quarta-feira, 25 de junho de 2014

Cíclico - 25/12/13

Aonde está a morte na vida?
Se chamo de vida me ausentar por dois minutos
Para tentar puxar fumaça de um bong com maconha velha
Aonde está a vida na morte?
Não consigo diferenciá-las no vazio desprezível que é a vida
Aquela mesma que tentamos encher de brilho todo o dia
Temendo
A morte
A vida faria sentido se a morte não nos rondasse?
A realidade é que somos cegos demais para vermos o quão frágil
É o nosso receptáculo
Nós não enxergamos a morte
Nós nos deparamos com ela, e sofremos, e esquecemos
Isso é a vida? Aprender a lidar com a morte?
E em que parte da vida esqueço da morte, do tempo
E consigo viver?
Consigo viver?
Eu vivo?
Tenho um cigarro quebrado –meu último- na minha frente
E isso estragou a minha noite
Porque fumá-lo seria a coisa mais prazerosa de fazer hoje
É Natal
Ô Natal
Minha família me considera um fracasso e hoje não consigo nem me importar
Deve ser o espírito dos Natais Passados
Me lembrando de quão cíclica é a nossa vida
É Natal
Ô Natal
Meu namorado capotou, estamos brigados e não nos veremos mais este ano
Cíclico
E levemente idiota
A ideia de começar o ano bem para ter um bom ano
Sendo que o tempo é uma invenção humana
E os humanos são feitos de erros
Ou são o erro
Embora uma hipótese nem anule a outra
Podemos ser um erro feito de erros
Me parece plausível
Ao menos a maconha velha fez efeito, não?
Vou parar por aqui, não gosto de textos debochados

Foda-se

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