sábado, 22 de fevereiro de 2025

Vaiq

 Mas vai ser tudo legal. Nem todo mundo tem estômago, tem bunda mole que gosta de fingir, eu tenho muito pra viver. E longe daqui, porque quero me arriscar, não estudo de besta. Eu sou meio da estrada, essa sou eu, bom ou mau.

Em Curitiba tenho pouco a resolver. Na verdade, meus amigos estão, no geral, muito bem, obrigada.

Só que eu não tô. E vejo meus amigos mais próximos também na merda, nem falo pelo profissional, emocional mesmo, no fim, para quem é corajoso o suficiente para sentir, é o que importa.

Meu ex tava certo quanto falou que sou mãe. Sou mesmo, não posso negar. Não posso fingir não perceber as coisas que percebo. Na verdade posso, mas por que eu faria isso? 

Não vou botar aqui o que penso hoje. Vamos lá, dia a dia, cada vez tentando ser melhor e mais forte.

Essa é uma fase ruim. Sou depressiva, sou suicida, mas não vivo só por mim, sou cínica e, com isso, sobrevivo. O mundo me tira pra merda, eu acredito. Mas eu vou ser melhor do que merda porque sou brava, teimosa e, como sempre digo, suicida. Não vou tratar como fraqueza, vamos na base do cinismo, só para provocar.

Muita coisa vai acontecer esse ano. Tô braba, tô triste, mas tô me movimentando, sou tosca mas mexo sempre, tô fazendo minha vida até naquilo que não tenho controle.

Sirene tocando. Eu aguento o tempo que for aqui, sou capaz de ser feliz em Curitiba. Com todo respeito aos meus amigos, por que eu faria isso? Eu posso não aproveitar tudo de Aracaju ainda, mas é a chance de, talvez, ser aceita por ser eu?

Nunca me senti aceita em Curitiba. Não sou exatamente aceita em Aracaju.

Tenho medo de morrer sozinha, mas tenho um compromisso comigo: quero morrer sendo eu. Sem ser apagada por homem meia boca, sem morrer de medo de mulheres, se precisar morrer só, aqui estou, mais importante é morrer sendo eu.

Vou morrer sozinha por isso. Não cravo, porque o futuro é incerto e me sinto mais aberta, mas, sendo realista, acho que prefiro morrer sozinha do que passar a vida me adaptando. É um mundo masculino, escroto e, se a gente deixar, a gente se acostuma.

100% alcoolizada, amanhã é outro dia.

Lua, não desiste, não. Amanhã é outro dia.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Argh

 Acordei 100% deprimida. Cansada de mim, dos meus vícios, da minha voz de fumante, dessa solidão interminável e, principalmente, desse drama todo.

Minha vontade era pegar a estrada e andar até chegar na minha casa, com meus bichinhos, onde posso me esconder até esquecerem da minha existência. Não quero mais ver ninguém, falar com ninguém, queria sumir em uma nuvem de lembranças.

É ressaca, mas também é essa autoestima destroçada, essa sensação de que tem um problema muito sério comigo, daqueles sem cura. Essa certeza de que eu vou ter que aprender a me amar, porque, daqui até o fim, é todo o amor que vou conhecer. Eu nem quero me amar, queria só sumir, nunca mais ter contato com um ser vivo, quero o caminho fácil, mas que inferno.

Só tenho terapia na segunda e também nem queria falar para ela que tô cansada de tentar. 

Insigth

 Eu busco algum conforto em quem me acompanhou por termos porque a verdade é que acho que ninguém nunca vai ser capaz de entender o que eu vivi até aqui.

Nenhuma vida é normal. E eu nunca achei quem entendesse MINIMAMENTE o que eu vivi entre mundos tão diferentes.

Aaah mas fodac tbm pq ngm teve vida fácil 

Melhor assim

 Eu não sei o que quero, então, pro externo, não quero nada. Mas é uma grande mentira, porque quero muitas coisas. 

Às vezes quero uma família, às vezes quero putaria. Outra mentira, pq só quero putaria enquanto não tenho uma família.

