quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Mais um papo de gênero

 Tenho poucas amigas mulheres que gostam de futebol, não é difícil entender o porquê. Eu já me afastei antes, quando adolescente, porque era um saco querer se divertir e receber um questionário em retorno, com direito a humilhação quando você gagueja qualquer resposta, porque ninguém gosta de ser testado em um momento de lazer.

Em Aracaju, tenho uma amiga que, assim como eu, gosta de conversar sobre isso. Ou gostava, porque o time dela contratou como técnico um cara que só não descrevo os crimes por saber serem ruins o suficiente para não precisar de detalhes. Crimes de gênero. Sabidamente.

Por um tempo rolou um boato de que ele entraria no Flu, lembro de pensar que, se isso acontecesse, eu abandonaria o esporte até não precisar mais topar com ele nas matérias. E isso é uma droga. Homens não se importam com essas coisas, o que não quer dizer que eles estão certos nisso. 

Conversando com minha amiga sobre isso, ainda argumentei que ele nem bom técnico era para justificar isso. É uma frase ruim, porque nada justificaria, mas quis dizer que se trata única e puramente de brotheragem, escárnio, é só sobre isso. E, claro, é um ótimo método para afastar mulheres do futebol. E, afastando do contato, afasta-se as meninas novas que sonham em serem jogadoras, só para dar um mínimo exemplo.

Eu sei que não estou falando nada surpreendente. Uso esse blog para desabafar, e esse assunto está na minha mente. Minha amiga gosta de futebol tanto quanto eu, o time dela aceitou esse técnico merda, não boto minha mão no fogo que o meu não aceitaria. Era só um sim mal dado para eu odiar acompanhar algo que amo, mais uma vez, pelos mesmos motivos de sempre. 


Reflexões sobre gênero

 Uma situação me incomodou essa semana e acho que preciso escrever para identificar exatamente quais foram os incômodos. Alguns são mais óbvios, mas tô achando que tem mais coisa aqui na minha cabecinha.

Meu primeiro incomodo veio com a insistência. Não gosto de sentir meu "não" ser rejeitado, como se eu só pudesse ter escolha quando bate com a escolha do próximo. Não gosto e me irrita. E pressão não funciona comigo, me deixa mais negativa do que disposta a qualquer coisa.

Também não curti que recebi várias mensagens que, tenho forte impressão, não eram nem para mim, eram para outra pessoa ou várias ou para qualquer uma que respondesse. Eu não me incomodo de me relacionar com alguém que também mantenha outras pessoas, desde que estejam todos cientes e de acordo, mas não gosto de me sentir como uma substituta que vai ser chamada quando for conveniente para o próximo. 

Acho feio quem se diz politizado por se relacionar com várias pessoas, mas trata todas igual, sem individualizar quem está na sua frente. A impressão que passa é que somos um harém e ficamos esperando um homem dar a honra de nós escolher. Me poupe? Cada pessoa é uma pessoa, se não for para levar em consideração isso admita que só busca sexo, não é um problema, sabe?

Antes eu achava que estava com certo ciúmes, mas não acredito mais ser isso, acho que tenho percebido que não sou vista nessa relação e que relações assim não são o que tô buscando, já passei muito por isso, não preciso dessa experiência de novo. Acho que tô reconhecendo incômodos que não tô disposta a passar, me faz bem definir esses limites. 

Só fico meio puta de estar passando por isso. Pelo menos tenho total capacidade de encerrar a hora que quiser, e farei. 


domingo, 12 de janeiro de 2025

Janeirando

 Tem um monte de coisa acontecendo e, mesmo que a maioria seja muito legal, me sinto um pouco sobrecarregada.

Vou viajar daqui a pouco, tenho que fazer tanta coisa até lá! Incluindo terminar um livro e os preparativos para o próprio casamento, que tenho umas responsabilidades. E fazer o arranjo de cuidado dos gatos, isso vai ser tão osso 😭.

