quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

cotidiano paranoico

 Estamos aí, vivendão. Não fiz a retrospectiva do blog, que eu disse pra mim mesma que faria já sabendo que não faria, por mim que 2020 seja enterrado e esquecido, o que é uma amarga ilusão, já que os reflexos seguem firmes e fortes.

Estou cansada de falar do mundo. Falar é fácil, para começar. Do que adianta ver o que está errado, sem ação? E que ação eu, no meu ridículo e limitado momento atual com minha pobre cabecinha, consigo tomar? Mas não tô aqui pra ficar mais uma vez me vitimizando comigo mesma, é mais assumir os verdadeiros obstáculos, eu vou cuidar de mim, o mundo é muito grande e eu, bom, eu não. E aí, quando eu estiver segura novamente comigo mesma (e esse momento vai chegar), quando meu corpo não ficar me boicotando, posso voltar a pensar em qualquer coisa que não seja eu.

Cansei de pensar que eu vou me resolver rapidamente, então que leve o tempo que precisar, foda-se, eu vou ficar em casa mas não vou ficar parada. Quero estudar e quero voltar a fazer exercício (pós-vacina vou voltar pro karatê nem que eu tenha que implorar para me darem aula em troca de imã de geladeira ou qualquer outra coisa que eu saiba fazer).E quero parar de passar mal, porra, isso é tudo que eu quero. Parar de passar mal e conseguir pagar meu aluguel todo mês. E a vacina, que, estando no Brasil, já parece um conceito meio abstrato, um verdadeiro caviar.

Eu tô num planeta coletivo, não dá pra pensar só em mim, também não é o que eu quero, não é nem ao menos minha opção confortável. Mas o sentimento de impotência, ele é muito forte, esse safado. 

Enfim, inicio aqui a saga de textos sem conclusão de 2021, ano passado foram pouquíssimos posts porque eu tava ocupada demais tentando me mantêr viva, na verdade ainda tô, mas tô com saudade de escrever para ninguém, me perder na própria cabeça e externalizar todo esse besteirol que passa aqui.

Eu não tô feliz, e não estou deprimida, tô viva, estou furiosa e quero parar de passar mal para poder direcionar minha fúria de maneira eficaz, ou pelo menos descobrir se é possível, tanto faz. Se tiver alguém aí, boa sorte.

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