Um lado meu quer ser vista, o outro quer se esconder, eles se odeiam e não sabem conviver, mas convivem, pois estão presos à mesma máquina. E seguem, criando estratégias e observando um ao outro, tentando buscar um equilíbrio quando os dois querem a preferência, rindo e debochando quando o outro lado se posiciona. Destroem a máquina só para que o oposto não usufrua. A máquina é um terceiro lado, criança paciente, vai se deixando usar descuidadamente, segue o fluxo, releva; quando sofre, dá os sinais, vários, minúsculos, sutis ou não, mas igualmente ignorados, crescendo silenciosamente como uma bola de neve.
Nisso tudo, um fio de cabelo eterno, uma essência energética e atemporal. E única. Diferente de cada outro pedacinho de universo que encontra por aí, observando tudo num fluxo interminável e pensa, num fluxo de pessimismo que faz parte de si: como diabos eu vim parar aqui?
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