terça-feira, 29 de agosto de 2023

Digerindo

 Toda segunda de terapia é aquela coisa, então quero escrever um pouco hoje sobre um negócio que Dra Cabeça falou ontem e tô digerindo. 

Eu sempre estou com as trouxinhas prontas para ir embora, estado constante de fuga, se necessário, nem sei do que fujo tanto mas acho que tem mais a ver com o estado de não-apropriação do local onde estou, provavelmente porque Curitiba foi aquela vivência de sempre lutar para me fazer presente por não ser bem-vinda. Aí hoje, aqui, também não pertenço mais ao local, então sinto que sempre busco esse ambiente imaginário que vou chamar de lar, com clima perfeito, que me caiba bem e que, principalmente, eu encontre a roda de apoio (família) que sempre busquei. 

Isso tudo de certa forma inconsciente, porque essa ideia de família que eu tenho já não é algo que busco, por exemplo. Quero encontrar a autossuficiência, sabendo que todo ser humano é coletivo e que sozinhos somos menos do que uma barata esmagada, quero estar o mais forte que eu consiga sozinha, e aí me apropriar.

Mas não é bem assim que a banda toca, diz a psicóloga, e eu acredito nela. Querer ter o controle da vida parece ser de graça, mas tem seu custo. Tenho controle de nada não, nem do que eu penso, no máximo de como eu penso sobre o que penso (desculpa a confusão, leitores imaginários). 

Tô escrevendo aqui para reconhecer que sim, estou em constante estado de fuga, pronta para ir embora e recomeçar do zero em algum lugar depois que tudo der errado no lugar que eu estou. Sempre foi assim, mas não precisa ser para sempre, vamos ver quê que eu faço com essa informação aí.

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