quinta-feira, 20 de junho de 2024

Feliz Yule

 Hoje foi um dia interessante. Eu não gosto de marcar compromissos para noite, porque me faz ficar o dia inteiro ansiosa, mas hoje foquei no que tinha que fazer e consegui me organizar. 

Tinha uma reunião com a chefe desse trabalho novo, do livro, uma pessoa que conheço há anos, me viu crescer, e agora entramos nesse projeto juntas. É muita coisa em jogo, mas, dessa vez, de uma forma boa. É o tipo de trabalho que eu mais gosto de fazer e sempre quis ter essa oportunidade; é uma pessoa que eu admiro, mas que essa admiração não vira medo, e cujo projeto também significa algo grande. Meu tipo de trabalho, se eu puder escolher. 

Só que, pela importância que eu dou, a pressão aumenta, e não é como se eu precisasse de muitos motivos para ser uma pessoa ansiosa. São muitas questões, querer fazer o livro perfeito, agradar ao máximo a expectativa alheia, o medo dos prazos (já conhecido em começo de projeto), o medo de surtar, falhar, enfim. Medo é a palavra que esse blog mais viu.

Mas eu fui, que é o que tenho feito, e deu certo. Minhas ideias foram acatadas, o que me deixou feliz e confiante para continuar, e a reunião em si me deixou confortável sobre o que está por vir.

Além de quê, foi bom conhecer melhor minha chefe. Ela conviveu muito comigo quando eu era criança, depois nos separamos e, desde que voltei para cá, além de encontros rápidos e pontuais (ela que me doou o primeiro fogão que tive aqui. E um colchão, em outra casa), a gente ainda não tinha, sei lá, tudo a chance de se reconhecer. 

Eu sou uma boca de sacola, já assumo, sou trintona o suficiente para não tentar mudar, graças aos deuses. Ela me (re)conheceu em uma noite, e eu a (re)conheci, gostei muito do que vi, foi bom enfim estarmos como iguais, adultas. Veja, eu brincava com a filha dela, que eu acompanhei a gravidez (três anos de diferença e uma memória infantil impecável), éramos vizinhas com uma casa no meio, a antiga casa dela - eu contei para ela, pois boca de sacola - é um dos cenários mais frequentes dos meus sonhos (embora nos meus sonhos ela tenha seis andares, e não dois, como realmente tinha).

Mas agora fomos duas mulheres fodas num bar conversando sobre as coisas que já vivemos e o que queremos, foi bem legal. E o bar tinha um banheiro limpo. 

Aí vejam, né, como as coisas são. A gente lá e uma hora ela me avisa: "um cara passou a mão no meu pé"! "Como assim???", "passou a mão no meu pé". 

Discretamente me mostrou o cara, tava lá no bar também, enfim, continuamos a conversar. Aí já, já ele para na mesa todo meio sem jeito porém ousado o suficiente para estar ali. Fala algumas abobrinhas rápidas do tipo "tava ali, PASSEI A MÃO NO SEU PÉ DUAS VEZES, agora você cruzou as pernas, não deu", NORMAL, PAPO NORMAL, aí ele "mas posso falar uma coisa?", eu na lata "DEPENDE", porque, assim, ele tava tentando ser um cara ok, mas ele tava tentando isso depois de pelo visto ter passado a mão (SEI LÁ COMO) duas vezes no pé dela? Meu amigo? Aí ele mandou um papo de que "ah vocês são muitos bonitas, mas VOCÊ", apontou pra chefa, "tem uma aura muito bonita!". 

Ele saiu o mais educado que alguém que PEGOU NO PÉ DE UMA DESCONHECIDA poderia sair e ela, cria de uma geração anterior, comentou que pelo menos ele foi educado. 

Deixo aqui o registro para os possíveis homens imaginários deste blog, de quaisquer idades. Não foi uma péssima abordagem, na próxima comecem com ela antes de encostar em alguém. 

Finalizado o momento educativo, foi uma ótima noite. Depois do assunto trabalho conversamos sobre tudo e todos, nossa cerveja preferida é a mesma (que não vou mais ficar revelando sem patrocínio KAJSKA) e foi legal ir num bar na cidade que moro, para variar.

Pelo visto também me inspirou a escrever, o que é muito bem vindo, já que é o meu trabalho agora (💜). 

Eu estava esperando o evento que definiria o começo do meu segundo semestre, foi esse. Já posso usar minha última tinta ruiva e descobrir qual a próxima cor. 


P.s.: Meu único arrependimento da noite foi ter tido tantas oportunidades de falar para minha amiga-porém-chefe que eu sou "cuco-cuco, cuco-cuco" (girando o indicador ao lado do rosto 🤪). Não estou exagerando. 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

😤

Ow, vou dizer. Meus bichos são a coisa mais linda pela qual dedico a vida. Dar uma vida bacana pro Ramelão, Fora da Lei, Cafuné e Naruto é o meu compromisso, escolhido e carimbado, nem sempre acerto, mas estou sempre tentando. São minha prioridade. 

Aí tem a parte familiar, que não vou detalhar aqui, mas que #$(@-$("(.

E tem minha queridíssima amiga Raquelzita, trinta vezes vencedora do troféu amiga leal e paciente, sem obrigação nenhuma de estar, porém sempre  disponível para me ouvir. Se esse fosse um testamento, quel, vc levaria todo objeto de valor que eu tenho (meus pêsames, amiga), é minha forma de agradecer todas as vezes que você esteve aí.

Isso não é uma despedida, é só um exercício de valorização. Eu tenho várias coisas boas na minha vida. Elas não anulam as ruins, mas ainda são boas o suficiente para se valer viver. 

E eu ando toda fudida capenga cheia de merda
Mas eu tô felizona com a vida que, com erros e acertos, estou construindo. Essa vida está acontecendo, eu estou cada vez mais aqui. Quando decido interferir, interfiro. Quando não, não. 

Eu aprendi faz tempo, toda escolha é o preço que se paga, eu pago para ver sempre, é um defeito, mas é legal também. Pelo menos movimento.

Enfim, papo de bêbada, dia difícil, semana difícil. 

E eu quero estar aqui. 

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Aaaah vidinha danada

 Essa semana foi arrastada. Foram quatros transcrições, o que atrasou meu trabalho no livro, mas tudo bem, não quero dizer que foram mal vindas. Só estou cansada, meio bêbada, minha mãe foi para o hospital de novo, segunda vez em duas semanas que ela tem febre, é um saco, não acusa infecção (o que é bom), mas a única explicação até então é que pode ser efeito da quimioterapia. 

Eu tenho medo de febre desde que descobri a existência de sepse, mas também sei que sou dona e proprietária de uma mente neurótica, então tento me manter firme. Minha mãe tem uma saúde legal, muito melhor que a minha, bem mais nova. Ela vai ficar bem.

Eu tô vivendo a cada dia. Tem dias que são para o trabalho, outros para a casa, outros para mim ou a família, ainda com o erro de escolher entre um ou outro. Mas as coisas estão acontecendo, e isso me deixa feliz, gosto de movimento.

Foi um dia difícil em uma semana cansativa, mas eu ainda estou aqui, minha mãe também, vocês também. Pelo menos por hoje nós estamos aqui.