Mas vai ser tudo legal. Nem todo mundo tem estômago, tem bunda mole que gosta de fingir, eu tenho muito pra viver. E longe daqui, porque quero me arriscar, não estudo de besta. Eu sou meio da estrada, essa sou eu, bom ou mau.
Em Curitiba tenho pouco a resolver. Na verdade, meus amigos estão, no geral, muito bem, obrigada.
Só que eu não tô. E vejo meus amigos mais próximos também na merda, nem falo pelo profissional, emocional mesmo, no fim, para quem é corajoso o suficiente para sentir, é o que importa.
Meu ex tava certo quanto falou que sou mãe. Sou mesmo, não posso negar. Não posso fingir não perceber as coisas que percebo. Na verdade posso, mas por que eu faria isso?
Não vou botar aqui o que penso hoje. Vamos lá, dia a dia, cada vez tentando ser melhor e mais forte.
Essa é uma fase ruim. Sou depressiva, sou suicida, mas não vivo só por mim, sou cínica e, com isso, sobrevivo. O mundo me tira pra merda, eu acredito. Mas eu vou ser melhor do que merda porque sou brava, teimosa e, como sempre digo, suicida. Não vou tratar como fraqueza, vamos na base do cinismo, só para provocar.
Muita coisa vai acontecer esse ano. Tô braba, tô triste, mas tô me movimentando, sou tosca mas mexo sempre, tô fazendo minha vida até naquilo que não tenho controle.
Sirene tocando. Eu aguento o tempo que for aqui, sou capaz de ser feliz em Curitiba. Com todo respeito aos meus amigos, por que eu faria isso? Eu posso não aproveitar tudo de Aracaju ainda, mas é a chance de, talvez, ser aceita por ser eu?
Nunca me senti aceita em Curitiba. Não sou exatamente aceita em Aracaju.
Tenho medo de morrer sozinha, mas tenho um compromisso comigo: quero morrer sendo eu. Sem ser apagada por homem meia boca, sem morrer de medo de mulheres, se precisar morrer só, aqui estou, mais importante é morrer sendo eu.
Vou morrer sozinha por isso. Não cravo, porque o futuro é incerto e me sinto mais aberta, mas, sendo realista, acho que prefiro morrer sozinha do que passar a vida me adaptando. É um mundo masculino, escroto e, se a gente deixar, a gente se acostuma.
100% alcoolizada, amanhã é outro dia.
Lua, não desiste, não. Amanhã é outro dia.