Hoje foi um dia interessante. Eu não gosto de marcar compromissos para noite, porque me faz ficar o dia inteiro ansiosa, mas hoje foquei no que tinha que fazer e consegui me organizar.
Tinha uma reunião com a chefe desse trabalho novo, do livro, uma pessoa que conheço há anos, me viu crescer, e agora entramos nesse projeto juntas. É muita coisa em jogo, mas, dessa vez, de uma forma boa. É o tipo de trabalho que eu mais gosto de fazer e sempre quis ter essa oportunidade; é uma pessoa que eu admiro, mas que essa admiração não vira medo, e cujo projeto também significa algo grande. Meu tipo de trabalho, se eu puder escolher.
Só que, pela importância que eu dou, a pressão aumenta, e não é como se eu precisasse de muitos motivos para ser uma pessoa ansiosa. São muitas questões, querer fazer o livro perfeito, agradar ao máximo a expectativa alheia, o medo dos prazos (já conhecido em começo de projeto), o medo de surtar, falhar, enfim. Medo é a palavra que esse blog mais viu.
Mas eu fui, que é o que tenho feito, e deu certo. Minhas ideias foram acatadas, o que me deixou feliz e confiante para continuar, e a reunião em si me deixou confortável sobre o que está por vir.
Além de quê, foi bom conhecer melhor minha chefe. Ela conviveu muito comigo quando eu era criança, depois nos separamos e, desde que voltei para cá, além de encontros rápidos e pontuais (ela que me doou o primeiro fogão que tive aqui. E um colchão, em outra casa), a gente ainda não tinha, sei lá, tudo a chance de se reconhecer.
Eu sou uma boca de sacola, já assumo, sou trintona o suficiente para não tentar mudar, graças aos deuses. Ela me (re)conheceu em uma noite, e eu a (re)conheci, gostei muito do que vi, foi bom enfim estarmos como iguais, adultas. Veja, eu brincava com a filha dela, que eu acompanhei a gravidez (três anos de diferença e uma memória infantil impecável), éramos vizinhas com uma casa no meio, a antiga casa dela - eu contei para ela, pois boca de sacola - é um dos cenários mais frequentes dos meus sonhos (embora nos meus sonhos ela tenha seis andares, e não dois, como realmente tinha).
Mas agora fomos duas mulheres fodas num bar conversando sobre as coisas que já vivemos e o que queremos, foi bem legal. E o bar tinha um banheiro limpo.
Aí vejam, né, como as coisas são. A gente lá e uma hora ela me avisa: "um cara passou a mão no meu pé"! "Como assim???", "passou a mão no meu pé".
Discretamente me mostrou o cara, tava lá no bar também, enfim, continuamos a conversar. Aí já, já ele para na mesa todo meio sem jeito porém ousado o suficiente para estar ali. Fala algumas abobrinhas rápidas do tipo "tava ali, PASSEI A MÃO NO SEU PÉ DUAS VEZES, agora você cruzou as pernas, não deu", NORMAL, PAPO NORMAL, aí ele "mas posso falar uma coisa?", eu na lata "DEPENDE", porque, assim, ele tava tentando ser um cara ok, mas ele tava tentando isso depois de pelo visto ter passado a mão (SEI LÁ COMO) duas vezes no pé dela? Meu amigo? Aí ele mandou um papo de que "ah vocês são muitos bonitas, mas VOCÊ", apontou pra chefa, "tem uma aura muito bonita!".
Ele saiu o mais educado que alguém que PEGOU NO PÉ DE UMA DESCONHECIDA poderia sair e ela, cria de uma geração anterior, comentou que pelo menos ele foi educado.
Deixo aqui o registro para os possíveis homens imaginários deste blog, de quaisquer idades. Não foi uma péssima abordagem, na próxima comecem com ela antes de encostar em alguém.
Finalizado o momento educativo, foi uma ótima noite. Depois do assunto trabalho conversamos sobre tudo e todos, nossa cerveja preferida é a mesma (que não vou mais ficar revelando sem patrocínio KAJSKA) e foi legal ir num bar na cidade que moro, para variar.
Pelo visto também me inspirou a escrever, o que é muito bem vindo, já que é o meu trabalho agora (💜).
Eu estava esperando o evento que definiria o começo do meu segundo semestre, foi esse. Já posso usar minha última tinta ruiva e descobrir qual a próxima cor.
P.s.: Meu único arrependimento da noite foi ter tido tantas oportunidades de falar para minha amiga-porém-chefe que eu sou "cuco-cuco, cuco-cuco" (girando o indicador ao lado do rosto 🤪). Não estou exagerando.