Amanhã vai ser a primeira terapia do ano, sei que ela vai querer começar a organizar os preparativos para 2025 e eu ainda nem sei quais são. Quer dizer, tenho 7000 objetivos, o ano só começa oficialmente depois de março, tem milhões de coisas fora do meu alcance, enfim, né, é tanta coisa.

E aí vem a minha mãe, que é uma incógnita, tem dia que tá mal, tem dia que tá melhor, eu adoro a ideia da mudança de ares e, ao mesmo tempo, odeio ficar longe dela, sem saber o que vai acontecer nesse tempo. Sou filha dela e, tal qual, odeio não ter o controle das coisas. 

E a vida tá acontecendo, não espera, taí minha menstruação que não me deixa mentir KKKKKK atrapalhou vários rolês que eu tinha essa semana. E tudo bem, semana que vem tá aí, mas é isso, eu não controlo o tempo da vida.

Seguimos. Acho que meu objetivo esse ano é: ser eu mesma, bem ou mal. Aiai.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Um post sobre meus sobrinhos de Curitiba e as coisas legais que vivemos nessa vinda deles

 - Meu sobrinho (Sapinho), um ano depois, já se mostra muito mais sagaz, tá naquela fase de criança que só dá risada, mas sabe expressar perfeitamente o que quer ou não quer, acho isso tão legal!

- Minha sobrinha (Peixinho) já tem idade para lembrar de mim e, inclusive, sentir saudades. E ela sente, e eu fico tão feliz. Ela é tão esperta, eu ficaria dias só observando ela (mas, quando estamos juntas, não fico parada por nenhum segundo hahah ela me bota para correr, porque é uma criança e eu sou uma tia legal que bronca)

- Peixinho me perguntou várias coisas de gente que tá se entendendo no mundo. Perguntou sobre nossa configuração familiar (e porque ela tem tanto avô e avó), perguntou sobre eu, Luiza, Zil, contei sobre Bela, enfim, fiquei feliz dela ter confiança de tirar dúvidas comigo, e falei a verdade, mesmo que na linguagem dela.

- Peixinho me chama de tia Lua, esse ano ela descobriu que meu nome também é Mariana, aí começou a me chamar de Mariana única e puramente para sacanear. Achei um senso de humor ótimo, heh. Aí, para o final da estadia, começou a me chamar de Laura (sei lá de onde tirou, mas fez de sacanagem) e eu chamei ela de Manuela, Bruno e Jéssica. Minha sobrinha é engraçada.

- Sapinho agora me abraça sempre que eu abro os braços e descobri que, diferente da DANADA da irmã dele, ele sente cócegas, o que facilita minha vida (mas não exploro muito porque cócegas demais é sacanagem).

- Sapinho é viciado em lobo mau, Peixinho gosta muito de brincar de polícia e cadeia, dominó, chapeuzinho e lobo mau, ela gosta de brincadeiras de representar.

- Minha mãe tinha mania de beliscar a bunda de crianças (filhas e netos), nada maldoso, só implicância, mas Sapinho não gostou. E falou para ela, que prometeu para ele que não faria mais. E Peixinho complementou com um "é parte íntima!". Eu sou tão orgulhosa deles, educação sexual é tão importante e fico feliz demais em ver minha irmã e cunhado cuidando dessa área sem tabus. Me sinto mais segura sobre eles nesse mundo.

- Peixinho em vários momentos ficou triste quando lembrava que estávamos nos despedindo. Eu também fiquei, sinto falta de ter eles mais próximos, acompanhar mais de perto. Mas sou tão grata que eles gostem de mim, hahah, criança é bicho sincero, eles, então, são ensinados a não precisar dissimular nada, o que acho super saudável. Quero que gostem de mim de verdade, não porque "precisam", porque a verdade é que não precisam. Mas eu amo tanto eles e fico tão feliz quando eles mostram que também me amam.

- Expliquei para eles que, em menos de um mês, eu vou lá. Ela perguntou quanto tempo era isso, falei que era pouco, porque é. Vou ver eles já já, e só isso me impede de sofrer de saudades, hahah. 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Inícios

 Alguns pensamentos aleatórios, né, dia a dia escrevendo e revisando, não vou pensar para me abrir no meu espaço particular, mesmo que abra para vocês.

