Muitas histórias em um quarto de século, eu andei muito, meu pé é bússola, estou viva, sangue quente das veias. Não tenho sangue de barata. Eu sinto, como sempre senti e, embora a maturidade chegue para várias questões, o medo segue. Tudo bem, porque ele sempre esteve aqui, é quase confortável, e se falta o sal e o tempero, caminho e encontro, demora mas encontro.
Eu sou uma criança. Eu assisto desenhos e acredito e sonhos e ainda não desisti, eu sou uma criança de olhos velhos e bem abertos, meus pés tem calos, minhas mãos tem calos, e se, por um breve momento de existência humana, se nesse momento eu esqueci daquilo que fui (sou), fiz (faço) e busco, sempre tenho tempo para relembrar.
Minha inteligência não cabe em notas, meus conhecimentos não estão num diploma, minha força não é medida no tanto de dinheiro que eu gero. Me importo excessivamente com bobagens e não me importo absolutamente com diversas coisas, gosto de escrever sobre mim, gosto do narcisismo de saber que eu só posso estudar à mim, e que só eu posso estudar à mim, gosto de pensar em mim, só que o foco agora é outro, não é pensar em tudo de errado que já fiz e causei, é pensar nas possibilidades, naquilo que eu posso ser, no percurso.
Eu estou sozinha, sempre estive. E também sou bem acompanhada, tenho sorte. A vida não é boa, mas ela também não é ruim.