Me pergunto se, um dia, alguém vai gostar de mim. Vejam, eu gosto, hoje não quero mudar, mas parece que sou a única. Desde sempre, parece que só eu luto por mim. Que merda. 

Não vou desistir de mim. 

Hoje tomei uma cervejinha no Chafaz. Andei a João Gualberto do bom jesus pra lá, como fiz tantas e tantas vezes. Foi gostoso, vim ouvindo minhas músicas. Parei la sozinha, como sempre foi, me diverti só até chegar alguém mais, como sempre foi. Caralho, amigos, eu sempre fui muito só???

E a verdade é essa, eu sempre estive com os meus e sempre fui só, cada vez que venho percebo mais. Não é que não sobrou nada para mim aqui, nunca teve. Eu era nova demais para ver que, independente do quando tentasse, nunca seria o suficiente.

As vezes sinto que tô condenada a ser a velha sabia com voz de fumante e zero sex appeal hahaha. 

Tudo que espero é que alguém em Aracaju veja aquilo que ninguém em Curitiba (otários!!!) foi capaz de ver. Eu sou bacana. Não a mais bonita, não a mais legal, mas bacana o suficiente. Sinceramente, na autoestima de merda que tenho, sou capaz de afirmar: pena de quem não vê. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Hoje não morri de calor

 Sempre tem o momento que venho para cá e penso em ficar. É lógico, um ritmo mais de férias e meus amigos se fazendo presente de uma forma que não fariam se eu fosse uma constante aqui. É fácil se enganar, então sei que é ilusão, mas é uma ilusão gostosinha e dá vontade de viver todo dia assim. Mais uma ilusão, lógico, hahah.

Mas eu sei que a realidade é que, salvo algo inesperado, já já eu estou em casa e aqui mais uma vez será um mar de lembranças legais. Não quero que Curitiba seja um mundo de "e se?", quero que minhas possibilidades estejam lá, onde eu moro, onde as pessoas parecem mais comigo (mesmo que elas discordem, meu parâmetro faz sentido e eu sei), onde o clima não tenta me matar (ainda, porque aparentemente o mundo está acabando, porque é mais fácil pensar no fim do mundo do que no fim do capitalismo.

Enfim. Quero registrar coisas engraçadas que, daqui a anos, quero ler e rir:

- dez minutos antes de pegar o Uber para o casamento da Manu, pouco depois de dizer "estou pronta e com tempo", acendi um cigarro e descobri, em minha inexperiência nos mistérios da fabricação da feminilidade, que unha postiça pega fogo. Deu tudo certo no fim, consertei a tempo e já peguei a manhã de acender meus cigarros (já tive unhas reais desse tamanho uiuiui).

- eu e Rodolfo fomos os primeiros a chegar e demos a volta no quarteirão muito chiques só para não fumar um cigarro na igreja.

- ontem vi cinco vespas na luminária da sacada. Hoje tem um vespeiro. Por que me perseguem????

- uma coisa que gosto de viver aqui no contexto de férias são as tempestades de raio. Dão medo, mas são meio deslumbrantes. Mas só em contexto de férias.

- tenho conseguido escrever partes do livro que estava com dificuldade. Cenas românticas não são meu forte, isso é um fato, mas o clima de casamento e juras de amor eterno definitivamente ajudou.

Eu sei que tenho feito muito POST em lista aqui. Tô trabalhando com escrita, aqui faço o que é confortável, tanto que nem reviso (pare de julgar, Lua de 2031 que achou um erro de concordância).

Esse ano quero voltar para faculdade, colocar aparelho (e resolver o bruxismo) e abrir de novo meu coraçãozinho, não preciso me apaixonar, só estar aberta. Fodac os traumas futuros, eu pago terapia e também não sou covarde. E outra, tô entrando pela terceira vez no mesmo curso, eu amo insistir nos erros, heh (mas dessa vez vai, estou com a cabeça no lugar: dinheiro).

Tchauuuu

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Muito romântica

 O casamento da Manu e do Otavio foi lindo. Não só pela cerimônia e festa, mas pela sinceridade de tudo isso, do quererem estar juntos, da esperança no eterno, não por obrigação, por vontade. Aff, acho tudo isso muito fofo. Eu amo o amor, hahaha.

