segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O encontro de verão de duas pessoas-nuvens


As vezes o universo nos cria pegadinhas, situações inesperadas que rodam toda nossa visão de vida e nos mostra que, bom, é tudo muito complicado e viver é a solução.
Esse confronto de casualidades podem vir como dinheiro achado na rua, um baralho onde surge inexplicavelmente um coringa, ou um trovão. 
O trovão é resultado do choque entre duas pessoas-nuvens, e duas pessoas-nuvens são o resultado das casualidades complexas em que a vida nos joga, o famoso pular do trampolim.
Duas bolinhas de malabarismo se chocam no ar e formam uma pessoa-nuvem. Duas pessoas-nuvens se chocam na terra e formam o trovão. O trovão é o coringa, ilumina o túnel escuro e nos mostra o caminho. É a ordem em meio ao caos mental.
Quando um coringa passa por um ás, deixa marca. Quando um coringa passa por outro coringa ele deixa saudade, mas a junção de universos não rouba nada, apenas acrescenta. Do trovão vem a luz permanente, cravada em nosso cérebro pela necessidade de manter-se bem sozinha. Pessoas-nuvens aprendem rápido como se joga, e nisso temos novamente o pular do trampolim.
É uma sensação única, a ideia de pisar no escuro sabendo que ainda assim chegará no final da caminhada. Mais único ainda é o adeus inacabado, de quem não está deixando uma parte de si ir com o outro, mas está levando uma parte do próximo para si mesmo, sem desfalcá-lo. É a soma, não a subtração. É biológico, espiritual, artístico, confuso. É lindo, é leve, é nuvem.
Não preciso concluir essa mensagem, ela não precisa ter um fim. Duas nuvens se chocam e, no final, seguem seu rumo.
E então os universos se misturam na transição. 


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