É sempre assim, fico em crise existencial e aí vejo que é Yule e passa a fazer mais sentido. A chegada do inverno veio com muita confusão, interna, como sempre, e felizmente o sol deu as caras, mesmo que já já pareça que vai chover de novo.
Olha, eu sou religiosa, a verdade é essa. Religião me ensina, pode não funcionar para mais ninguém, não ligo, acho conversão uma coisa ridícula e potencialmente brega, mas quero poder falar do que eu acredito, porque eu vivo de metáforas, no fim.
A noite mais longa do ano também significa que o frio chegou no seu auge e, a partir daí, mesmo que em seu próprio tempo, começa a ficar para trás. Na antiga religião é referente a quando a deusa pari o deus sol, que morreu junto com o planeta no inverno, e ele pode voltar a crescer. E eu tenho me sentido assim, olhando mais para a criança que fui, o que me fez chegar até onde estou (e eu ainda estou aqui) e o que eu quero daqui para a frente. Ainda tô no meio dessa confusão, não tenho essa resposta, mas acho que tô aprendendo a conseguir um olhar mais honesto sobre tudo isso.
Eu vou bem. Eu tô mal, tendo que lidar com tudo aquilo que tenho medo, mas vou bem, porque tô lidando e, dentro das minhas vulnerabilidades, tô encarando de frente. Passei anos escrevendo nesse blog sobre medo, acho que tenho perdido ele. Sei que o medo é natural e justificável, mas perdoar minha ansiedade e depressão não significa se afundar nela, só aceitar e lidar. Devo dizer, fazer isso sozinha tem sido bem melhor, eu sei que sempre tapei meus buracos usando (no sentindo de "viver por") pessoas. O medo de ficar sozinha sabendo que sempre estive, o medo de admitir que alguém não é bom para mim, mesmo que isso não transforme a pessoa em ruim, o medo de admitir que eu não estava bem o suficiente para estar ao lado de ninguém, enfim, muitos medos, ainda vou escrever sobre eles, preciso lembrar, é assim que funciono.
Esse blog me ajuda muito. Eu sou sozinha, mas ter algo onde eu possa organizar meus pensamentos, nem que seja para discordar deles momentos depois, sei lá, me ajuda muito. Isso e minha terapia (e os poucos e bons amigos que tenho mantido).
Seja bem vindo ao mundo, deus, eu estava com saudade, e obrigada, mãe, pelo esforço em trazer ele novamente.
(já aviso que deve ter muito erro de ortografia e concordância e etc, não reviso meus textos aqui, não sou paga para isso e felizmente ninguém nem lê, tô falando isso para minha eu do futuro que vai me xingar por ter deixado passar algo mto grotesco ou sl)