quinta-feira, 14 de março de 2019

Desfazendo da mente as péssimas lições

Ser conveniente. Em algum momento da minha jovem fase adulta pensei ter tido o entendimento que era só ser conveniente com as pessoas e elas não teriam motivo para me odiar. Deixando para depois a análise sobre essa não-saudável necessidade de aceitação, paro para pensar um pouco sobre o significado de conveniência.

1- Que convém. 2- Útil, proveitoso. 3- Preciso, necessário. 4- Apto, capaz. 5- Decente. 6- Conforme às praxes, ao decoro.

E então segui em uma linha perigosa de tentar sempre agradar, se possível era. Posso ser útil para você? Vou te ajudar, mesmo que algo nessa ajuda me deixe de alguma forma desconfortável. Eu achava que tinha alguma espécie de limite, algo do tipo "estou fazendo por mim mesma, gosto de ver os outros felizes". É verdade, eu gosto de ver os outros felizes, mas não é verdade que eu estava fazendo por mim mesma. Demorei muito mais tempo do que minha auto-estima gostaria para entender isso, mais ou menos quando percebi que o mundo é infinito e, nessa imensidão, também terão aquelas pessoas que acham que sou inconveniente quando dou a minha opinião, ou quando faço uma escolha por mim, ou quando paro de viver por elas. É difícil, talvez impossível, manter um amor-próprio e também querer agradar a todos.
Eu busco ser uma pessoa minimamente agradável, porque isso me faz feliz, sorrir pros outros, cumprimentar, evitar ser grosseira, ficar animada de conhecer gente nova, umas besteirinhas, mas gosto mais de mim quando respeito o fato de que eu sou assim, só que tudo isso é diferente de achar que devo algo para alguém. Não devo a ninguém meu silêncio. Vou falar quando sentir que devo, e tomar decisões que me cabem quando eu decidir, meu nariz tá lá em cima. Tô viva, vim ao mundo fazendo barulho, não é agora que vou ficar calada.
Eu não quero mais ser conveniente só porque em algum momento dos últimos seis anos alguma coisa, não sei dizer nem o quê, me ensinou que já era tempo de parar de incomodar para começar a agradar. Se incomodar é ser eu mesma, nunca será tempo de parar de incomodar, mundo exterior, nunca será!

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