Hoje tive uma reunião com minha amiga/chefe e, como sempre, foi ótimo para o profissional e no pessoal. Ela me viu crescer e eu, criança, lembro do que ela viveu. No geral, é uma combinação muito interessante e que deixa minha mãe fingidamente enciumada. 60% do assunto é ela. 

Acho que estou pronta para ser eu. Não tenho total certeza, porque sou uma bundona, mas me sinto mais brava, qualidade puxada da mãe e, equilibrada, das melhores. Também sinto a criatividade do meu pai, que cada dia conheço mais, e isso me deixa feliz. 

E penso na minha irmã Bela, que criou sua família na distância, como escolhi (mas eles vieram atrás, não por mim, mas findaram perto), mas, como eu, sentiu a falta. Sei que sentiu pq, na diferença, temos semelhanças. Me sinto ligada a ela, como qualquer uma das minhas irmãs mais próximas. Mas será que ela sabe? No geral?

Enfim. Papo de bêbada. Acho engraçado que os encontros com Célia me mexam tanto, em um sentido positivo. Eu vi ela engravidar da amiga mais presente que tive aqui quando criança, lembro de tudo, principalmente de brincar com Bia, filha dela, um presente que minha infância me deu. Não sou próxima de Bia hoje em dia por contexto de vida, porque guardo no coração da mesma forma e, sempre que vejo, sinto certo orgulho de ver a mulher que ela se tornou (mesmo que eu não tenha influência nenhuma nisso, é apenas admiração mesmo).

Gosto de gostar das pessoas, lembrar quem esteve comigo, gosto de não ser tão fluida quanto racionalmente gostaria. 

No fim, acho que tô começando a gostar de quem eu sou, bem ou mal. Eba!

sábado, 4 de janeiro de 2025

2025 - a sagaz mulher fumaça metafórica

 Aí, meu cumpádi

Como já dizia o Samuca do Patrulha na Cidade

Quem não reage, rasteja

E eu tô de pé, pupilas dilatadas

Chapado, mas eu sou sagaz

A vida é dura, eu sei

Mas tudo bem, eu sou capaz

Olho nos olhos dos meus filhos

E aí é que o mundo cai

Caminhos tão diferentes, pra que lado que a gente vai?

Matar é algo comum, a vida não tem sentido mais

Ao invés de ser levado por ela, a gente sempre é que corre atrás

Uma coisa é certa: Se paga aqui por tudo que se faz

E o dinheiro compra tudo e te envolve mais, mais, mais

Tá na hora de acordar e manter a cabeça em pé

Vou sair pra trabalhar, defender o meu qualquer

Eu sei muito bem que a vida não é um conto de fada

Eu uso minha cabeça e ela nunca pode tá parada

Não caio em cilada, e ando sempre em frente

Eu não sou de briga, mas protejo a minha gente

Ah, eu queria viajar, mas tá difícil

Tá tranquilo, deixa comigo

Eu acreditava que o mundo caminhasse rumo ao progresso, positividade

Morpheus de Matrix me mostrou toda a verdade

Olhar de um cidadão urbano, urbanóide, grandes cidades

Acostumado a conviver com a miséria, mas nunca com a maldade

Corrupção, ganância, violência, impunidade

Banalização da cultura, a tal falta de liberdade

Abandono da população, do mundo inteiro pelas autoridades

Manutenção do analfabetismo e do desemprego, desigualdade

Tá na hora de acordar e manter a cabeça em pé

Vou sair pra trabalhar, defender o meu qualquer

Eu sei muito bem que a vida não é um conto de fada

Eu uso minha cabeça e ela nunca pode tá parada

Não caio em cilada, e ando sempre em frente

Eu não sou de briga, mas protejo a minha gente

Salve são Jorge, guerreiro que não me deixa cair


terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Retrospectiva 2024 - Ainda estamos aqui, mesmo sem oscar

 Amigos, que ano interessante. Tinha tudo para ser desesperador, e foi em vários momentos, mas também provou que vários medos do passado não estão mais aqui. 

