quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sonho e polícia.

Vou tentar anotar aqui meu sonho, porque foi longo e eu lembro alguns detalhes estranhos.
Primeiramente, estreia no teatro. Lembro que foi difícil arrastar os pés em direção ao palco (e isso tem muito a ver com minha fala ser a primeira da peça, igual foi com minha primeira peça de teatro).
No sonho também havia beijos em um cara que eu não conheço. Só sei que ele usava uma camiseta branca e cheirava mó bem.
Também tinha uma casa, porque todos meus sonhos tem uma casa, mas dessa vez era uma que eu não conhecia em sonho (porque várias vezes sonho com as mesmas casas, que só existem no meu subconsciente).
Não lembro de muito mais coisa, então mudemos de assunto. Quero contar pra vocês que essa semana eu recebi uma abordagem policial (geral, baculejo, etc) e que possivelmente foi uma das piores da minha vida. Já levei muita geral chata, muita geral grosseira, mas dessa vez foi demais. Éramos em quatro pessoas (eu, uma moça e dois rapazes), e tinha um momento onde haviam cinco policiais. Não vou me estender muito em detalhes da geral, porque é um saco ficar revivendo esse momento na minha mente. É ruim você saber que não está prejudicando ninguém, você saber que não faz sentido estar passando por aquilo, e ter que ouvir por cinquenta minutos os desabafos bravos e grosseiros dos policiais simplesmente porque eles sabem que você não pode responder.
Mas nós respondemos. Até a última nós respondemos. Um dos meus amigos foi levado pro módulo para averiguação de tanto que ele respondeu (sempre em voz baixa e de forma respeitosa, ele teve TODO o cuidado nisso). 
Essa geral já faz uns dois dias, mas ainda roda na minha cabeça principalmente por um motivo: o policial mais autoritário ficou me chamando a abordagem inteira de Aracaju. Eu não me ofendo por ser chamada de Aracaju, na verdade sempre foi um motivo de grande orgulho ter vindo de lá. Mas eu sei o que ele queria com isso, eu sei como pessoas com a mente dele pensam do local de onde eu vim. Eu sei que ele tentou me amedrontar, ridicularizar, ou algo do gênero. E ele sabe que não conseguiu, e isso visivelmente irritou ele lá, porque cada vez que ele me chamava de Aracaju eu erguia mais a minha cabeça, porque EU sei o que significa ser de Aracaju, enquanto ele provavelmente não saberia me responder em que estado minha terra fica.
Precisamos de uma desmilitarização da polícia. É essencial que as pessoas parem de morrer a torto e a direito pelo policial estar acima da lei. É essencial que a polícia tenha um diálogo com a população, e não uma relação de poder. Nós precisamos de mudança PRA ONTEM (ou ante-ontem, ou mais, já foram mortes demais!).
Não vou abaixar a cabeça pra nossas leis falhas, não vou ter medo de policial mesmo sabendo que, pra minha segurança, eu deveria. Eu me recuso a participar dessa farsa toda de que polícia tá aí pra minha proteção. Não é, nunca será. Nem eles fingem mais que estão aqui pra isso.
Só cai nessa piada quem prefere empurrar o problema com a barriga, e não sou eu.


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