sábado, 31 de dezembro de 2022

Uma curta retrospectiva

 2022 foi um ano dissimulado.

Eu me apaixonei, me profissionalizei mais, quebrei minha cara de inúmeras formas, fui casada duas vezes em um ano só, voltei a me abrir com pessoas aleatórias, consegui novos chefes, estudei japonês e comecei a aprender, enfim, inglês, eu me mudei para um apartamento que é todo meu, fui no cinema e não tive crise de ansiedade, beijei na boca e nem estava esperando, tive covid, passei a refletir mais sobre quem quero manter de amizades e porquê, me fechei, me abri, me fechei, me abri, chorei muito, me senti insuficiente e descartável, me percebi como suficiente e, sim, descartável, me expus, quero continuar me expondo, quero continuar com coragem de viver e de sentir.

Ainda não decidi a música do próximo ano, não faço ideia do que esperar, tudo que esperei para esse foi pura dissimulação, do destino ou das pessoas ao meu redor, então não estou criando grandes expectativas nos eventos futuros, tô mais é curiosa para saber como serei daqui para a frente. Curiosa e animada porque, embora ansiosa, eu sou muito corajosa para viver aquilo que tenho que viver.

Tenho uma forte impressão totalmente injustificada de que 2023 vai mudar minha vida para sempre, que algo grande vai acontecer. É uma impressão frequente e sem base, mas persiste e eu fico curiosa, tô deixando registrada aqui porque, se eu estiver viva no final de 2023, estaremos aqui para conferir.

Minha música esse ano só foi bater lá no finalzinho, digo, refleti inúmeras vezes sobre o tema, mas escolhi dividir quando devia ter sido egoísta e isso também me ensinou algo, fez sentido, bateu. Uma das lições desse ano é que ser sozinha é melhor, pelo menos euzinha QUERO ficar comigo mesma, já é mais do que eu encontrava em 2021, onde eu não queria estar comigo, e em 2022, onde os outros não queriam estar comigo. Não quero mais dar esse espaço para ninguém, isso daí vai muita terapia para resolver ainda, hahaha! Mas 2023 tá aí e talvez ele mude com tudo (me trazendo a mega da virada? não sei, será?).


Leitores fantasmas, desejo pra vcs um 2023 de Lula: picanha, cervejinha e amor. Sobrevivemos mais uma vez. Feliz ano novo.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Detalhes técnicos

 Esse blog tem mil anos, já deu para perceber que não reviso nenhum texto aqui, não é? Ok. 

Ainda é Natal

 Tô sozinha em casa, porque ontem não consegui dormir fora, mas hoje já tô bem mais tranquila. Fico chateada quando a ansiedade me rouba momentos com as pessoas que eu amo, mas essa semana vem todo mundo dormir aqui e em casa eu não tenho ansiedade, não preciso agir como se tudo estivesse perdido, também.

Eu quero muito ficar sozinha, mas vou me esforçar para ficar com minhas família enquanto eles estão perto porque sei que vou morrer de saudades depois e que logo menos terei bastante tempo sozinha para aproveitar, e nesse caso estou positivamente ansiosa, eu sei que a solidão vai bater, mas vou aprender a conviver comigo e gostar, já que até agora ninguém aprendeu, hahah. 

Para registro (que é o objetivo de tudo aqui), minha sobrinha lembra de mim e me ama (hihihi) e meu sobrinho é um bebê observador e risonho, viciado em queijo; minha irmã é uma pessoa incrível e eu quero reconectar algo entre a gente, porque não estamos afastadas com motivo não, mas a vida tem sido difícil e eu tô por fora da dela, quero me reaproximar; meu cunhado parece ser um cara animado e pró-ativo, um pai, e eu fico feliz que ele faça minha irmã feliz; esse meu núcleo de família é grande e deliciosamente confuso de explicar, estávamos na casa do pai da minha irmã (um cara muito gente boa, mas sou Fluminense graças a ele, hahaha) e da esposa dele (uma mineira típica: agregadora, gosta de fartura e é um amor de pessoa). Eu voltei para cá, meus pais dormiram lá, minha mãe sempre brinca que tem medo que meu pai e o pai da minha irmã se beijem. Ontem fiquei meio emocionada, sempre fico, porque é muito bom ter bons exemplos de que as coisas podem ser mais simples. 

