa, eu dou trabalho, nem queria, mas dou. O medo fala mais alto, logo agora que aprendi que viver sem ele é não arriscar, eu gosto disso, quantas vidas nós temos? Só temo ser o problema, a teia, todos esses papéis que aceitei ter um dia, mas não quero mais carregar essas cicatrizes, esse papel de vilã, vou superar isso também, tô começando a ficar expediente (eu acho)(ou espero).
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
Ah, as tradições, roda!!
Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno, de deus, do mal
Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão
Se o que você quer em sua vida é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, cê reza, cê pede, implora
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei... sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fel
E que a guerra é produto da paz
O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber sem tentar?
Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou antissocialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou egoísta, eu sou
Eu sou egoísta, eu sou
Por que não?