E estou perdendo o medo de me apaixonar. Sei daonde ele veio e estou me fortalecendo, acho que posso me admitir como romântica de novo, afinal. Não quero juntar trapos mais, mas quero sim sentir isso por alguém, e que alguém sinta por mim. É só não ficar metendo os pés pelas mãos, haha.

Eu sei que, finalmente me abrindo, vai acontecer. Me permitir criar laços ajuda. Acho que não estou mais com medo, mesmo que tenha demorado.

Esse ano já beijei umas pessoas legais, haha. Beijo, sexo, nada disso quer dizer muito, na verdade, mas é uma evidência de que estou me permitindo de novo, declaro-me culpada, hahah. 

Estar perto dos amigos me ajuda. Sinto que eles me conhecem a tanto tempo que é fácil, confortável. Não é algo que eu ainda tenha em Aracaju, mas, de novo, me permitindo, o tempo faz o resto.

A vida vai voltar a acontecer esse ano, eu tô animada.


Parabéns, Manu e Otavio. Viva o amor de vocês, que reacende até o meu.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Viva o amor ou uma carta para Manu

Manu, nos conhecemos em 2009, estávamos no ensino médio, com poucos amigos em comum, mas cada uma tinha um grupo de amigos constante e, naturalmente, aconteceu. 

Não somos mais um grupo constante, o que é normal, porque não estamos mais no ensino médio. Mas seguem algumas coisas que, não garanto ordem cronológica, vivi com você:

- muitas, muitas, muitas festas, em muitos lugares

- acampamos em Morretes sem nenhum preparo (mas deu tudo certo)

- corrermos que nem bobas ao redor da minha casa (nem lembro o motivo) e só paramos quando você cortou o pé bem fundo em um caco de vidro escondido

- em outro momento você quebrou o mesmo pé, lá em casa, mesmo que conhecesse minha casa de cór

- andamos de ambulância! Nenhuma de nós jamais esquecerá esse acidente, mas eu, principalmente, nunca vou esquecer você brigando com a enfermeira de que seu dente estava preso no lábio, ela negando, o médico chegando e soltando seu dente e você se tornando super bem humorada imediatamente e tirando selfie gargalhando para mandar para sua mãe.

- também não vou esquecer que isso aconteceu porque você fez questão de me visitar em Matinhos em uma época que eu estava sozinha. Eu já tinha sua amizade em alta conta, mas foi gostoso lembrar que eu não precisava morar em Curitiba para isso, e foi minha primeira prova. Obrigada. 

- lembra quando você me levou para uma festa do Rotary? Acho que foi a primeira vez que viajamos só "nós duas" do nosso grupo de amigos em comum, e pude conhecer mais alguns dos seus amigos, o que é sempre um prazer.

- muitos passeios no parque Bacacheri, muitos aniversários comemorados, milhões de parabéns cantados para Marcos Alan (em um aniversário seu você pediu para o cantor do local puxar um parabéns para ele só de sacanagem)

- acho incrível ter acompanhado sua dedicação ao curso de pilota. Acho incrível que, desde que te conheci, a gente tão jovem, pitica e bobas, você já queria pilotar aviões. E você nunca duvidou, eu também não, como poderia? Quem ousadia duvidar de você quando quer algo? Não sei descrever em palavras quanto te admiro por isso.

- e, para isso, trabalhou. Não falo só do estudo em si, mas a parte prática dele, ganhar dinheiro para viver, estudar. Não estou dizendo que fez isso sozinha, não importa, sempre te vi trabalhando. E, se fosse algo temporário e o prazo acabasse, na semana seguinte você já estava com algo novo. Parada, nunca.

Estava refletindo, se for por em tópicos tudo que vivemos fica grande, vou chegar no que estamos vivendo agora.

Você alcançou seu primeiro sonho. Você estudou, trabalhou, se esforçou, segue se esforçando para viver nos ares (você já caiu demais em terra na minha frente, sei bem que lá é o seu "ambiente natural", hahah. Você pertence ao céu, Manu, às alturas.

