sábado, 25 de março de 2023

Sobrevivendo ao naufrágio

 Sigo, estou aqui.

Tô num meio termo, de dia feliz com minha realidade, de noite triste, meus sonhos não facilitam e exploram aquilo que tento enfiar para dentro. Mas não tô me escondendo, eu observo, num sou besta e sei que tudo que tenho sou eu, não é novidade, não é a primeira vez e, na verdade, a cada sessão com a psicóloga percebo que tive que aprender cada vez mais cedo do que pensava. Mas acho que agora consigo olhar isso sem mágoa, eu aprendi a lição, sei lá se é a certa, mas somos sozinhos. 

Mas a graça tá no, mesmo sozinho, criar laços. Acho que me entendo melhor assim, não é uma obrigação, mas um caminho que escolhi, criar laços é o caminho corajoso e eu escolhi ele. Se fechar é tentador, mais fácil, mas um dia eu vou me confrontar com minha morte e, quando isso chegar, vou ficar triste se me sentir uma pessoa sozinha. Sempre fui sozinha, mas é tão bom estar junto, mesmo que não geograficamente. Eu sou tão grata pelas pessoas que carrego comigo, por um tempo foi peso, hoje eu vejo como escolha, eu escolho amar, faço isso porque sou corajosa. Meu erro foi não começar por mim, mas acho que, pelo menos nessa fase da vida, reaprendi. 

Pelo menos por enquanto.

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