É que nem eu disse, ontem foi ótimo. Pena que passei o dia tendo crise, mas foi ótimo. Escrevendo esse texto meus pés formigaram forte, acho que ando mesmo muito ansiosa, mas tudo bem, a vida tá mudando e eu não sou a pessoa que eu queria ser, um dia talvez eu consiga, vou aproveitar enquanto posso até lá.


sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal

 Minha vida tá uma completa loucura. Entre partidas e chegadas, eu não tenho tempo para viver meus lutos ou conquistas, tô misturando tudo na minha cabeça e o resultado tem sido o de sempre: depressão e, principalmente, ansiedade.

É uma droga começar o meu texto de hoje assim, mas eu chorei o dia inteiro sozinha porque ia ter dormir fora de casa. Fui, me diverti, vi pessoas que eu amo em um ambiente seguro e divertido, vi meus sobrinhos, cuja saudade me atormentou o ano todo, e minha irmã, que quero conversar mais do que tenho conversado mas, como sempre, geralmente não encontramos tempo, mas ainda vai acontecer. Ainda assim, chorei lá, escondida ou com minha mãe, que hoje nem sei se entende mais, mas apoia muito, com meu pai, que tem me surpreendido com posicionamentos que antes ele preferia guardar para si (e eu sempre preferi que não).

A minha vida está esquisita, tudo está esquisito. Eu não estou com medo do futuro, não é isso, o que é doido porque eu sempre tive, mas o que mais poderia acontecer? Falir? Ser abandonada? Se sentir com poucos amigos? Nada disso é novidade para mim, mesmo quando vêm ao mesmo tempo, eu sei que vou passar por isso também. E já estive mais sozinha do que estou, então posso até agradecer, de certa forma. 

Eu vou sair disso tudo a pessoa que finalmente luto para ser, vou me reencontrar e deixar de ser a pessoa tão boazinha que dá até para cagar na minha cabeça e ainda rir disso depois.

Enfim. Eu tenho depressão, eu tenho ansiedade. Eu não sou só isso e, quando eu me redescobrir nessa merda toda, talvez eu até encontre uma saída. Que assim seja e assim se faça. 

Feliz natal, se alguém ler isso. Odiei essa data por muito tempo, mas a verdade é que tem coisas que só o natal e, hoje, elas não são ruins. Bom demais ver minha família. Desejo que vocês (se existem) tenham um natal próximo da família de vocês também, de sangue ou não, pessoas importantes para nós têm que saber que são importantes para nós.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Pontinha

 Se julga como defeito minha melhor qualidade, sentir, ahh, eu ainda estou aqui e até que sinto. Estou voltando, sempre volto, estou grudada neste mundo como se fosse um carrapato. Quando a depressão diminui, bom demais estar viva.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Aceito tudo

 Olá querido blog. Esse é o primeiro post que faço com o celular novo, o que me deixa tãaaaao mais motivada para escrever!!!

Quero falar de mim, quero falar da vida, voltar a perder a vergonha de ser quem eu sou ou me basear por parâmetros alheios. Tem sido bom, sempre é, mesmo que nem sempre eu consiga.

Eu gosto muito de conhecer gente, embora eu ainda tenha que aprender o equilíbrio entre saber que tem gente se sentindo muito sozinha por aí e saber que eu não posso ser ouvido para todos, mas tem sido legal voltar a interagir, mesmo que aos poucos, sair da bolha que já não me deixava confortável.

Quero ser vista e não pre isso ter vergonha disso. Se eu fosse um homem cis esse tipo de pensamento nem seria problemático, quero sim ser vista, por que não? Sou honesta com expectativas e com tudo que sou, não engano, por que me podar só porque homens eventualmente dizem que devo? Parece óbvio mas é complicado, né não? Às vezes a gente nem percebe.

Não quero viver o mundão não, quero viver eu mesma, que é o que dá hahahah aceito tudo e desejo continuar