Cada ano fica mais difícil fazer uma retrospectiva, mas faço por você, Lua-do-futuro-que-sei-que-lerá. Sempre foi por mim, sempre será, e por isso eu continuo.

Janeiro -

Dia 2 minha mãe confessou que, desde 29 de janeiro, sabia estar com câncer. Eu não fazia ideia e foi um choque, naturalmente. Tampouco soube, tive que me agilizar para ir na formatura da minha amiga Tati, pô, uma honra o convite, acompanhei o esforço, fiquei feliz de ir. Mas tava com medo. Medo de Curitiba, medo de me afastar da minha mãe, que, pouco tempo depois, acabou indo para lá também e, no fim, que bom que eu estava. No primeiro dia em Curitiba briguei com alguém que já não sabia se era amigo ou não. No fim, descobri que não importa muito. Meu lugar não é Curitiba, minha casa não é lá. Embora eu ame quem deixei para traz, só quero manter quem me ame também. Mas eu sei quem são?

Quando estive em Curitiba, meus amigos de Aracaju me ajudaram muito com meu núcleo familiar, meus bichos, que dependem de mim. Eles foram incríveis, inclusive quando a viagem se estendeu porque minha mãe foi para lá para entendermos melhor a situação dela.

Também foi a primeira vez que fui para Curitiba na posição turista. Fiquei num apartamento que não conhecia, em SJP, que foi novidade, e tudo estava diferente.Fui pronta para considerar Curitiba viagem, cheguei e talvez tivesse que ficar lá com minha mãe por tempo indeterminado. Questão de saúde, nunca negaria, considerei morar em Curitiba pelo tempo necessário. Hoje sei que isso não era o desejo da minha mãe, ainda bem, mas, se fosse, eu estaria lá. 

Pelo menos, enquanto estive lá, fiquei ok. Na minha, trabalhando, vivendo e cuidando de mamãe. Brava com tudo isso, mas lidando. Foi horrível, na verdade, mas eu tinha em mim que a gente ia investir no que pudesse na base da raiva. Minha mãe está aqui e nada foi tão fácil, mas ela está aqui. Porra! Vitória!

Fevereiro - 

Entre aproveitar Curitiba sabendo que tinha passagem de volta, recebi a notícia de que a Maia nos deixou. Bateu forte, mas não sofri tanto lembrando que ela tirou rum bom rolê antes de partir, foi feliz. 

Voltei para casa, minha mãe também (não nessa ordem). Ela começou o tratamento, quimioterapia venosa (Taxol) para o câncer de mama.

Março - 

Mãe foi seguindo no tratamento, pouquíssimos efeitos colaterais e o tumor do seio diminuindo. Cabelo foi a pior parte, e nem deveríamos ter sofrido tanto sabendo que cresceu de novo. Aniversário da minha queridíssima amiga irmã Raquelzinha Raqueline Maria Raquel, ou seja, um ano de que fui pra Minas de surpresa ver ela, hihih. Tava com culpa de deixar Ramelão na casa dos meus pais, ele tá lá até agora e eu sei que é bom pra eles porque a cadela deles é uma psicopatinha e ele de certa forma controla. O tumor da minha mãe foi diminuindo, o que foi ótimo, mas não se manteve, e eu fui no médico dar entrada em exames de sangue que nunca fui muito atrás novamente. Mas não passei mal, toma essa, ansiedade.

Abril -

Consegui meu trabalho preferido em toda a vida. Refleti sobre morte porque a namorada de um amigo se foi e esse tema me deixa muito triste. Mãe botou um catéter que, por falta de opção (no geral viva o SUS, mas essa foi foda), era um mamute imenso. 

Maio -

Ahhh, eu costume gostar de maios. Ajeitei umas coisas em casa, trabalhei um tanto, pensei em mim, me mimei com farinha láctea, eu gosto de maios. Além disso, estava (ainda estou) nas nuvens pela oportunidade que recebi de uma pessoa maravilhosa: escrever um romance remuneradamente. Meu sonho, o começo dele. 