Agora, está alcançando um outro sonho: achou alguém que te ama, te respeita e que cola contigo na vida para o que precisar. Alguém que dá uma choradinha ao casar porque sabe que, tão feliz quando você, é ele, que te encontrou. 

Mas esse é só o começo do sonho, Manuu, essa é a parte que mais me anima. Você ainda tem tanto para viver, tenho tanta certeza de que vai ser feliz! Você merece e, se merecimento não for o suficiente (para o mundo às vezes não é), sei que você sempre luta por isso. Enquanto eu puder ajudar nessa luta, estarei ao seu lado, ao lado da sua "velha" e nova família e, ei!, sou sua comadre, nós somos oficialmente família agora!!!

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Pensamentos de viagem

 Na maioria do tempo, não tem sido estranho estar em Curitiba, hahaha. Hoje tá um pouco, mas porque meu domingo aqui tá muito diferente do meu domingo em casa (minha mente não me deixa esquecer que não estou em casa, mas é meio desnecessário, essa é um das vezes que tô aqui com mais tranquilidade de ser "férias").

Ainda não tenho passagem de volta, mas, na verdade, não estou especialmente preocupada. Ando com tendência a pensar em uma coisa por vez e, nesse momento, minha prioridade é o casamento da minha querida Manuzinha! Eu não sei dizer para a Manu (embora fale direto) o quão feliz estou por ela, por ver ela feliz, com alguém que ela ama e que é recíproco, alguém que ela se sente cuidada.

E estou romântica como o inferno, o que é péssimo porque são os hormônios, a vibe casamento e o fato de estar em Curitiba onde todo mundo do meu convívio é bonito (e eu lá ando com gente feia? Eu ein!). Mas na verdade são os hormônios mesmo, vou me controlar (ou seja, nada partirá de mim, risos). Lua, sua vagabundinha (elogio).

Amanhã tenho terapia e tô prontinha para minha psicóloga brigar comigo que esse tesão todo não aparece quando tô em casa. Mas ei, tô na promessa de sair mais próximo ano, vou estudar, talvez mudar algum emprego, quero ver se viajo em algum momento, para longe ou perto...

Mas, voltando ao casamento da Manu, que é o assunto que me ronda! Tenho que fazer a bainha do vestido e amanhã quero que a gente deixe o banner tinindo! Quero ajeitar meu cabelo e unhas! Quero garantir que minha amiga tenha o momento dos sonhos, preciso de uma maquiagem que não borre com choro (eu sempre acho que não vou chorar, mas basta alguém chorar que choro junto), preciso comprar um presente para ela, ela já me disse que não precisa, mas caraca, é nessas horas que eu queria ser milionária, eu daria uma casa e um avião para cada um, se pudesse (o avião é mentira porque ninguém precisa de avião particular!!!). Eu me sinto muito honrada em participar disso tudo, Manu é alguém que, amadurecendo, evoluindo, mudando, nunca mudou nossa relação, mesmo que às vezes eu fiquei tímida por medo dela ter esquecido, ela sempre mostra o que sempre mostrou: ela é leal, sempre foi. Amo tanto essa mulher, tô tão feliz por ela! 

O que me lembra que eu queria muito muito fazer um discurso lindo que fizesse todos chorarem. Espero conseguir. 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Inveja de mim

 Botei meu Instagram do Da Igreja Ao Cortiço lá no Bluesky (novo twitter, que Elon Musk exploda em mim pedacinhos, nazistão). Aí fui dar um conferes, né, a página tá desatualizada faz tempo, amo meus quadrinhos, mas, sinceramente, já não lembro muito deles? Hahah o que acaba sendo legal, porque aí leio e penso "ok, você não tem muita técnica de desenho. Mas tu tem ideias legais, sua certinha". 

E teve uma época, quanto eu tava conseguindo toda quinta postar um quadrinho, que eu focava muito na legenda, tirava uma brisa, escrevia o que dava na telha, mas de um jeito que, li hoje para refrescar a memória, me deu inveja, hahah. Inveja de mim!!!

Preciso mesmo me reencontrar, estou morrendo de saudades, meus caros!!!