Antes de qualquer coisa, peço que leia essa matéria para entender o motivo da minha revolta.
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1220500&tit=Confusao-apos-bloco-deixa-feridos-no-Largo
Leram a matéria? Então continuem. :)
A questão é: Eu não sei e nem quero saber se atacaram qualquer coisa que seja em uma viatura da polícia, NADA justifica o comportamento vergonhoso que tiveram ontem, nada.
O Pré-Carnaval é a única coisa que podemos chamar de "comemoração para o Carnaval" em Curitiba, até porque a cidade fica deserta no Carnaval em si. Logo, lota de gente e bebida. É claro que tem aquela galera que fica podre de bêbado e perde a noção, mas também tem famílias, crianças, mulheres grávidas e "gente trabalhadora", e todos eles correram o risco de receberem uma bala de borracha na cara ontem.
E não venham me dizer "Ah, mas isso é porque eles reagiram", porque não houve reação, só tumulto e o pessoal correndo e se escondendo dentro de bares, sem contar as pessoas pisoteadas.
Faz um bom tempo já que a polícia em Curitiba mais mete medo do que dá a impressão de segurança. Não vou falar por todos os policiais afinal, qualquer generalização é burra, mas a grande maioria de considera acima da lei.
Já fui xingada por uma policial no meio de uma geral (E eu estava quieta), já vi amigos meus levarem três gerais em menos de 30 minutos pelos mesmos policiais (Como que pra garantir que não brotasse droga misteriosamente nas mochilas deles), já fui alvo de piada de policiais e já recebi tanta geral que quase esperei ver meu nome nos jornais como "suspeita de tráfico em Curitiba".
E é claro que nunca essas gerais deram em nada, tenho ficha limpa no cartório. Na realidade eu só levava geral porque estava uniformizada e com um grupo, e você deve saber que mais de três pessoas reunidas pode ser ou roda de maconha ou planos para, sei lá, matar o governador.
A situação chegou ao limite quando eu estava no Chafaz com mais três amigos, e tinham mais uns grupinhos espalhados por lá (Pessoas que eu não conhecia).
Era fim de ano, época de treinamento de policiais, e a viatura encostou no primeiro grupinho que estava sentado lá (Éramos o terceiro e último).
Deram geral neles, o policial mais velho explicando para os calouros como proceder.
Ao terminarem eles formaram uma rodinha e começaram a conversar, partindo para o segundo grupo e dando geral neles também.
Eu até cogitei a possibilidade de levantar e ir embora, mas quando você está na mira de uma geral e faz isso é como se assinasse um tratado de "tenho drogas", ninguém para pra pensar que geral é humilhante e não gostamos de levá-las.
"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come."
Quando terminaram de dar geral no segundo grupo eles formaram novamente a rodinha e pude ouvir o mais experiente falando para os calouros:
"Quando vocês acham um grupo suspeito, vá neles e dê geral"
E veio na nossa direção.
Grupo suspeito? Pooooorra. Estavamos em quatro pessoas, sem fazer NADA, só sentados e conversando na sombra.
Até hoje penso que aquela geral foi pelo Bello ter dreads.
E essa foi uma das milhares de situações que quem fica no centro vive, e está cada vez pior.
Eu nunca vi a polícia resolver quando um amigo nosso era assaltado (A gente tinha que fazer a justiça com as próprias mãos, e não venham dizer que isso é errado, porque se for esperar até encontrar um dos poucos policiais que prestam os assaltantes já estão de férias em Malibu).
Tá na hora da policia enxergar que repreensão gera violência, que só gera mais violência.
E de ser responsabilizada pelos seus atos.