Junho - 

As coisas em relação a esse livro foram ficando cada vez mais legais. Tirei uns rolês com minha chefe, conversamos muito sobre desejos, expectativas, pude conhecer melhor ela e a pessoa incrível que ela é, o que só colabora para fazer um livro que a represente. Sinto que pude me apresentar para ela a versão atual, a maluca, e ela ao que parece gostou. Uau!

Minha mãe teve umas febres, tinha sido o pior momento até então. Até que passou. E Zil veio morar aqui!

Julho - 

A vida estava na rotina, mas numa rotina muito confortável. No mais, apresentei Zil para Mica e Fabrício, o que foi bacana porque curto muito eles. Minha mãe estava oscilando entre cansaço e resiliência fudida. Recebemos a Nanda e o Carlão, meus primos, e foi legal.

Agosto -

Olimpíadas. Nada mais importa. Vai Brasil. Os gatos vieram de Curitiba para Barra, ihuuu, Cali e Mandela são tãããão pequenininhos perto dos meus três godzilas! Eu tava encantada com meu trabalho novo (isso não mudou). Eu, meu pai e a Zil fomos num lugar de descarrego que meu pai queria que a gente conhecesse. Foi legal, mas eles me chamaram numa salinha para dizer basicamente que eu e meus mortos não poderíamos nos inicializar (nem queremos!) porque misturamos linhas (com orgulho!). Manuzinha me chamou para ser a madrinha do casamento dela, eu aceitei e vou, tô tão feliz por ela! Troquei meu chuveiro por um maravilhoso que me deixa feliz toda vez que penso nele. Minha mãe trocou o cateter jumbo por um tamanho humano, e isso tem sido ótimo até então. 

Setembro - 

Comprei a passagem pra Curitiba, casamento da Manu. O Duolingo incluiu música e, a partir daí, comecei a me interessar por teclado (hoje todo algumas besteirinhas até, olha só!). Eu passei parte desse ano sentindo falta de um amigo que se afastou, fui lidando com isso com as novas músicas da Fresno e Linkin Park na formação nova (adorei). 

Outubro -

Zil foi obrigada a morar aqui um tempo e isso, embora tenha sido legal de várias maneiras, nos surtou um pouco. Lidamos bem, mas não deveríamos. Meu mês foi baseado em eu e a maravilhosa psicóloga tentando botar um quebra cabeça de 70000 peças e todo preto pra fazer sentido. No fácil a gente não quer, não. Vi uns pica-paus eventualmente aqui em casa, acho isso felicidade no estado mais puro. Resolvi mudar a cor do cabelo (consegui durante cinco dias e desbotou grr).

Novembro -

Novembro é aquilo né, se a nova geração escolheu outubro (Chico, Peixinho, Zil), a antiga tá toda em novembro (pai, mãe, Lu). Foi um mês de muita socialização, no geral. No aniversário da minha mãe, pelo menos três amigas delas vieram desabafar comigo, ou questionar, ou demonstrar preocupação, enfim, as confidentes dela estão com medo dela, não julgo, alguém lá sabe o que dizer para outra pessoa que está doente? Mas eu gosto de focar na realidade. Minha mãe iniciou o ano com um câncer, está terminando com três. Ela também não achou que viveria o aniversário dela, e viveu. A gente não sabe o que vai acontecer, mas o que me importa hoje é que minha mãe tá aqui, eu posso conversar com ela, abraçar. Em novembro Manu também conseguiu vir aqui, trouxe meu convite, meu kit de madrinha, eu tô tão feliz, sabe? Espero corresponder, hahah. Mas eu amo muito Manu, fico feliz por ela.

Novembro minha mãe começou a radio para o câncer do cérebro. O médico avisou que só depois do término (dez sessões por 10 dias úteis seguidos) que veríamos os efeitos. Eles chegaram e, hoje, estamos lidando, mas eu e meu pai gostamos de pensar que o pior desses efeitos já passou.

