quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Mês atrás

Entre passos e laços
Aos poucos me desfaço
Permitindo a desconstrução para conhecer minha base
E nessa jornada extensa
De parabenizações ou sentenças
Deixo de mim cada vez mais um pouco
Sou bicho, sou bicho solto
E não há amarras que possam me prender
Sou assim, fazer o quê?
Entre passos e laços
O soluço do não-dito
A idéia de infinito
E a louça por lavar

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

letras

me acalmem com sua capacidade de permitir aquilo que a garganta não fala, o medo de sei lá o quê, vocês costumam vencer essa batalha - um golinho de água no deserto aos poucos se transforma em oásis - espero que as coisas estejam mudando, mundo melhorando, sintomas, parecem dois lados em cima de uma gangorra, eu queria ser cinza em um tempo de contrastes máximos, trabalho no denso ou sutil, eu já vi um potencial, quantas coisas não passei?
posso ser fraca mas o santo é forte, quando não confio em mim jogo pra eles, se estiver pelo certo sempre me ajudam, eu não sou do mundo, eu tô longe, mesmo que me atrapalhe é um fato, daqueles que não se foge, nunca tive escolha. Ainda assim, acho que escolhi.
somos potencialidades, não acho que cabemos no nosso corpo, as vezes nem me sinto em meu corpo, e isso também já me trouxe problemas por não ser certo, demonstra falta de equilíbrio.
o equilíbrio é a resposta que recebo faz tempo, mas a prática é mais complexa.
somos eternos, é nisso que acredito, embora ainda não saiba dizer se isso traz alivio ou cansaço, mas pra mim é um fato, mas um desses a aceitar.
quanto ao amor, preciso, de mim por mim, tô nessa busca, me livrar da culpa, tudo na vida é aprendizado e o melhor perdão é nunca mais repetir o erro, tento ser o melhor de mim, mas as expectativas são alheias e isso sempre me assustou, pois se nem eu lido bem com como sou, como pedir a outro universo de subjetividades?
gosto de textos não revisados, gosto da aleatoriedade, gosto de falar de mim e assim sinto não encher os ouvidos alheios, lê quem quer, não é? assim o sentimento de que sou puro ego fica mais leve, como se não fosse verdade, que besteira, aiai.

Rodei

A gente muda mesmo, né. Sou meio fixa em algumas concepções, e as vezes é estranho quando comparo a mim mesma com minha versão mais jovem, sem idade específica. Cresci prometendo para mim que algumas coisas não mudariam, algumas formas de ver o mundo, e ainda assim sigo me fechando na concha do caramujo, cada vez mais distantes das coisas que considerava ser "eu". Ou pelo menos dos aspectos positivos, porque os negativos continuam aqui, luta diária.
Não tô reclamando. Pode parecer que tô, mas tô só notando mesmo, e não consigo nem me culpar, sei meus obstáculos mentais e sei a causa de boa parte deles, tô trabalhando nisso e acho que da vida gosto mesmo é do processo.
Não sei se funciona pra vocês do lado de lá, mas funciona pra mim. Fazer o quê?