Nada como infladas de ego para nos tirar do caminho certo e levar pro errado. Certo e errado, por si só, já são expressões perigosas, mas sigo no texto para entender a ideia. Não é difícil (mas pode se tornar porque sou confusa).
Após a identificação do que se gosta ou desgosta, agimos, buscando aquilo que nos falta. No meu caso, escrevo, outros pintam, outros fotografam, outros gravam, outros cantam, enfim, mil possibilidades. Ao agir, não temos a experiência de saber o que agrada ou não o 'público', e é possivelmente nosso último momento de espontaneidade facilitada. Por não saber o que o público deseja, agradamos a nós mesmas, partimos apenas dos nossos próprios princípios.
Com a fama, os "muito bom!", os "continue assim", e os "esse é o caminho!", vamos nos fixando naquilo que agradou. Agradou quem? Agradou você ou agradou você pelo agrado alheio? Relutamos em sair da zona de conforto, por medo de perder seguidores/amores/aplausos. Passamos a trabalhar em prol daqueles que nos consomem. Passamos a esquecer até aquilo que gostamos, para adequar àquilo que nos traz fama.
Aaah, a fama. Os doce 15 minutos que nos trazem alguma sensação de sermos amados, de estarmos no caminho certo (olhaí o "certo" de novo). Com o tempo, não precisamos nem mesmo refletir sobre o que produzimos e a influência do que produzimos, pois já temos os aplausos, e o que é melhor que os aplausos?
O senso-comum não alimenta, mas dá um gostinho que engana.
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