No fim do mês, fomos para Penedo ver meu tio que mais me apoiou e foi inesperado e delicioso.

Dezembro -

Aqui estamos. Não vou fingir que esse resumo do ano não foi porco, foi, desculpa aí, Lua do futuro (mas podia ser pior kkkkkk podia ser problema meu) (epa?). 

Trabalhei que nem uma safada, recebi minha amada irmã Lu e meus lindíssimoooooos sobrinhos (gosto de reafirmar que mataria qualquer um de vocês por eles. Desculpa, é só a verdade), estamos lidando com a saúde da minha mãe que, entre fraqueza e falta de fome, tem melhorado a cada dia. Eu amo minha coroa, meu coroa, minhas irmãs. Acho que 31 é a idade de ficar ok com o núcleo familiar? (risos).

Fluminense escapou da série B (n detalhei, mas ô ano sofrido). Terapia salvou minha cabeça por mais um ano (valeu Andressa). Minha amiga Raquel segurou as pontas da minha sanidade diversas vezes durante o ano (amiga, você sabe que mato e morro por você! Sua adotadora de gatos!), Manu fez eu me sentir amada diversas vezes, Anandinha que tô com saudades, Mica e Fabrício que, além de serem muito legais, ainda trouxeram Edgar de novo preu brigar que ele mora em SP, Pedrinho, Pedroso, ahh, é uma galera que me apoiou de várias formas, sabendo ou não. Não citei todo mundo, mas quem sabe, sabe.

Já mencionei que o Flu não caiu?

 

 

Eu tô na última página da minha agenda, o que é triste, porque sou viciada em agendas, mas é esperado. A graça de ter agenda é, de certa forma, ver ela acabar, pelo menos para mim.

Fiz um resumo bem resumido do que foi meu ano, o suficiente para no futuro ler e ver o subtexto (atenção, Lua do futuro, se você ler e não entender é porque você é burra).

Tenho muitos planos para o próximo ano, acho que a mudança tá aí, voltei a planejar e sou porreta o suficiente para conseguir o que quiser na base do ódio e da falta de vergonha na cara, Quero chegar no Japão, pelo menos durante um mês. Se não rolar, ok, sei que não é tão simples. Mas a palavra é o primeiro passo, etc.

E, Lua, tenta mudar aí o emprego que tá te incomodando e foca nos que você tá amando. É simples na prática e difícil na teoria, mas, na verdade, tá uma bosta na prática. Resolva. Se estiver nessa em 2026 muda URGENTE a estratégia, deixa de ser otária. Grata, Lua versão 2024. 

Quero viver, quero viajar, trabalhar dignamente, escreveeeer, quero escrever que nem uma filha da puta condenada a escrever, bem ou mal, desgraça, quero demais. 

O ano foi incrível. Poderia reclamar de mil coisas, minha mãe tem três cânceres. E tá aqui, e eu converso com ela, e eu sou tão grata por isso. Tudo que posso pedir é mais um ano disso, e aí mais um, e mais um, e assim vai. 

Pela primeira vez me sinto ok com minha família que importa, por mim vale. Que ano doido, amigos.

Ow, Lua, se chegar em 2026 sem tatuar você precisa resolver, eu já tô doida agora, imagina daqui um ano! (Sei lá como estarei daqui um ano, mas sou metidinha e cobro mesmo).

Amigas, está aí. Uma retrospectiva de bêbada, como vários anos, e feita meio na preguiça. Mas faço isso pela nossa versão intertemporal que mete o louco e lê as coisas como passado, presente e futuro, que nem os fantasmas do Natal mas com mais cinismo e menos revisão de texto (absolutamente menos).

Eu gostei de você, 2024, seu fuleirinho cretino. Foi tipo o treinamento do Batman para enfrentar os perigos futuros, mas sem histoplasmose.

FELIZ ANO NOVO, AINDA ESTAMOS AQUI (ANTES E DEPOIS DO FILME DE MESMO NOME VIRALIZAR)